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Devia existir um martelo emocional, que nos ajudasse a quebrar mitos, ideias feitas que não nos ajudam, tudo aquilo que colocamos num saco chamado “saco das crenças limitadoras”.
Com um martelo era muito mais fácil. Uma martelada e já está. Mas não. Não existe um martelo (físico) que faça esse trabalho por nós.
Temos sim martelinhos emocionais, ou pequenas picaretas, que nos permitem ir quebrando as ditas crenças limitadoras. Isso sim, e são variadas as técnicas que se aplicam nestes casos.
Aqui sou mais consumidora que vendedora. Isto para dizer que não faço qualquer tipo de negócio com isso, mas recomendo o consumo, faz bem a tudo e principalmente à nossa felicidade e longevidade.
Porquê falo nisso agora? Porque quando me separei do meu último namorado, com quem estive mais de 10 anos e com quem vivi alguns desses anos, não foram uma nem duas as pessoas que me disseram que, aos 50 já estava velha para refazer a minha vida afetiva.
Leia-se: vais ficar solteira para o resto da tua vida. E disseram isso com a melhor das intenções, mas fizeram um mal desgraçado, obviamente.
Assim, passei uns tempos a engrossar o clube das mulheres “cinquentonas” desesperadas à procura de um sapo.
Já nem querem um príncipe, um sapo serve e vale aquela música do Erasmo Carlos, antes mal-acompanhada do que só.
Quando era miúda achava essa música um perfeito disparate. Umas décadas depois achei que até faria sentido.
Como se diz cá em Portugal, uma verdadeira parvoíce (=estupidez, tontice, como queiram).
O resultado foram 4 anos de dor, rapazes a aproximarem-se e eu a não ver, a olhar para aqueles que não faziam match comigo e/ou que não estavam disponíveis.
Leia-se 4 anos de tempo quase perdido, porque também cresci um pouco.
E na fase em que me perguntava o que havia de errado em mim conheci várias mulheres que refizeram as suas vidas, o que é o mais natural. Foi tão interessante que uma delas contou-me essa parte da sua vida, numa viagem do Porto para Lisboa, só porque sim. Parece que eu estava a precisar de olhar e ver que há Sol no horizonte e perceber que eu tinha mesmo de deitar fogo ao meu bendito saco de crenças limitadoras.
Decidi que este era o tema para falar. Não só porque é importante, mas porque li vários artigos que falavam do tema do amor na terceira idade, como algo raro, único e inusitado.
Bom, aos 50 não estamos bem na chamada terceira idade, de todo!
E decidi que havia de contribuir para ajudar outras mulheres que, como eu, querem refazer a sua vida, querem voltar a estar abertas para o amor.
Entristece-me ver mulheres ansiosas, mulheres lindíssimas e com tão baixa autoestima e que sofrem ainda mais neste tempo de pandemia em que as pessoas estão fechadas em casa, longe uma das outras, não se tocam, não se beijam. Nestes momentos é que as ditas crenças ficam ainda mais limitadoras.
Mas vejam só:
Soube outro dia de um casal que se conheceu neste tempo de quarentena. Eram vizinhos e de tanto andarem nas varandas, foram falando e acabaram por se tronar namorados e vivem juntos.
Afinal a quarentena ainda lhes deu um empurrãozinho. Numa época em que nos tornamos mais digitais, agora existem “tinders” para todo o tipo de gente.
Uma pequena “gogoolada” e encontramos várias plataformas de dating para 50+ ou mesmo para pessoas mais velhas. Isto para quem gosta. Eu cá tenho dois amigos que encontraram as respetivas namoradas no tinder. Eu já por lá passei. Acho que estive por lá menos de 32 horas.
Assim sendo, meninas e meninos, vamos lá colocar os corações ao léu e mostrar toda a beleza que é viver o amor, seja em que idade for. Esta é a minha proposta. Eu vou fazer isso.
Dar-me mais oportunidade e quem sabe eu não tenha notícias em breve?
Fonte: Adaptado de artigo saido na Revista "No More"