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“Lá serão lançadas as primeiras sementes para um projeto que, de alguma forma permitirá chegarmos mais novos a velhos”, segundo o responsável pela área de saúde Lacerda Sales.
A inauguração contou com a presença da Sra. Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e demais pessoas e entidades.
Será coordenado pelo:
e terá como parceiras entidades publicas e privadas. O Centro irá funcionar na antiga escola Cândido Guerreiro, situada na Rua Nova da Igreja, nª3, com um investimento que ronda um milhão de euros e uma previsão de emprego para inicialmente oito técnicos que poderão chegar aos vinte e iniciará suas atividades a partir de julho.
O objetivo deste projeto é recolher e analisar dados relativos a todo o ciclo da vida da população e propor medidas de modo a promover o envelhecimento ativo e saudável.
Tem como prioridade, respostas na área de:
Notícias do jornal
Algumas curiosidades acerca de Alte:
Alte está situada no conselho de Loulé no Algarve, foi eleita num concurso em 1938, como a aldeia portuguesa mais conservada. Cercada por 4 cerros e situada no sopé da Serra do Caldeirão com uma vista fantástica, possui uma povoação típica algarvia, com cerca de 1700 habitantes, que mais parecem uma grande família.
O nome da aldeia provém de uma lenda que se confunde com a da Igreja Matriz. Conta-se que a Sra. Antónia, uma rica lavradora do Freixo Verde, que caminhava habitualmente 10 km, todos os domingos para ir à missa, num certo dia atrasou-se e ao avistar o padre e seus devotos retornando à aldeia, indignou-se por não a terem esperado e exclamou:
Alto! Já que não me esperaram ordeno que se funde aqui uma igreja e ela será sede de uma freguesia! E assim com o passar dos anos e do som com que as pessoas pronunciam as palavras, a aldeia recebeu o nome de Alte.
Pelas ruas da aldeia com um centro histórico bem conservado, circulam moradores que se cumprimentam pelo nome. Tem suas casas caiadas de branco, com vistosas chaminés rendilhadas, cuja decoração das mesmas tem relação com o poder económico de cada família. Alte exibe uma paisagem romântica com flores que decoram as ruas, escadarias estreitas e pinturas de artistas com imagens alusivas a cultura local. Possui uma capela, a casa do ferreiro, a igreja matriz, uma escola que abrange até o ensino profissional, um barbeiro, um sapateiro, a casa do povo, a horta de artes e uma cerâmica.
Dentre as pinturas espalhadas pela aldeia, uma imagem a destacar é a de uma enorme bandeira portuguesa, pintada recentemente numa das colinas pelo dono de uma propriedade privada, que se tornou um novo ponto de interesse.
Alte é também considerada uma aldeia cultural, por ser a terra natal do Escritor Francisco Xavier Cândido Guerreiro, nascido em 1871 e tem seu nome atribuído ao polo museológico, que abriga algum espolio do escritor e a exposição de vários objetos e memorias da fundadora do jornal Ecos da Serra. Nos jardins da Fonte Pequena existe um monumento com um painel de azulejo e um de seus poemas, o mais celebre, que se inicia pela seguinte quadra:
“Porque nasci ao pé de quatro montes por onde as águas passam a cantar as canções dos moinhos e das pontes ensinaram-me as águas a falar...”
Outra personalidade importante é o artista Nelson Martins, que em seu atelier produz cerâmica artística, objetos de formas variadas, nos quais utiliza diversas técnicas e efeitos, aprendidas em Inglaterra e Suíça onde viveu por muitos anos, como também pinturas em azulejo. Retornou à aldeia por que acreditar que a arte da cerâmica está sendo perdida e quer resgata-la em sua terra natal. Promove exposições, oficinas de arte com crianças e encomendas à pedido de clientes (nelsonmartinsceramica.blogspot.com).
Uma iniciativa interessante em termos culturais, é a de resgatar a tradição do cultivo e manufatura do esparto, uma planta selvagem, onde no passado Alte foi o centro de produção. A técnica consiste em utilizar a planta ao natural, sendo humedecida, pisada e retorcida para se tornar maleável para produzir uma corda com diferentes espessuras, para a produção de diversas peças artesanais. Partilhar as técnicas e os usos que ainda estão na memória de muitos, mas no domínio de poucos é, o objetivo do projeto para resgatar hábitos do passado, que possam ser o potencial de utilização futura do esparto, enquanto matéria-prima e proporcionar o convívio e troca de experiências entre gerações.
Para usufruir a natureza, os moradores de Alte costumam frequentar a cascata Queda do Vigário, que integra-se à ribeira e forma uma lagoa, com as nascentes da Fonte Pequena e da Fonte Grande, a mais utilizada, que abastece a cidade e a ribeira e que transformou-se num local bastante frequentado para banhos, devido suas águas límpidas e frescas e por ser cercada de árvores com mesas e bancos de pedra que são utilizadas para piqueniques. Lá também é um local para festejos e festivais de folclore que dão movimento cor e alegria à aldeia e promove um convívio familiar saudável.
De fato a Aldeia de Alde tem uma população envelhecida e o projeto do Observatório foi um grande passo para o estudo do envelhecimento, pois entre as políticas de longevidade que serão propostas, a mais importante delas será a aposta na autonomia e independência dos idosos, que promoverá novos estilos e hábitos de vida. O estudo e a recolha de dados fieis e científicos, trarão indicadores eficazes para se agir de forma a responder as necessidades reais e assim esperamos que esse projeto incentive e mobilize das entidades e cidadãos, para a prática de atividades que promovam o envelhecimento ativo e saudável das pessoas, não só em Alte, mas em todo o país e quem sabe numa expectativa mais abrangente, sirva de exemplo para o mundo.