As eleições e a longevidade ou o tema esquecido pelos políticos | Opiniões

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As eleições e a longevidade ou o tema esquecido pelos políticos

03/02/2022 | Ana Marquilhas

A Longevidade e as eleições Fonte: Pexels A Longevidade e as eleições Fonte: Pexels

 O que é realmente preocupante tendo em conta que, atualmente, a população portuguesa, à semelhança da mundial, encontra-se numa nítida situação de mudança demográfica com as gerações acima dos 50 anos a representarem, atualmente e de acordo com a Pordata, 43% da população. 

De acordo com vários relatórios internacionais a estimativa é crescente e Portugal irá, em 2050, ser o 4º país com a maior longevidade a nível mundial.

A longevidade e as eleições

Infelizmente do que consultei dos vários programas eleitorais, apenas um dos partidos colocou este tema, mas numa perspetiva old fashioned com um discurso sobre a longevidade negativa tudo o que implica.

Os apoios do Estado aos utentes dos lares, os cuidados paliativos, entre outros, são obviamente assuntos importantes, mas é fundamental começar a trabalhar igualmente na prevenção e não somente no tratamento.

A nível internacional, já existem cidades com programas específicos e até ministros que se dedicam à longevidade tal é a importância que lhe reconhecem. A título de exemplo, temos Singapura que ao querer ser "The city to all ages" logo em 2015, criou o plano de ação "The Action Plan for Successful Ageing", onde foram delineadas abordagens e linhas de orientação concretas para transformar esta ambição [ser a cidade para todas as idades] numa realidade.

Acima de tudo, é preciso defender que a longevidade não deve ser vista como uma adversidade.

Pelo contrário, deve ser redefinida e aproveitada como uma força positiva. Essa é a estratégia de Singapura para lidar com os desafios de uma população que está a envelhecer rapidamente.  

E sem uma estratégia planeada, o que pode acontecer?

Pois bem, as soluções serão reativas, tardias e dispendiosas. Tanto na saúde, nas finanças como na habitação, educação e outras áreas é urgente planear e adaptar as nossas políticas a esta nova realidade.

Só assim, num futuro a médio prazo, será possível a todos desfrutar plenamente da nossa longevidade, mesmo os mais novos.

Disse bem, os mais novos, porque nunca devemos esquecer que a nossa longevidade começa quando nascemos!

Este exemplo que sirva de inspiração à nossa sociedade para iniciar importantes transformações estruturantes. Mais do que nunca, é preciso agir!