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A Biblioterapia assume empiricamente que a literatura, prescrita de forma orientada, é um agente cuidador e pacificador de emoções.
A terapêutica acontece na interceção entre o real e o imaginário, na apropriação do leitor sobre o mundo do outro, ao nível da imaginação, mas com repercussões na realidade. Filosoficamente, o seu fundamento essencial é a “identidade dinâmica”.
O leitor/ouvinte identifica-se com o texto literário através da projeção e ou introjeção, partindo-se do pressuposto que toda a experiencia narrativa é catártica: reduzindo a tensão, provocando alívio e libertando emoções que provocam placidez, cuidando.
Um livro é outro mundo possível que o leitor/ouvinte tem ao seu dispor para aprender e apreender sem experienciar, criando, na interpretação do texto, um diálogo consigo mesmo e com o outro, distanciando-se de si próprio. José Saramago (2009) explica essa dicotomia, no encontro autor/leitor num paralelo de ser humano para ser humano:
“O que nós sempre contamos, afinal, é a nossa própria história, não a história da nossa vida, aquela a que chamamos biográfica, mas essa outra que dificilmente saberíamos contar em nosso próprio nome".