Capacidade de influência aos 90 anos

Batizada de “Woodstock dos capitalistas”, a reunião anual com acionistas da Berkshire Hathaway, realizada no passado dia 06 de maio, contou com a presença do CEO do conglomerado de investimentos, Warren Buffett, de 92 anos, e o vice-presidente, Charlie Munger, de 99 anos, que subiram ao palco para responder a perguntas dos investidores e discutir negócios e a economia em geral.

Os investidores esperavam ouvir os comentários do “oráculo de Omaha”, apelido de Buffett no mercado, a respeito das recentes falências de bancos nos Estados Unidos e o abalo na indústria, e, sem surpresas, o tema esteve entre os tópicos que Buffett abordou.

Os nonagenários falaram também acerca do tema da atualidade, que é a questão da Inteligência Artificial (AI), tendo manifestado de forma cética em relação exagero negativismo em torno da inteligência artificial, acreditando que por trás dos desafios e potenciais efeitos negativos, a IA deverá ter um papel transformador.

“Vamos ver muito mais robótica no mundo”, disse Munger. “Pessoalmente, sou cético em relação a parte do ‘hype’ em torno da inteligência artificial; acho que a inteligência à moda antiga funciona muito bem.”

Buffett também fez comentários sobre o mercado imobiliário norte-americano. Há uma abundância de espaços vazios em prédios de escritórios, e as taxas de juros mais altas fazem com que se atrasem novos projetos de construção.

Muito interessante verificar que apesar da idade, Warren Buffett e Charlie Munger continuam a ser referências nas suas áreas de atuação sendo ouvidos e considerados no que toca a estes temas e continuando com uma forte capacidade de trabalho e de influência, comprovando que se pode continuar ativo e relevante para a economia e para a sociedade.

Fica o exemplo, para que, mesmo numa escala mais pequena, possamos manter a nossa voz ativa e sobretudo a capacidade de contribuir ativamente para a sociedade nas nossas várias área de atuação e a nossa dimensão, se isso fizer sentido. 

Preparados?