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Cidades que promovem o envelhecimento ativo

22/08/2019 |

Clem Onojeghuo on unsplash Clem Onojeghuo on unsplash

Mesmo que tenha uma saúde de ferro, a genica de um miúdo de 12 anos e muitos amigos e familiares com quem aproveitar a vida… não havia de deixar de querer morar numa das Cidades Amigas dos Idosos, não é verdade? Felizmente o envelhecimento ativo é um dos grandes desafios da maioria dos centros urbanos e, independentemente da zona do país onde se encontre, é capaz de estar com sorte!

 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou em 2007 o projeto mundial "Cidades Amigas dos Idosos" de modo a fomentar o bem-estar das pessoas. A ideia assenta em oito áreas estratégicas que devem ser repensadas nas cidades que promovem o envelhecimento ativo:

  • Espaços exteriores e edifícios
  • Transportes
  • Habitação
  • Participação social
  • Respeito e inclusão social
  • Participação cívica e emprego
  • Comunicação e informação
  • Apoio comunitário e serviços de saúde

Esta lista pretende ajudar os centros urbanos a olharem para si mesmos, do ponto de vista das pessoas mais velhas, de modo a identificarem onde e como poderão tornar-se mais adequados às suas necessidades e realidades, fomentando um envelhecimento ativo e positivo.

Muito dos municípios portugueses há muito que aderiram ao projeto, comprometendo-se a verificar as suas cidades e proceder às alterações necessárias para que os seus habitantes possam gozar de um envelhecimento ativo no local onde sempre viveram ou naquele que, em determinada altura, escolheram como morada. Isto através da criação de condições de saúde, participação e segurança, de modo a reforçar a qualidade de vida à medida que se envelhece, e também da adaptação de estruturas e serviços de modo a que incluam e sejam acessíveis a pessoas mais velhas com diferentes necessidades e capacidades.

 

Manchester, cidade age-friendly

Passeando pelas cidades que promovem o envelhecimento ativo, encontramos Manchester, na Inglaterra. Para começar, Manchester até é uma cidade jovem com uma percentagem de idosos relativamente pequena, mas independentemente disso – ou talvez por isso - resolveu construir um modelo age-friendly. Este modelo assenta no conceito de cidadão ativo e não no conceito de utente dos serviços sociais ou de saúde. Apesar de o envelhecimento aumentar a probabilidade de doenças, isolamento e dependência, esta cidade acredita que é possível minimizar os riscos e reuniu condições para que os seus habitantes fossem saudáveis, ativos e independentes por muito mais tempo.

Manchester nem considerou a ideia de que as pessoas mais velhas são mais lentas, mais fracas, mais dependentes e mais avessas a aprender coisas novas. Ao mesmo tempo que consciencializava todos os cidadãos, independentemente da idade, de que os idosos podem e querem manter-se ativos, incentivava a entreajuda alargando o conceito age-friendly a todos os espaços: disponibilizar numa loja uma cadeira para que uma pessoa se possa sentar enquanto espera, um copo de água ou uma casa de banho, é motivo qb para não afastar as pessoas das compras, por exemplo. E o passe gratuito para quase todos os transportes públicos, a entrada livre em museus, bibliotecas, piscinas, etc, também ajudaram para que Manchester fosse considerada a melhor das Cidades Amigas dos Idosos.

E o conceito age-friendly espalhou-se de tal maneira que só nesta cidade existem cerca de três mil grupos de voluntários e organizações comunitárias que fazem atividades com e para os idosos: cinema, música, artes, exercícios de memória, ginástica e informática, entre outras.

 

E na sua cidade? O conceito age-friendly já foi adotado de modo a providenciar um envelhecimento ativo para todos os habitantes?