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De acordo com a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, Portugal é o segundo país com a mais elevada prevalência de doenças psiquiátricas da Europa (22,9%), sendo apenas ultrapassado pela Irlanda do Norte (23,1%).
Este número ilustra uma realidade preocupante não só pelo seu impacto direto, ou seja, pelo número de pessoas que sofrem de uma doença psiquiátrica, mas também porque sabemos que a doença mental afeta, não só, a pessoa, mas também, aqueles que se preocupam com o seu bem-estar, em especial os cuidadores.
A saúde mental é uma parte integrante da saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS) define-a como «o estado de bem-estar no qual o indivíduo tem consciência das suas capacidades, pode lidar com o stress habitual do dia-a-dia, trabalhar de forma produtiva e frutífera, e é capaz de contribuir para a comunidade em que se insere».
A Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental sublinha que «a saúde mental engloba o bem-estar psicológico, mas não se reduz a este. Baseada no equilíbrio das funções mentais traduz-se em comportamentos adaptados às diferentes circunstâncias em que o indivíduo está envolvido». E explica que «a perturbação mental, que normalmente se traduz por alterações comportamentais, está relacionada com o sofrimento, incapacidade ou morbilidade causados por transtornos mentais, neurológicos ou uso de substâncias.»
Para ser classificada como perturbação é preciso que essas fragilidades «sejam continuadas ou recorrentes e que resultem num agravamento ou perturbação do funcionamento pessoal numa ou mais esferas da vida. De um modo geral pode dizer-se que a perturbação mental se caracteriza por mudanças ao nível do modo de pensamento e das emoções, normalmente com tradução comportamental, ou de uma combinação destes, associados com diminuição (ou perda) da liberdade de agir e/ou deterioração do dia-a-dia do doente, da sua vida social, do emprego ou das atividades familiares.»
A maioria das pessoas que sofrem de perturbação mental não gosta de falar sobre o assunto ou de revelar que é doente, por todo o estigma que está associado a estas doenças.
A Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental considera que «a grande mudança que deve ser operada por todos os agentes sociais é no sentido de assumirem e mostrarem que a perturbação mental é uma condição médica, como a diabetes ou a doença cardíaca, que na maior parte dos casos tem tratamento.»
O termo doença mental tem, infelizmente, ainda hoje um sentido pejorativo, por ignorância e sentimento de vulnerabilidade das pessoas. Superar este preconceito é, sem dúvida, o passo mais importante.
Mas há mais a ser feito. Desde logo, esteja presente na vida do seu amigo ou familiar, ou seja, fale com ele, mas sobretudo ouça-o. Mostre que se preocupa e seja paciente.
É, igualmente, importante aprender a aceitar. Uma doença não é algo que se escolha, mas quando acontece temos de nos empenhar em saber o mais possível sobre ela e em aprender a superá-la ou a viver com ela da melhor forma possível.
É essencial procurar ajuda profissional. Abandonar qualquer tipo de preconceito e procurar a ajuda de um psicólogo ou de um psiquiatra e pedir orientação e acompanhamento profissionais.
Para as famílias e amigos de pessoas com problemas de saúde mental pode ser também muito importante o apoio e a orientação de associações como, por exemplo, a FamiliarMente e que é a Federação Portuguesa das Associações das Famílias de Pessoas Com Experiência de Doença Mental.
Sobre a FamiliarMente saiba mais AQUI.