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Apaixonada por viagens como sou, de uns tempos para cá, sempre que embarco em uma nova exploração, tenho buscado saber mais sobre a vida e qualidade do envelhecimento dos habitantes dos locais de meus destinos e assim cumprir o meu atual propósito de vida idosa, o de partilhar informações com pessoas interessadas em saber mais e construir a própria longevidade. Isso mesmo! Propósito de vida idosa! Já explico!
Com a proximidade dos meus 60 anos e de minha reforma no Brasil decidi criar o projeto Across the Seven Seas, com o objetivo de divulgar informações e estímulos para que as pessoas construam o seu ativo e saudável envelhecimento. Amante que sempre fui das viagens e do turismo, a cada regresso percebia em mim uma força em ascensão que aguçava ainda mais a minha curiosidade pelo mundo, pelas diferentes culturas e por saber se a chegada à fase sénior era igualmente tão promissora quanto a minha.
A partir daí, iniciei novos estudos na área do jornalismo e passei a fazer parte dos pioneiros grupos paulistas relacionados ao desenvolvimento do envelhecimento ativo e saudável e à construção de uma sociedade sem preconceitos etários. Foi quando assumi o meu novo propósito de vida e passei a trabalhar na divulgação das melhores práticas e inspirações para todos aqueles interessados em construírem a sua própria longevidade e protagonismo, inclusive com os recursos que as viagens proporcionam ao saudável, ativo e alegre envelhecimento.
Hoje, participante e colaboradora em vários projetos brasileiros e portugueses, tenho tido a felicidade de ampliar os meus conhecimentos nestas áreas, inclusive quanto ao empreendedorismo relacionado ao público 60+ (economia da longevidade) e às realidades do envelhecimento em países europeus e norte-americanos. Aprender e divulgar tudo o que de bom e construtivo aprendo com meus amigos e colegas de trabalho tem sido um trabalho que me dá muito prazer. Seja por meio de artigo, entrevistas, palestras ou bate-papos, compartilho todas as minhas descobertas.
E é neste contexto de minha vida de pessoa idosa no Brasil (aos 60 anos) e agora sénior em muitos mais países (65 anos) que passo a vibrar muito mais quando visito novos lugares e pessoas com exemplos espetaculares de vida e de saber envelhecer. Portanto, essa viagem de celebração de meus 65 anos não poderia ter sido diferente. Durante um mês, percorri o norte da Itália e a Grécia com o seguinte objetivo:
Alguns amigos dizem que eu tenho “rodinha nos pés” pois sempre que posso embarco em uma nova aventura. Eu mesma gosto de dizer que sou uma mochileira 65+ pois depois de uma certa vivência em viagens aprendi a viajar sozinha e sem muitas malas. Seja como for, sou isso mesmo! Uma mulher 65+, com rodinha nos pés, aventureira e curiosa que adora contar suas histórias e achados deste mundo afora.
Quando penso que o dia de meu aniversário, 27 de setembro, foi designado pela OMT, Organização Mundial do Turismo, como o Dia Internacional do Turismo, fico em êxtase! Não podiam ter escolhido melhor dia para definir tal data hahahahah! Mais razão eu tenho para celebrar os meus aniversários com o pé na estrada, concorda?!
Que delícia chegar a esta idade e neste momento em que envelhecer tem sido sinônimo de “renascer”. Sim! Renascer para uma nova fase de vida em que muitos de nós:
Ainda que haja muito o que fazer no combate à discriminação etária, podemos dizer que estamos vivenciando uma era sem precedentes em que os mais velhos passam a ser vistos como protagonistas e participantes ativos na comunidade e na vida social.
E é nesta vibe que passei este último mês e sobre o qual escreverei destacando as melhores e mais apaixonadas experiências que tive no norte da Itália e nas ilhas da Grécia, em especial em Ikaria.
Importante eu destacar que a visita e pesquisa em Ikaria fez parte da Missão Centenarian que criei no ano passado com o objetivo de conhecer as cinco zonas azuis do mundo, tendo já estudado a Sardenha a primeira ilha a ter esta designação.
Deixo aqui um micro resumo dos melhores momentos de minha celebração dos 65 anos que servirão de tópicos para o que escreverei em detalhes:
1. No norte da Itália estive em Milão, Turim, nas charmosas cidades às margens do Lago Como, Bellagio, Lecco, Menaggio, Nessa, Cernobio e Como. Aproveitei para visitar Lugano, na Suíça. Conhecer os vilarejos e seus habitantes super longevos, sentir a atmosfera dos lagos, ver as famosas propriedades locações de filmes famosos e mansões de artistas e empresários conhecidos e presenciar exposições icônicas que fizeram destas visitas marcos na minha trajetória de exploradora 65+.
2. Em Turim, entrevistei o Dr. Osvaldo Milanesio, Diretor na Direzione Sanità e Welfare Settore Politiche per le Pari Opportunità, Diritti ed Inclusione, Progettazione ed Innovazione Sociale, da Região de Piemonte, em Turim, que falou sobre a lei regional destinada à construção do envelhecimento ativo dos habitantes da região de Piemonte. Uma referência legislativa (já em prática) que merece ser adotada no Brasil e em Portugal. Ainda em Turim, visitei museus, exposições e ainda participei de programa de TV na RAI.
3. Em Milão, época em que foi realizada a Milano Fashion Week 2022, pude vivenciar o mundo fashion e ver celebridades do cinema e da indústria da moda em evento no Teatro Scala de Milão para a entrega do Oscar da Sustentabilidade. Foi delicioso explorar a cidade de Milão além de seus pontos turísticos tradicionais. Cidade imensamente surpreendente em organização, arte, gastronomia e lazer.
4. Assistir o Coro del Teatro Scala no dia do meu aniversário de 65 anos e a Orquestra de Milão no Conservatório de Música Giuseppe Verdi no dia anterior proporcionou-me artísticos, exclusivos e inesperados momentos musicais. Foram daquelas surpresas que a vida de viagens nos costuma proporcionar.
5. Pela primeira vez na Grécia, maravilhei-me ao conhecer a Acrópole e Ágora, em Atenas, e todo o seu monumental sítio arqueológico. Percorrer os edifícios outrora berços da democracia, filosofia, ciências, teatro….marcou ainda mais meus dias de celebração dos 65 anos.
6. Tive a sorte de assistir a Orquestra Estatal de Atenas e o compositor Andreas Katsigiannis num espetáculo no Odeon de Herodes Atticos, dentro da Acrópole, cenário onde já vimos maestros e artistas famosos atuarem. Parecia um sonho. Um outro presente surpresa de aniversário que a vida me concedeu.
7. Para a tão almejada visita à Blue Zone Ikaria, terra onde as pessoas passam dos 100 anos com muita saúde e disposição fui preparada com informações e contatos fundamentais para a exploração pretendida. Ikaria é totalmente diferente das famosas e badaladas ilhas gregas. A paz reina em Ikaria. As suas praias, montanhas, termas e aldeias só podem ser acessadas de carro. É uma ilha grega fora do destino turístico usual na Grécia. Fui a partir de Atenas, com outras 10 ou 12 pessoas de aeronave. Ali eu já começava a entender uma das razões da longevidade e espetacular qualidade de vida dos ikarianos: a tranquilidade em suas aldeias.
Em Ikaria contei com o apoio técnico de muitas pessoas que me apresentaram dados, história, paisagem, cultura, culinária e pessoas longevas da região.
Trouxe a mala cheia de contatos, novos amigos e muitas histórias para contar.
8. Tive o privilégio de participar de um Blue Zone Ikarian Kitchen Workshop, em uma das vinícolas mais famosas da ilha e destaque nos livros de Dan Buettner sobre as Blue Zones. Aprendi e fiz algumas das receitas tidas como “segredos da longevidade” daquele povo fantástico.
9. Para a minha maior surpresa, em Ikaria conheci Lucia, empresária brasileira residente na ilha há 22 anos, desde antes da certificação Blue Zone e com muuuuuitas histórias para contar. Permitiu-me ter um especial olhar sobre a longevidade local – um olhar sob a ótica de uma brasileira imigrante, sensível e atenta à vida social de seus parentes e amigos gregos
10. Neste mês com os pés na estrada, ou com minhas rodinhas a funcionar, conheci muitas pessoas e muitas delas nos hosteis onde estive hospedada em Milão e Atenas. Sim! Sou hóspede assídua dos hosteis e de cada um trago uma nova amizade que hei de destacar em meus escritos pós 65 anos.
Agradeço a sua atenção a este meu relato, a meus futuros escritos, e que ele possa, de alguma forma, incentivá-la (lo) a valorizar a sua vida e a construir a sua própria longevidade.
E, conte comigo quando precisar de alguma dica.
Muito Obrigada!
Silvia Triboni www.acrosssevenseas.com