Em busca de uma alegre e saudável longevidade | Dar vida aos anos

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Em busca de uma alegre e saudável longevidade

24/10/2022 | Sílvia Triboni

Numa viagem em busca dos segredos de uma boa longevidade Fonte: Silvia Triboni Numa viagem em busca dos segredos de uma boa longevidade Fonte: Silvia Triboni

Apaixonada por viagens como sou, de uns tempos para cá, sempre que embarco em uma nova exploração, tenho buscado saber mais sobre a vida e qualidade do envelhecimento dos habitantes dos locais de meus destinos e assim cumprir o meu atual propósito de vida idosa, o de partilhar informações com pessoas interessadas em saber mais e construir a própria longevidade. Isso mesmo! Propósito de vida idosa! Já explico!

Com a proximidade dos meus 60 anos e de minha reforma no Brasil decidi criar o projeto Across the Seven Seas, com o objetivo de divulgar informações e estímulos para que as pessoas construam o seu ativo e saudável envelhecimento. Amante que sempre fui das viagens e do turismo, a cada regresso percebia em mim uma força em ascensão que aguçava ainda mais a minha curiosidade pelo mundo, pelas diferentes culturas e por saber se a chegada à fase sénior era igualmente tão promissora quanto a minha.

A partir daí, iniciei novos estudos na área do jornalismo e passei a fazer parte dos pioneiros grupos paulistas relacionados ao desenvolvimento do envelhecimento ativo e saudável e à construção de uma sociedade sem preconceitos etários. Foi quando assumi o meu novo propósito de vida e passei a trabalhar na divulgação das melhores práticas e inspirações para todos aqueles interessados em construírem a sua própria longevidade e protagonismo, inclusive com os recursos que as viagens proporcionam ao saudável, ativo e alegre envelhecimento.

Hoje, participante e colaboradora em vários projetos brasileiros e portugueses, tenho tido a felicidade de ampliar os meus conhecimentos nestas áreas, inclusive quanto ao empreendedorismo relacionado ao público 60+ (economia da longevidade) e às realidades do envelhecimento em países europeus e norte-americanos. Aprender e divulgar tudo o que de bom e construtivo aprendo com meus amigos e colegas de trabalho tem sido um trabalho que me dá muito prazer. Seja por meio de artigo, entrevistas, palestras ou bate-papos, compartilho todas as minhas descobertas.

E é neste contexto de minha vida de pessoa idosa no Brasil (aos 60 anos) e agora sénior em muitos mais países (65 anos) que passo a vibrar muito mais quando visito novos lugares e pessoas com exemplos espetaculares de vida e de saber envelhecer. Portanto, essa viagem de celebração de meus 65 anos não poderia ter sido diferente. Durante um mês, percorri o norte da Itália e a Grécia com o seguinte objetivo:

  • Conhecer as regiões com maiores concentrações de pessoas super longevas, algumas delas chamadas Blue Zones.

Alguns amigos dizem que eu tenho “rodinha nos pés” pois sempre que posso embarco em uma nova aventura. Eu mesma gosto de dizer que sou uma mochileira 65+ pois depois de uma certa vivência em viagens aprendi a viajar sozinha e sem muitas malas. Seja como for, sou isso mesmo! Uma mulher 65+, com rodinha nos pés, aventureira e curiosa que adora contar suas histórias e achados deste mundo afora.

Quando penso que o dia de meu aniversário, 27 de setembro, foi designado pela OMT, Organização Mundial do Turismo, como o Dia Internacional do Turismo, fico em êxtase! Não podiam ter escolhido melhor dia para definir tal data hahahahah! Mais razão eu tenho para celebrar os meus aniversários com o pé na estrada, concorda?!

Que delícia chegar a esta idade e neste momento em que envelhecer tem sido sinônimo de “renascer”. Sim! Renascer para uma nova fase de vida em que muitos de nós:

  • iniciam novas carreiras;
  • adquirem novas competências
  • realizam sonhos inimagináveis de serem concretizados no passado.

Ainda que haja muito o que fazer no combate à discriminação etária, podemos dizer que estamos vivenciando uma era sem precedentes em que os mais velhos passam a ser vistos como protagonistas e participantes ativos na comunidade e na vida social.

E é nesta vibe que passei este último mês e sobre o qual escreverei destacando as melhores e mais apaixonadas experiências que tive no norte da Itália e nas ilhas da Grécia, em especial em Ikaria.

Importante eu destacar que a visita e pesquisa em Ikaria fez parte da Missão Centenarian que criei no ano passado com o objetivo de conhecer as cinco zonas azuis do mundo, tendo já estudado a Sardenha a primeira ilha a ter esta designação.

Deixo aqui um micro resumo dos melhores momentos de minha celebração dos 65 anos que servirão de tópicos para o que escreverei em detalhes:

 

1. No norte da Itália estive em Milão, Turim, nas charmosas cidades às margens do Lago Como, Bellagio, Lecco, Menaggio, Nessa, Cernobio e Como. Aproveitei para visitar Lugano, na Suíça. Conhecer os vilarejos e seus habitantes super longevos, sentir a atmosfera dos lagos, ver as famosas propriedades locações de filmes famosos e mansões de artistas e empresários conhecidos e presenciar exposições icônicas que fizeram destas visitas marcos na minha trajetória de exploradora 65+.

2. Em Turim, entrevistei o Dr. Osvaldo Milanesio, Diretor na Direzione Sanità e Welfare Settore Politiche per le Pari Opportunità, Diritti ed Inclusione, Progettazione ed Innovazione Sociale, da Região de Piemonte, em Turim, que falou sobre a lei regional destinada à construção do envelhecimento ativo dos habitantes da região de Piemonte. Uma referência legislativa (já em prática) que merece ser adotada no Brasil e em Portugal. Ainda em Turim, visitei museus, exposições e ainda participei de programa de TV na RAI.

3. Em Milão, época em que foi realizada a Milano Fashion Week 2022, pude vivenciar o mundo fashion e ver celebridades do cinema e da indústria da moda em evento no Teatro Scala de Milão para a entrega do Oscar da Sustentabilidade. Foi delicioso explorar a cidade de Milão além de seus pontos turísticos tradicionais. Cidade imensamente surpreendente em organização, arte, gastronomia e lazer.

4. Assistir o Coro del Teatro Scala no dia do meu aniversário de 65 anos e a Orquestra de Milão no Conservatório de Música Giuseppe Verdi no dia anterior proporcionou-me artísticos, exclusivos e inesperados momentos musicais. Foram daquelas surpresas que a vida de viagens nos costuma proporcionar.

5. Pela primeira vez na Grécia, maravilhei-me ao conhecer a Acrópole e Ágora, em Atenas, e todo o seu monumental sítio arqueológico. Percorrer os edifícios outrora berços da democracia, filosofia, ciências, teatro….marcou ainda mais meus dias de celebração dos 65 anos.

6. Tive a sorte de assistir a Orquestra Estatal de Atenas e o compositor Andreas Katsigiannis num espetáculo no Odeon de Herodes Atticos, dentro da Acrópole, cenário onde já vimos maestros e artistas famosos atuarem. Parecia um sonho. Um outro presente surpresa de aniversário que a vida me concedeu.

7. Para a tão almejada visita à Blue Zone Ikaria, terra onde as pessoas passam dos 100 anos com muita saúde e disposição fui preparada com informações e contatos fundamentais para a exploração pretendida. Ikaria é totalmente diferente das famosas e badaladas ilhas gregas. A paz reina em Ikaria. As suas praias, montanhas, termas e aldeias só podem ser acessadas de carro. É uma ilha grega fora do destino turístico usual na Grécia. Fui a partir de Atenas, com outras 10 ou 12 pessoas de aeronave. Ali eu já começava a entender uma das razões da longevidade e espetacular qualidade de vida dos ikarianos: a tranquilidade em suas aldeias.

Em Ikaria contei com o apoio técnico de muitas pessoas que me apresentaram dados, história, paisagem, cultura, culinária e pessoas longevas da região.

Trouxe a mala cheia de contatos, novos amigos e muitas histórias para contar.

 

8. Tive o privilégio de participar de um Blue Zone Ikarian Kitchen Workshop, em uma das vinícolas mais famosas da ilha e destaque nos livros de Dan Buettner sobre as Blue Zones. Aprendi e fiz algumas das receitas tidas como “segredos da longevidade” daquele povo fantástico.

9. Para a minha maior surpresa, em Ikaria conheci Lucia, empresária brasileira residente na ilha há 22 anos, desde antes da certificação Blue Zone e com muuuuuitas histórias para contar. Permitiu-me ter um especial olhar sobre a longevidade local – um olhar sob a ótica de uma brasileira imigrante, sensível e atenta à vida social de seus parentes e amigos gregos

10. Neste mês com os pés na estrada, ou com minhas rodinhas a funcionar, conheci muitas pessoas e muitas delas nos hosteis onde estive hospedada em Milão e Atenas. Sim! Sou hóspede assídua dos hosteis e de cada um trago uma nova amizade que hei de destacar em meus escritos pós 65 anos.

Agradeço a sua atenção a este meu relato, a meus futuros escritos, e que ele possa, de alguma forma, incentivá-la (lo) a valorizar a sua vida e a construir a sua própria longevidade.

E, conte comigo quando precisar de alguma dica.

Muito Obrigada!

Silvia Triboni www.acrosssevenseas.com