Está a minha casa preparada para quando eu tiver 80 anos? | Habitação

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Está a minha casa preparada para quando eu tiver 80 anos?

12/06/2021 | Fernanda Cerqueira

«Limitada» e «envelhecida» a oferta de habitação continua aquém das necessidades. FOTO UNSPLASH «Limitada» e «envelhecida» a oferta de habitação continua aquém das necessidades. FOTO UNSPLASH

O ageing in place é hoje encarado não como uma alternativa à institucionalização, mas como a nossa primeira opção. Pelo menos para a maioria de nós. A ideia de viver o máximo de anos possíveis nas nossas casas e em comunidade é uma ideia feliz, não só pela inclusão social, mas também pela recompensa emocional que traz associada.

Nesta mudança de paradigma começamos a dar os primeiros passos para que a população mais velha não fique à margem da comunidade em que viveu. Mas, «a habitação, que é central na questão da ageing in place,» apresenta-se como «um desafio», afirmou Pedro Moura Ferreira, professor do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, que falava durante a 16ª sessão do Simpósio InterAções.

«Limitada» e «envelhecida» a oferta de habitação continua aquém das necessidades

Debatemo-nos com uma «incapacidade da sociedade em encontrar novos modelos de habitação que posam realmente ir ao encontro das necessidades crescentes que esta parte da população mais velha e em cada vez em maior número necessita», reconheceu Pedro Moura Ferreira, sublinhando que «precisamos de habitação adequada à forma como as pessoas envelhecem e, nesse ponto de vista, a resposta habitacional é ainda muito limitada».

«É curioso notar que a Lei de Bases da Habitação (aprovada em 2019), embora fale em modelos de habitação colaborativa, e que são importantes também para o envelhecimento, é omissa em qualquer referência ao envelhecimento». Para o professor Pedro Moura Ferreira «as casas e a nossa habitação deviam ser pensadas por forma a se adaptarem a esta mudança que nos afeta a todos – o envelhecimento». Na sua opinião é essencial haver um planeamento e uma «adequação da habitação ao longo da vida».

3ª Edição do Simpósio Interações – Uma Sociedade para Todas as Idades

O professor Pedro Moura Ferreira, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, fez parte de uma sessão que contou também com as participações de Constança Paúl, da Universidade do Porto; Stella Bettencourt da Câmara, do Instituto Superior Ciências Sociais e Políticas de Lisboa; de José São José, da Universidade do Algarve; e de Mário Rui André, Diretor da Unidade de Missão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Esta sessão integra a 3ª Edição do Simpósio Interações – Uma Sociedade para Todas as Idades, organizado pela Unidade de Missão ‘Lisboa Cidade de Todas as Idades’ da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Esta foi a 16ªsessão de um conjunto de 18 sessões, todas com transmissão online e gratuitas. Não deixe de ver ou rever a sessão completa no canal do Youtube da SCML.