HENRIQUE POLIGNAC DE BARROS Senhor Imobiliário e um espírito sonhador! | Dar vida aos anos

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HENRIQUE POLIGNAC DE BARROS Senhor Imobiliário e um espírito sonhador!

02/12/2018 |

Henrique Polignac Barros Henrique Polignac Barros

Assim se apresenta Henrique Polignac de Barros, que fomos conhecer um pouco melhor para a nossa rubrica “Jovens para sempre”. 

Como grande parte do que somos em adultos é marcado pelo que vivemos na nossa juventude, questionamos Henrique Polignac de Barros acerca desta época da sua vida, assim como aquilo que o inspirava e motivava. Respondeu-nos citando o pensamento de grandes estadistas, como Churchill e Clémenceau, “quem não for revolucionário aos 20 anos não tem coração, quem não for liberal aos 30 anos não é inteligente e quem não for conservador aos 40 anos não tem juízo”.

Numa conversa franca e sempre muito bem-disposta, começa por nos confessar que enquanto jovem se deixou influenciar por um espírito mais revolucionário, com o Maio de 68 e outros movimentos da altura... para a seguir adotar um espírito mais liberal, com o desenvolvimento de uma vida empresarial ativa.

Sempre muito empreendedor, criou várias empresas, tanto em Portugal como no estrangeiro, mas é acima de tudo muito reconhecido, no seu meio, como o fundador da APPII, “levado por um espírito mais solidário e dotado de maiores preocupações sociais e também coletivas, participei na criação da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários há 27 anos”.

Uma coisa é certa, o espírito sonhador, o humor, a vontade de criar e, acima de tudo, o acreditar são traços que o caraterizam e que se sentem ao longo da conversa, desde os tempos de juventude até aos dias de hoje. Conta-nos com graça que sempre, e nas suas palavras, “procurei fazer coisas bastante  sérias, sem me levar muito a sério”.

 

Uma alcunha bem a propósito:

O prestígio que goza atualmente no setor imobiliário e que lhe mereceu a alcunha de “Senhor Imobiliário” deve-se em grande medida a uma vontade enorme de inovar, de fazer bem e de dignificar o setor. 

A propósito da recente homenagem de que foi alvo, por altura da semana de reabilitação urbana, questionamo-lo acerca do título que lhe foi atribuído. A  resposta foi perentória e franca: “Evidentemente que não!” Adiantando-se a explicar: “Essa afirmação foi proferida, na homenagem que refere, pelo meu querido amigo André Jordan, mas ele sim é o Senhor Turismo”, referindo-se ainda a André Jordan como “uma pessoa que, para além de ser um amigo de longa data,  é um dos maiores visionários do setor imobiliário e turístico português de todos os tempos. Eu sou apenas um seu humilde admirador, com quem sempre aprendi e continuo a aprender muito”. 

A propósito do setor imobiliário, considera ser para si uma atividade apaixonante e, portanto, ser fácil manter a mesma energia ao longo dos anos e ter sempre vontade de abraçar novos desafios.

Para além de uma grande humildade e desprendimento, Henrique Polignac de Barros irradia uma energia fantástica e, sem dar mostras de querer abrandar, explica-nos que a receita passa por fazer tudo com paixão, com humor e com um enorme querer. “A verdade é que não me imagino sem trabalhar. Sinto uma enorme necessidade de criar, de fazer coisas e por isso procuro manter-me sempre ocupado e a trabalhar.”

Mas esta energia é fruto da sua disciplina. É um homem que procura manter-se intelectualmente ativo, fórmula  que considera importantíssima... 

É um homem do mundo. “Procuro manter-me sempre informado e para isso leio, todos os dias, três a quatro jornais diários, tanto nacionais como estrangeiros. Tento também viajar sempre que posso, o que me leva a contactar com diferentes pessoas e a captar a cultura de outros povos.”

Relativamente a histórias e experiências que marcaram a sua vida, refere a  criação da APPII, a Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários. É quase que como se falasse de um filho, conta-nos com emoção, ”tenho o maior gosto e a maior honra de ser um dos seus fundadores, o seu sócio n.º 1 e o seu presidente há quase 28 anos”.

A APPII é uma associação que começou em 1991, com cinco pessoas, cinco empresários e que hoje representa cerca de 200 entidades, constituídas pelas maiores e mais significativas empresas, nacionais e estrangeiras, com atividade no setor imobiliário português.

“Tenho um orgulho imenso neste projeto, que hoje é um destacado e muito respeitado player do setor imobiliário e que representa um segmento de mercado de extrema relevância, o da promoção e investimento imobiliário, do setor imobiliário e da economia portuguesa no seu todo.”

Confrontado com a possibilidade de voltar uns anos atrás, Henrique Polignac de Barros diz que tentaria corrigir alguns erros, porém olha para a vida como uma contínua aprendizagem e que para tal se tem de, inevitavelmente, cometer alguns erros. “Mas, no seu conjunto, para além de evitar esses erros, manteria quase tudo igual.”

 

Um sonhador pragmático 

Em sentido contrário e quando lhe falámos do futuro, responde com entusiasmo, “todos os dias acordo com novas ideias e novos projetos, desafiando-me permanentemente. Sei que de todos esses projetos só uma pequena parte se realizará, mas penso que o importante é manter um espírito sonhador”.

Perspetiva o futuro com otimismo e esperança, embora saiba que surgirão momentos difíceis que haverá de ultrapassar, pelo que é sempre importante estarmos preparados.

Líder nato, procura  delegar sempre que pode, mantendo contudo um acompanhamento próximo dos seus colaboradores. O esforço em equipa é para si fundamental e este inclui, se possível, pessoas de gerações diferentes. “Sou da opinião de que é benéfica a simbiose entre os jovens e os mais velhos, já que uns podem aprender com a experiência e outros beneficiar da força e da garra da juventude.” 

Ainda sobre o futuro, “por experiência própria, dei-me conta de que passei já, pelo menos, por três grandes crises económicas, seguidas de três momentos de grande pujança. Com isso aprendi que na vida nada é eterno ou definitivo. A vida, tal como a economia, e particularmente o setor imobiliário, é também feita de ciclos, ora positivos ora negativos”.

E por isso, refere: “Penso que devemos manter sempre uma boa dose de bom senso nas decisões que tomamos. Nos momentos de maior bonança evitar as euforias desmedidas e nos momentos mais difíceis evitar o desespero. Procuro, em cada um desses momentos, seguir trabalhando serenamente , estar profundamente grato pelo que a vida me dá e preparar o futuro o melhor que puder.”