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Investigadores do Porto encontram forma de travar progressão do cancro do pâncreas

10/02/2022 | Fernanda Cerqueira

Investigadores do Porto encontram forma de travar progressão do cancro do pâncreas. FOTO UNSPLASH Investigadores do Porto encontram forma de travar progressão do cancro do pâncreas. FOTO UNSPLASH

Uma equipa de investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto encontrou na comunicação entre células uma forma de travar a progressão do cancro do pâncreas.

De acordo com o comunicado citado pela agência Lusa, o que os investigadores perceberam foi que «em tumores pancreáticos, as células estaminais cancerígenas comunicam com as células do tumor, dando-lhes ordens para que o tumor cresça e resista à quimioterapia».

Apesar de menos numerosas, «são as células estaminais as que mais comunicam com as outras células. São elas, aliás, que comandam e transmitem as diretrizes para o tumor poder sobreviver», acrescenta a equipa.

O que os investigadores do i3S fizeram foi centrar-se nesta comunicação, feita através da secreção de vesículas extracelulares. Verificaram que, no interior das vesículas extracelulares, existe uma proteína, a Agrin, que, «quando enviada às outras células, impulsiona o tumor a crescer e a vencer as adversidades, nomeadamente, a quimioterapia».

É essa comunicação que importa impedir, concluíram, e isso é possível fazer com recurso a moléculas inibidoras. «Utilizamos anticorpos para bloquear a proteína Agrin e verificamos igualmente uma desaceleração no crescimento do tumor», acrescenta a investigadora líder da equipa, Sónia Melo.

A partir daqui, poderá haver dois caminhos na investigação: a «utilização de drogas para impedir a comunicação entre células cancerígenas» e «anticorpos para bloquear a proteína Agrin».

Para a investigadora, os dois métodos «apresentam potencial como soluções terapêuticas a aplicar pelos clínicos aos doentes com cancro do pâncreas, com o objetivo de travar a progressão do tumor e minimizar a resistência terapêutica».

A descoberta já foi publicada numa das mais importantes revistas médicas de gastroenterologia e hepatologia.

 

Fonte: Porto.pt