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A cidade de Lisboa apresenta hoje uma complexa realidade que exige das entidades que nela intervêm um repensar da sua missão, visão e atuação, com enfoque na pós-modernidade. Esta tem sido a exigência que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) tem colocado no processo de qualificação da sua intervenção. Os ganhos desta reflexão constante têm sido tão mais eficazes, eficientes e efetivos, quanto a pertinência dos parceiros que se incluem nas decisões.
A SCML tem vindo a trabalhar, de forma integrada, com a Câmara Municipal de Lisboa (CML), o Instituto de Segurança Social (ISS), a Administração Regional de Saúde (ARS) e a Polícia de Segurança Pública (PSP) as questões da longevidade, recriando estratégias que transformem em oportunidade as vulnerabilidades associadas a uma população lisboeta com mais anos de vida e com níveis de isolamento e solidão inquietantes.
O Programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades” surge, assim, desta articulação entre entidades com responsabilidade social e de intervenção, que procuram contribuir para a independência/autonomia e para o aumento do bem-estar da população residente, com enfoque no grupo etário com mais de 65 anos. Desta forma, pretende-se olhar a longevidade, não como uma mera questão demográfica, mas como um desafio de adequação de políticas económico-sociais e das estruturas comunitárias para a promoção saudável e ativa da população de idade avançada, favorecendo condições de participação na promoção da cidadania na senda da coesão social, contrariando o anterior paradigma da institucionalização.
O “Lisboa, Cidade de Todas as Idades” concretiza-se num conjunto de medidas que assentam em três eixos estratégicos: Vida Ativa, Vida Autónoma e Vida Apoiada.
A promoção da Vida Ativa traduz-se na melhoria e no acesso de atividades de âmbito cultural, desportivo, de formação, de participação e de intervenção cívica. O incentivo da Vida Autónoma assenta no favorecimento das condições físicas do espaço público e do edificado, assim como na requalificação e na diversificação da rede de equipamentos e serviços que promovam a autonomia. O impulsionamento da Vida Apoiada passa pela ampliação da rede de equipamentos sociais e de saúde, assim como pela prestação de cuidados para as situações de dependência e isolamento.
Desde os anos 1970 que Portugal, à semelhança de outros países europeus, experimenta um processo de modernização social e das condições de vida. Assiste-se a uma reconfiguração da sociedade portuguesa assente no aumento dos níveis de bem-estar, com alterações demográficas, como a redução da mortalidade, a diminuição dos níveis de fecundidade, os movimentos migratórios e o aumento total de anos de vida, para os quais é necessário dar vida aos anos.
Segundo dados de 2011, ¼ da população residente em Lisboa tem 65 ou mais anos, sendo a região que apresenta um dos maiores índices de longevidade. Esta transformação exige que se repense a complexidade dos desafios e das oportunidades que se colocam.
Apesar da imprevisibilidade futura, estamos informados e conscientes de que a tendência é viver mais tempo e com melhor saúde, o que implica uma aposta de fundo em políticas públicas e em programas que promovam uma longevidade ativa e que intervenham nas questões relativas à manutenção das capacidades funcionais da população 65+.
O Programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades”, impulsionado agora pela SCML em conjunto com os parceiros (CML, ISS, ARS e PSP), investe em medidas mais efetivas de resposta às expectativas percebidas pelos cidadãos e que incentivam a sua intervenção nas questões que lhe são próprias.