Introduza o seu e-mail
Segundo o referido artigo, saúde e cuidados de saúde são conceitos distintos e que convém clarificar.
O conceito de saúde é a ausência de doença, que se materializa pelo bem-estar físico, psíquico e social.
Os cuidados de saúde é o sistema que nos faz recuperar a saúde quando estamos doentes. Portanto, este deve ser o nosso último recurso pois o que não queremos, é ficar doentes. Para isso, temos claramente que investir na prevenção. E é aqui que deverão estar concentrados os nossos esforços. Ou pelo menos, grande parte deles, que incluem não só a saúde propriamente dita, mas todo o ambiente onde vivemos:
são alguns dos determinantes para a saúde e o bem-estar de todos nós e da nossa sociedade como um todo.
Assim, devemos pensar a origem da doença numa perspetiva mais abrangente e não estritamente fisiológica. O artigo do observador considera assim alguns exemplos para ser mais fácil perceber este conceito.
Refere o caso de uma pessoa que cai na rua, e mais tarde é internado com uma cirrose hepática.
A partida, nenhuma das ocorrências têm ligação, mas a verdade é que este individuo é alcoólico. Assim, mesmo tendo resolvido o problema da doença, os serviços foram ineficazes a resolver a raiz do problema, por total desconhecimento da realidade do paciente.
A importância de conhecermos o paciente e e não apenas a sua doença é aquilo que devemos efetivamente pensar se quisermos ganhar qualidade de vida enquanto indivíduos, focando-nos na causa, e questionando:
Assim se quisermos olhar para os desafios do envelhecimento ativo buscando soluções e atuando na diminuição dos custos dos cuidados de saúde, precisamos olhar para a prevenção, e portanto para o individuo, conhecendo a sua realidade.
O artigo segue referindo ainda o impacto que as políticas públicas, podem ter também na saúde.
Recuperamos aqui um dos exemplos mencionados:
No caso das políticas de mobilidade urbana, referem o caso da oferta das trotinetes elétricas. Aparentemente uma boa ideia pois permite diminuir o tráfego no centro da cidade, mas não promove a prática de exercício físico implicando o aumento de acidentes que em última análise, se reflete no incremento dos gastos em cuidados de saúde.
Assim, provavelmente a decisão poderia ter passado por um maior reforço da oferta de bicicletas elétricas em detrimento das trotinetes.
Ao criar este novo paradigma centrado na saúde e na prevenção, temos que avaliar as decisões numa logica mais abrangente reconhecendo o impacto das políticas publicas na saúde e não apenas na economia e ambiente, e no caso medicina e dos cuidados médicos devemos conhecer o paciente e não focar exclusivamente na doença.
Concorda?
Veja também o nosso podcast “A prescrição social e a dimensão humana no tratamento” com Sónia Dias