Mudar o paradigma e investir na saúde | Saúde e Bem Estar

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Mudar o paradigma e investir na saúde

20/01/2022 | Sofia Alçada

Como investir na saúde e não nos cuidados de saúde. Fonte: Pexels Como investir na saúde e não nos cuidados de saúde. Fonte: Pexels

Segundo o referido artigo, saúde e cuidados de saúde são conceitos distintos e que convém clarificar.

O conceito de saúde é a ausência de doença, que se materializa pelo bem-estar físico, psíquico e social.

Os cuidados de saúde é o sistema que nos faz recuperar a saúde quando estamos doentes. Portanto, este deve ser o nosso último recurso pois o que não queremos, é ficar doentes. Para isso, temos claramente que investir na prevenção. E é aqui que deverão estar concentrados os nossos esforços. Ou pelo menos, grande parte deles, que incluem não só a saúde propriamente dita, mas todo o ambiente onde vivemos:

  • A habitação
  • O meio envolvente - qualidade do ar, água por exemplo
  • Os meios transportes,
  • O rendimento
  • As ligações familiares
  • Os amigos e rede de contactos
  • O estilo de vida

são alguns dos determinantes para a saúde e o bem-estar de todos nós e da nossa sociedade como um todo.

Como pensar na doença numa perspetiva abrangente?

Assim, devemos pensar a origem da doença numa perspetiva mais abrangente e não estritamente fisiológica. O artigo do observador considera assim alguns exemplos para ser mais fácil perceber este conceito.

Refere o caso de uma pessoa que cai na rua, e mais tarde é internado com uma cirrose hepática.

A partida, nenhuma das ocorrências têm ligação, mas a verdade é que este individuo é alcoólico. Assim, mesmo tendo resolvido o problema da doença, os serviços foram ineficazes a resolver a raiz do problema, por total desconhecimento da realidade do paciente.

A importância de conhecermos o paciente e e não apenas a sua doença é aquilo que devemos efetivamente pensar se quisermos ganhar qualidade de vida enquanto indivíduos, focando-nos na causa, e questionando:

  • o que leva à falta de saúde?
  • o que podemos mudar ou melhorar para evitar a doença?

Assim se quisermos olhar para os desafios do envelhecimento ativo buscando soluções e atuando na diminuição dos custos dos cuidados de saúde, precisamos olhar para a prevenção, e portanto para o individuo, conhecendo a sua realidade.

Qual o impacto das políticas públicas na nossa saúde?

O artigo segue referindo ainda o impacto que as políticas públicas, podem ter também na saúde.

Recuperamos aqui um dos exemplos mencionados:

No caso das políticas de mobilidade urbana, referem o caso da oferta das trotinetes elétricas. Aparentemente uma boa ideia pois permite diminuir o tráfego no centro da cidade, mas não promove a prática de exercício físico implicando o aumento de acidentes que em última análise, se reflete no incremento dos gastos em cuidados de saúde.

Assim, provavelmente a decisão poderia ter passado por um maior reforço da oferta de bicicletas elétricas em detrimento das trotinetes.

Ao criar este novo paradigma centrado na saúde e na prevenção, temos que avaliar as decisões numa logica mais abrangente reconhecendo o impacto das políticas publicas na saúde e não apenas na economia e ambiente, e no caso medicina e dos cuidados médicos devemos conhecer o paciente e não focar exclusivamente na doença.

Concorda?

Veja também o nosso podcast “A prescrição social e a dimensão humana no tratamento” com Sónia Dias