Novo paradigma do trabalho e a transição verde | Rendimento

Introduza o seu e-mail

Novo paradigma do trabalho e a transição verde

21/06/2022 | Sofia Alçada

Novo paradigma do trabalho: Foto: Gustavo Fring em pexels Novo paradigma do trabalho: Foto: Gustavo Fring em pexels

Grupo Adecco reuniu dados e reforçou-os com os do LinkedIn para confirmar um facto:

  • Há atualmente uma alteração nas competências e perfis de trabalho, onde o verde – a sustentabilidade - é claramente uma preocupação.

Uma economia com maior preocupação ambiental e um movimento em direção a um futuro mais sustentável, afetará a procura de novas competências no mercado de trabalho. E a transição para um mundo ambientalmente mais responsável não será possível sem as competências certas.

O estudo do Grupo Adecco revela que sem desenvolvimento de competências a economia global pode perder cerca de 71 milhões de postos de trabalho até tornar-se circular.

As alterações climáticas são uma emergência.

A falta de alimentos, água e biodiversidade, assim como a migração forçada, terá efeitos devastadores no nosso mundo se não mudarmos as nossas práticas.

Identificar e desenvolver as competências “verdes” é essencial para uma transição para uma economia de baixo carbono e para capitalizar todas as vantagens que tem para oferecer a nível social, ambiental e económico.

Novos parâmetros ambientais e regulações levarão a mudanças nos produtos e serviços, assim como nos postos de trabalho e competências disponíveis. E se quisermos real mudança, temos de transformar essas competências e esses postos de trabalho.

“Mais do que postos de trabalho – temos que perceber às competências que potenciam esses postos de trabalho”, defende o CEO do LinkedIn, Ryan Rolansky.

Atualmente, os empregos “verdes” mais procurados são:

  • especialistas ambientais,
  • engenheiros civis e florestais,
  • técnicos ambientais,
  • técnicos de instalação fotovoltaicos.

Mas o espectro alarga-se, e outros setores habitualmente não associados ao ambiente estão também a mudar para práticas e modelos de baixo carbono, à medida que a emergência das alterações climáticas cresce.

Muitas práticas de produção e de consumo são ambientalmente insustentáveis.

Postos de trabalho que causam, de forma direta ou indireta, a degradação e o esgotamento dos recursos terrestres têm de mudar para boas práticas zero carbono, e novos postos de trabalho têm de ser criados de forma a proteger o nosso planeta.

Criar uma economia mais verde e baseada em postos de trabalho mais verdes é urgente e necessário.

Estaremos perto de atingir este objetivo?

Adaptar as novas competências a postos de trabalho que não eram habitualmente associados ao ambiente é crucial.

Ao longo dos últimos cinco anos houve um impulso da procura por novas competências relacionadas com o ambiente, registando-se os maiores crescimentos ao nível de:

  • gestão de ecossistemas,
  • política ambiental
  • prevenção da poluição.

A disrupção provocada pela pandemia levou várias empresas a acelerar a transição digital e vários governos e entidades anunciaram apoios financeiros para o “recomeço verde”.

Mudança na forma e no local de trabalho: A transição verde

A pandemia veio mudar a forma como trabalhamos e onde trabalhamos, e trouxe nova emergência à crise climática, até porque parte da raiz que causa as alterações ao clima também aumenta a tendência para pandemias.

As lições que aprendemos e as novas formas de pensar são claras: estamos a priorizar a transição verde.

De regresso ao novo normal, assiste-se assim a uma maior procura por empregos amigos do ambiente. E é importante que todos os setores se foquem nas boas práticas amigas do ambiente, saudáveis e associadas ao bem-estar.

Também é importante assegurar que este caminho é feito sem excluir ninguém, sem deixar para trás quem depende de empregos menos verdes.

Formar e requalificar: A mudança já começou

O que é um emprego “verde”?

A transição verde é uma exigência global. Mas o que faz exatamente um emprego ambientalmente responsável?

Significará trabalhar diretamente no setor ambiental?

Ou simplesmente não trabalhar para organizações que afetam de forma negativa o planeta?

O Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional (Cedefop) define as competências “verdes” como:

 “o conhecimento, competências, valores e atitudes necessárias para viver, desenvolver e apoiar uma sociedade sustentável e eficiente em termos de recursos”.

Desde que foi publicada em 2010, a definição base frequentemente utilizada em relatórios que estudam a economia verde é a do Bureau of Labour Statistics define que os empregos verdes são:

  • Empregos em áreas de negócio que produzem bens ou fornecem serviços que aportam vantagens para o ambiente ou que contribuem para a conservação dos recursos naturais;
  •  trabalhos em que um dos deveres do trabalhador passa por tornar o processo de produção mais amigo do ambiente ou por usar menos recursos.

Fonte: Grupo Adecco