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A partir dos resultados obtidos nos projetos-piloto, em curso em 30 concelhos do país, Catarina Marcelino, Vice-Presidente do Instituto da Segurança Social, traça o retrato do Cuidador Informal, em Portugal.
«A média de idades dos cuidadores informais é de 54 anos. São, portanto, pessoas na idade ativa». E este é um dado muito importante, pois revela que estamos a falar de pessoas que muitas vezes tiveram de abdicar da sua ligação ao mercado de trabalho para se dedicarem ao cuidado. Algo que na opinião de Catarina Marcelino nos deve levar a «evoluir para políticas em que as pessoas que assumem este papel não sejam prejudicadas nos seus rendimentos nem no presente e nem no futuro».
Outro aspeto muito importante é que 84% das pessoas que pediram o Estatuto do Cuidador Informal são mulheres. «Temos de olhar para a medida e também para a política encontrando formas de incentivar também homens a serem cuidadores. Porque esse equilíbrio é fundamental para uma sociedade mais justa», considera a Vice-Presidente da Segurança Social.
As pessoas cuidadas são, maioritariamente, pais, seguem-se os filhos e, depois, os cônjuges. «39% são pais; 31% filhos; e 13% cônjuges. Este é o universo das pessoas cuidadas, relativamente ao pedido do Estatuto».
«60% são pessoas que têm mais de 65 anos; 11% pessoas até aos 18 anos; 29% pessoas na idade ativa». E se quem cuida é na esmagadora maioria dos casos mulher, no universo das pessoas cuidadas essa diferença não existe. Nas pessoas cuidadas falamos em 50-50.
O Estatuto do Cuidador Informal está neste momento implementado em 30 concelhos do país, correspondendo a 30 projetos-piloto que, após concluídos, vão permitir identificar as falhas e aferir as melhorias necessárias à sua plena operacionalização.
No âmbito destes projetos-piloto, os cuidadores informais principais têm acesso ao Subsídio de Apoio ao Cuidador Informal, que tem o valor de referência de 438,81 euros e que é variável em função dos rendimentos. De acordo com as declarações da Vice-Presidente da Segurança Social «o valor médio mensal processado é de 316,84 euros».
Catarina Marcelino, Instituto da Segurança Social; Adriana Henriques, Escola Superior de Enfermagem de Lisboa; José Bruno Alves, Cuidadores Portugal e Eurocarers; Ricardo Rodrigues, do European Centre for Social Welfare Policy and Research; Manuel Rosa Grilo, da Câmara Municipal de Lisboa; Etelvina Ferreira, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa foram os oradores convidados da sessão ‘Os cuidadores informais no planeamento e prestação de cuidados’, moderada por Mário Rui André, Diretor da Unidade de Missão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Uma sessão integrada na 3ª Edição do Simpósio Interações – Uma Sociedade para Todas as Idades, organizado pela Unidade de Missão ‘Lisboa Cidade de Todas as Idades’ da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Para saber mais sobre o Estatuto do Cuidador Informal não deixe de ler o nosso artigo Estatuto do Cuidador Informal: direito a cuidar e a ser cuidado
Esta foi a 8ª sessão de um conjunto de 16 sessões, todas com transmissão online e gratuitas, sempre às quartas-feiras, com início às 14h30.
Saiba mais AQUI sobre esta iniciativa. E não deixe de ver ou rever a sessão completa no canal do Youtube da SCML.