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Nasci em Benavila, concelho de Avis, junto à albufeira da Barragem do Maranhão. Foi aí, no coração do Alto Alentejo, que cresci e estudei até ao 12.º ano de escolaridade, tendo terminado o ensino secundário no Liceu de Portalegre. Em 1981 ingressei na Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa, cidade/distrito para onde então migrei e onde continuo a trabalhar e a viver até hoje, sem nunca ter descurado a minha paixão pelo Alentejo. Após a licenciatura sucederam-se pós-graduações, especializações e uma carreira profissional em diversas áreas do Direito. Nunca me esqueci, porém, que foram as minhas raízes – a minha família, a minha terra e a boa gente de lá - que me forneceram o alimento necessário para que as asas me crescessem. Costumo dizer que sou um pássaro do campo que voou para a cidade.
O gosto pela escrita:
Sempre gostei de escrever. Em pequena já eu rabiscava coisas em papéis, blocos, cadernos, agendas, mesas, paredes, enfim, em tudo o que apanhava, até a parte de baixo da mesa de corte da alfaiataria do meu pai eu rabisquei toda com giz de alfaiate. Amante das letras e da leitura, sobretudo de autores portugueses, ao longo da vida fui aguçando, a par da minha vida profissional, o gosto de escrever sobre o que via, o que sentia ou mesmo o que inventava. Em verso ou em prosa, conforme a maré ou o estado de alma, mantive secreto durante muitos anos o sonho de um dia me tornar «escritora».
Em 2014, com o incentivo de alguns amigos, consegui recuperar e arrumar alguns poemas antigos numa coletânea que publiquei em 2015, Primavera Prometida. A publicação desta obra, que considero autobiográfica para todos quantos passam, como eu passei, pelas diversas estações da vida, entre amores e desamores, paixões e desilusões, fantasias escangalhadas e esperanças renovadas, foi o «impulso positivo» de que eu precisava para continuar a escrever mais e melhor.
Com o tempo, fui percebendo que, a par de escrever sobre os meus temas favoritos (o amor, a amizade, o Alentejo, o mar, as minhas boas recordações de infância, o outono, os meus avós, todos eles bem presentes em Primavera Prometida, mas muitas vezes num tom dramático e fatalista), também era capaz de escrever sobre o lado positivo e humorístico de todas as coisas. Rir-me disso e até fazer rir os outros.
Foi assim que a partir de 2012 comecei a desenvolver um estilo de escrita mais descontraído e mais leve. Descomplicado. Tal como a vida deve ser para a levarmos mais felizes.
A partir daí os livros sucederam-se, em poesia ou prosa, ao ritmo do que a inspiração foi ditando e a «caneta» materializando, no tom brincalhão das pequenas comédias que há em nós e no nosso dia-a-dia (Fez no Sábado Quinta-Feira, 2016), no tom descontraído dos diários das férias na praia da Maria Luísa (Crónicas Maria Luísa, 2017), no tom afetuoso das boas memórias da minha infância no Alentejo (Raízes de mim, 2018; Raízes de Mim II, 2020) ou no tom encantado de fábulas que nascem em condomínios de caranguejos e outros lugares mágicos (O caranguejo Cassiano Poejo, 2020).
A minha «caneta» não foi imune aos primeiros meses da pandemia, mas encheu-se neste último ano de uma tinta cor-de-rosa, que semana após semana tem jorrado estórias perfumadas nas redes sociais. O projeto (ainda em curso), que intitulei de «O PERFUME DOS DIAS FELIZES nos tempos da pandemia», não tem qualquer outro propósito a não ser o de tentar demonstrar, a mim própria e a quem me quiser ler, que é possível mantermo-nos equilibrados e felizes mesmo no fio da navalha da vida, especialmente afiado nestes últimos tempos.
Descodificar o bom que se pode retirar de tudo e transmitir o construtivo, o que nos eleva, poderá não ser o caminho mais fácil e óbvio face aos desafios de toda a ordem com que temos de lidar a cada instante. Mas é o único que conduz à essência da felicidade, esse perfume subtil que anda por aí escondido em tudo, nas coisas mais simples, que são as mais belas.
É nesta aromática estrada de tijolos cor-de-rosa que pretendo continuar a minha pegada da escrita, entre gatos guardadores de rosas, caracóis corajosos e persistentes, galos-despertadores, estendais perfumados, pássaros trovadores, pores-do-sol místicos, moinhos e ventos, alecrim e coentros, maresias e marés… Até que a tinta me seque ou a caneta me doa.
Que nunca se perca o «impulso positivo», a perseverança na prossecução do Sonho, apesar dos desafios que a vida vai colocando no nosso caminho. Como escreveu e cantou o grande Pedro Barroso, «agora nunca é tarde».
Sobre a autora:
Conta com 35 anos de experiência profissional em assessoria jurídica e cargos de gestão em diversas empresas do anteriormente denominado Grupo Portugal Telecom e do Grupo Oi.
Presentemente é Consultora Sénior na empresa Oi Investimentos Internacionais, S.A., sediada em Lisboa.
Amante das letras e da língua portuguesa desde tenra idade, dedica os seus tempos livres à escrita criativa. Tem seis obras publicadas em edições de autor e diversas participações em antologias poéticas, que carinhosamente assina com o pseudónimo/diminutivo de infância, «Peta Maria».
Aos quase 58 anos, continua a sonhar tornar-se um dia escritora a tempo inteiro.