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Muita investigação tem sido feita sobre a importância da educação no desenvolvimento do capital humano. Um novo relatório do McKinsey Global Institute (MGI) e da prática de People & Organizational Performance da McKinsey & Company centra-se numa fase menos estudada do processo:
O relatório conclui que o capital humano constitui cerca de dois terços da média de valorização da pessoa – e a experiência no trabalho contribui com metade desse valor, medido em rendimentos ao longo da vida.
Segundo o relatório, a chave para a mobilidade ascendente dos trabalhadores é a mudança frequente de funções e os grandes passos realizados na carreira, que desenvolvem as suas competências.
Num contexto de escassez de mão-de-obra, e numa altura em que milhões de pessoas questionam o que querem ganhar com o trabalho, o relatório tem implicações importantes para as empresas e para as pessoas.
Human capital at work: The value of experience utilizou um conjunto de dados para analisar histórias de trabalho do mundo real (com base em dados longitudinais de 4 milhões de perfis profissionais completamente desidentificados da Alemanha, Índia, EUA e Reino Unido) e dezenas de milhares de ofertas de emprego, para traçar trajetórias de carreira, analisando as competências específicas necessárias em cada função, e como a mudança para novos cargos afetou os seus rendimentos.
"Este relatório conta uma história de possibilidades", afirma André Osório, Diretor do Client Capabilities Hub da McKinsey. "Os rendimentos das pessoas ao longo da vida não são necessariamente ditados pela sua educação. Aqueles que começam com desvantagens, devido à falta de qualificações, podem recuperar terreno através da acumulação de competências. As empresas têm um papel importante a desempenhar para ajudar as pessoas a alcançar este objetivo. Não devem tipificar as pessoas, mas, em vez disso, concentrar-se na sua capacidade de aprender e evoluir".
O valor da experiencia profissional: resultados do estudo
As conclusões do relatório incluem:
Para as pessoas que começam em posições de baixa remuneração, a mudança é fundamental para aumentar os seus rendimentos ao longo da vida. Uma variedade de experiências de vida afeta a capacidade de um indivíduo de tirar partido das oportunidades de mobilidade, embora esta informação não esteja incluída no conjunto de dados estudado.
A distância média de competências por cada nova função é de 25% ou mais. Isto implica que muitas pessoas têm capacidades latentes e o potencial para aprenderem competências adicionais. Pessoas com mobilidade ascendente nos EUA e na Índia fizeram mudanças com uma distância média de competências de 30% a 40%; aqueles que se mantiveram estáveis tiveram uma média de apenas 20% a 30%.
As mudanças arrojadas envolvem empregadores que contratam pessoas com competências menos comprovadas e trabalhadores que procuram oportunidades para se desenvolverem.
"Com 80% das mudanças de emprego envolvendo pessoas que se deslocam para novos empregadores, a mobilidade é um facto da vida. Mas não é razão para evitar investir em ajudar as pessoas a aprender e a crescer no trabalho", afirma André Osório.
"Uma vez que a deslocação de pessoas de alto desempenho é natural, a chave para os empregadores passa por tornar-se parte ativa deste fluxo. Para serem reconhecidos como empregadores de eleição, as empresas precisam de ser grandes organizações de aprendizagem, com uma formação eficaz no local de trabalho que as ajude a solidificar as suas competências".
"A maioria dos empregadores pode beneficiar de desafiar o status quo da forma como preenchem as funções em aberto. As empresas precisam de avaliar os candidatos não só tendo em conta as suas atuais responsabilidades, mas também as suas competências transferíveis, as suas capacidades intrínsecas, e o seu potencial de sucesso em novas funções. Estar aberto a candidatos não convencionais pode acrescentar novas dimensões a uma organização. Criar uma grande experiência para os trabalhadores pode ser um antídoto para a ‘Grande Demissão’", acrescenta André Osório.
Fonte: McKinsey Global Institute “Human capital at work: The value of experience”