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Em janeiro deste ano escrevi sobre o lançamento pela Organização das Nações Unidas (ONU) da Década do Envelhecimento Saudável (2021-2030), uma inédita oportunidade para que sociedade civil pública e privada se unisse de forma coordenada e colaborativa com o objetivo de melhorar as vidas dos mais velhos, de suas famílias e das comunidades em todo o mundo.
Mencionei que para concretizar os planos para efetivação desta grande década era necessário e desejável obter as contribuições de todas as partes interessadas. Pois bem! Já temos resultados deste plantio: o lançamento da Campanha Global de Combate ao Idadismo.
Em 18 de março de 2021, a ONU divulgou o Relatório Global sobre Idadismo com 202 páginas plenas de informações e dados de inúmeros países acerca desta questão que ameaça a vida de pessoas de todas as idades, não só dos maiores.
Este relatório, após definir a natureza do preconceito de idade, apresenta evidências sobre os impactos e as determinantes do preconceito de idade e as estratégias mais eficazes para reduzi-lo. Conclui com três recomendações de acção, baseadas em evidências, que servirão para criar um mundo melhor, que agrega todas as idades.
O trabalho pela Década do Envelhecimento Saudável continua, e a nossa participação deve ser constante e concreta se quisermos um mundo melhor.
Em adição à divulgação do citado relatório e ao lançamento da Campanha Global de Combate ao Idadismo, a Organização Mundial de Saúde fornece um toolkit repleto de fotos, vídeos e slides para que nós participemos do movimento divulgando os materiais nas nossas redes de contato. Vale a pena ver e participar!
O preconceito de idade prejudica nossa saúde e bem-estar e constitui um grande obstáculo à formulação de políticas eficazes e a adoção de medidas relativas ao envelhecimento saudável, razão pela é urgente que TODOS NÓS abracemos esta causa.
Conheça o resumo dos principais apontamentos constantes do relatório:
Fatores que aumentam o risco de alguém ser vítima do idadismo:
Fatores que reduzem o risco de idadismo, tanto contra os jovens quanto contra os idosos:
Fatores que aumentam o risco de ser objeto de preconceito de idade são:
“Um fator de risco para ser sujeito a preconceito de idade contra pessoas mais jovens é o fato de ser mulher.”
O Idadismo se refere a:
“O idadismo pode ser institucional, interpessoal ou auto-infligido.”
O preconceito de idade está presente em muitas instituições e setores da sociedade, como por exemplo entre os prestadores de cuidados de saúde, no local de trabalho, na mídia e no sistema jurídico.
“Globalmente, uma em cada duas pessoas tem idadismo contra os idosos”.
Na Europa, que é a única região para a qual os dados estão disponíveis, “uma pessoa a cada três afirmam ter sido objeto de preconceito de idade, e os jovens afirmam ter sentido mais discriminação por idade do que outras faixas etárias.”
O preconceito de idade tem consequências sérias e de longo alcance para saúde, bem-estar e para os direitos humanos das pessoas.
Do trabalho realizado, três estratégias se mostraram eficazes na redução do preconceito etário: política e legislação, atividades educacionais e intervenções para contato intergeracional.
Políticas e leis podem ajudar a reduzir o preconceito etário contra qualquer faixa etária.
Intervenções educacionais para reduzir o preconceito de idade devem ser incluídas em todos os níveis e modalidades de ensino, desde o ensino básico à universidade, e em contextos educacionais formais e não formais.
Da mesma forma, é necessário investir em intervenções para que haja mais contato intergeracional que visam promover a interação entre pessoas de gerações diferentes.
A ONU oferece essas recomendações têm como objetivo ajudar partes interessadas na redução do idadismo.
Orientam a sua aplicação ao afirmar a necessidade de compromisso político, da participação de diferentes setores e agentes, de adaptações específicas para cada contexto. Sugerem que tais recomendações devem ser aplicadas em conjunto, sempre que possível, para maximizar seus efeitos sobre o preconceito de idade. São elas:
É necessário priorizar as três estratégias mencionadas acima, sempre apoiadas por evidências científicas, e previamente testadas.
Para alcançar uma mudança real na população, essas estratégias devem ser expandidas ao máximo.
“Melhorar a nossa compreensão sobre todos os aspectos do idadismo - sua escala, seus efeitos e seus determinantes - é um pré-requisito para reduzi-lo, tanto quando se manifesta contra os jovens quanto contra as pessoas mais velhas.”
Todos nós podemos contribuir para enfrentar e eliminar o idadismo.
Governos, organizações da sociedade civil, agências das ONU, organizações de desenvolvimento, instituições acadêmicas e de pesquisa, empresas e pessoas de todas as idades podem se juntar ao movimento para reduzir o preconceito etário.
Ao nos unirmos, podemos melhorar a colaboração e a comunicação entre as diferentes partes interessadas na luta contra o preconceito etário.
É hora de dizer não ao preconceito de idade.
O Relatório Global sobre Idadismo descreve a forma como combatê-lo e, portanto, de contribuir
para melhorar a saúde, aumentar as oportunidades, reduzir custos e permitir que as pessoas prosperem em qualquer idade.
Se governos, agências governamentais, organizações de desenvolvimento, instituições da sociedade civil, criarmos estratégias e investirem em novas pesquisas, e se nós todos, e comunidades aderirmos à Campanha Global de Combate ao Idadismo, vamos todos criar um mundo melhor para todas as idades. MÃOS À OBRA!