Quem disse que ela não pode? | Dar vida aos anos

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Quem disse que ela não pode?

23/06/2021 | Mauro Wainstock

Aos 94 anos, Adelmira Adão corre 7 a 12 km, 3 vezes por semana. Foto: DR Aos 94 anos, Adelmira Adão corre 7 a 12 km, 3 vezes por semana. Foto: DR

O seu neto conta que, na primeira corrida, tinha pessoas que diziam ‘não é para você ir’, mas Adelmira não deu atenção, ignorando o que ouvia e completou 10 km na primeira vez que correu.

Antes das 5 horas da manhã, já está de pé a preparar-se para correr. Adelmira faz as suas orações, coloca os tênis e a faixa no cabelo e sai sozinha para percorrer um longo trajeto.

“Tem gente que me olha a correr e comenta:

- ‘Que velha maluca! Não vai aguentar’,

mas eu faço como quem não está a ouvir e continuo”, revela a atleta.

Adelmira estima já ter completado mais de 30 corridas entre os estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Em 2009, ela conquistou primeiro lugar no Estadual de Atletismo da Terceira Idade, que reuniu pessoas com mais de 60 anos.

“Eu gosto de correr. Refresca a minha mente e eu me sinto bem”, revela.

Aos 94 anos, a vida é feita de sonhos e planos de futuro

Adelmira tem muitos sonhos e planos para o futuro. Entre eles está a vontade de participar da Volta Internacional da Pampulha, principal evento de corrida de Minas Gerais, e completar uma prova em São Paulo, único estado do Sudeste que ainda não visitou.

Paulo Camiz, geriatra e professor de clínica geral do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica que a idade, por si só, não define quem está apto ou não para a realização de uma prática desportiva. Isso é avaliado com base na condição física.

O ideal é que a pessoa interessada em fazer esse tipo de exercício realize exames preventivos para assegurar que não exista sobrecarga no coração ou nas articulações e comece de modo gradual, com uma caminhada, por exemplo.

Para o especialista, o melhor investimento em medicina preventiva é a atividade física.

"O exercício previne doenças mentais, previne e trata a osteoporose e melhora todo o condicionamento cardiorrespiratório - além de manter a sua independência como indivíduo. Tem coisa melhor do que isso?"

 

Fonte: Mauro Wainstock - Colunista da EXAME | Mentor de marca profissional | HUB 40+: educação corporativa, palestras, mercado de trabalho e de consumo | 30 anos de experiência em Comunicação