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Foi um trabalho colaborativo, dividido em 6 partes que gerou o estudo chamado “Second Half of Life Study”, publicado em junho de 2022 pelo repórter e editor colaborador de publicações da AARP (American Association of Retired Persons), Sari Harrar.
Das conclusões desta inédita pesquisa é possível saber como se sentem e no que acreditam as pessoas maduras quanto aos temas abordados, e, o melhor: podemos constatar que independentemente das diferenças culturais entre norte-americanos e brasileiros as nossas respostas podem ser muito semelhantes às deles, fato que nos leva a concluir que muitos estereótipos sobre o envelhecimento estão errados!
Chega de opiniões sem fundamento a respeito das pessoas mais velhas! O estudo “Second Half of Life Study” surge para deitar fora os estereótipos sobre os 50+!
Apesar dos desafios que vêm com o envelhecimento, sobre as pessoas maduras predomina uma perspectiva otimista e eles esperam que suas vidas melhorem à medida que envelhecem.
A saúde é mais um conceito dinâmico do que um padrão, e as expectativas são impulsionadas por experiência e experiências evoluem com a idade.
Os relacionamentos tornam-se mais uma característica central e uma fonte de propósito e alegria à medida que envelhecemos, especialmente quando passamos para os anos de aposentadoria.
As preocupações com a riqueza e a aposentadoria são secundárias às preocupações com a saúde.
As preferências de moradia ilustram a importância dos relacionamentos e de estar perto das pessoas que amamos e ter acesso a apoio, pois muitos sentem que precisarão de amigos e família à medida que envelhecem.
O medo da morte diminui com a idade.
Há um desejo de minimizar o fardo (sobre os outros) e a dor e estar em paz.
O questionário foi aplicado em 2021 a 2.500 americanos de 18 a 90 anos que representaram todo o tipo de origens, demografia e etnias dos Estados Unidos.
Neste link poderá conhecer a pesquisa na íntegra, incluindo comentários dos especialistas e dos entrevistados.
Selecionei algumas importantes perguntas para o seu conhecimento e resumi as respostas dos norte-americanos. Respondi todas elas e constatei que os resultados deste grande estudo também me representam. Desafio então, os leitores a respondê-las também. Depois, contem-nos como foram os resultados.
Enquanto cerca de três quartos dos adultos em todas as faixas etárias disseram que provavelmente tomariam tal pílula, uma descoberta interessante foi saber que as pessoas com 80 anos ou mais eram os menos interessadas em estender a vida.
Apesar das avaliações sobre o bem-estar físico serem quase sempre apresentadas na forma: ou está saudável ou está doente, esta pesquisa mostrou que apesar de cerca de:
2 em cada 3 pessoas na faixa dos 50 anos e 8 em cada 10 na faixa dos 80 anos viverem com uma ou mais condições de saúde graves ou crônicas, isso não impediu os entrevistados de classificarem positivamente a sua saúde.
A regra dos norte-americanos 50+ é: “Saudável com ressalvas”.
78 a 83 por cento classificaram sua saúde como boa, muito boa ou excelente.
“A resiliência é um benefício para a sobrevivência. As pessoas podem reformular sua situação e tirar o melhor proveito dela”, diz Susan Friedman, MD, professora da divisão de geriatria e envelhecimento da Faculdade de Medicina e Odontologia da Universidade de Rochester.”
Todas essas novas noções sobre saúde foram reforçadas no estudo quando perguntamos com quais problemas de saúde as pessoas mais se preocupam. Os entrevistados temiam a perda de mobilidade e o declínio mental muito mais do que problemas com risco de vida, mas menos sintomáticos, como diabetes e doenças cardíacas, diz Debra Whitman, diretora de políticas públicas da AARP.
Essa é uma mensagem poderosa para a comunidade médica, e até mesmo para os familiares e cuidadores, que nem sempre ouvem ou consideram tal questão quando aconselham pessoas idosas sobre decisões importantes de saúde. Perguntar o que é significativo para as pessoas 60+ é necessário para entender o que verdadeiramente valorizam em suas vidas.
“Pouco mais da metade das pessoas com 70 anos ou mais consideram a sua situação financeira excelente ou muito boa. Essas respostas da pesquisa aparentemente entram em conflito com uma montanha de dados que mostram quão limitadas são as reformas os americanos da classe média.
Uma interpretação disso é que muitos adultos mais velhos – como Jackie, de 56 anos – estão simplesmente dominando a arte de viver dentro de suas possibilidades. “Vou ter que viver com um orçamento”, diz ela. “Acho que nunca serei indigente ou sem-teto. Eu tenho uma grande família que sempre cuidaria de mim. Sim, as finanças preocupam-me porque a inflação está a subir. Mas acho que posso gerir isso sendo mais rigorosa e não gastando muito.” Sari Harrar (grifei)
Como será que nós, 50+, avaliaríamos esta questão? Creio que igualmente de forma positiva. Pelo comentário do repórter responsável pela divulgação deste estudo, Sari Harrar, apesar das reformas nos Estados Unidos serem limitadas, as pessoas idosas ainda avaliam muito positivamente as suas condições econômicas, a demonstrar muita sabedoria de vida.
O modelo da curva que retrata a felicidade tem sido amplamente divulgado: começa alto, quando somos jovens, atinge um ponto baixo no final dos 40 anos e depois começa uma subida constante.
Curiosamente, porém, quando as pessoas com mais de 85 anos foram solicitadas a dizer qual consideravam a melhor década de suas vidas, elas citaram com maior frequência, os 50 anos.
Mas o estudo também mostra que o otimismo é menor para aqueles na faixa dos 60 e 80 anos. Uma maneira de ver isso é que a falta de otimismo equivale à realização.
Os entrevistados na faixa dos 40 e 50 anos relataram pontuações mais baixas de felicidade, mas pontuações mais altas de otimismo.
“Psicologicamente, as pessoas percebem e priorizam o positivo e abandonam o negativo à medida que envelhecem”, diz Louise Aronson, MD, professora de geriatria da Universidade da Califórnia, em São Francisco, e autora de Elderhood: Redefining Aging, Transforming Medicine, Reimagining Life .
Em todas as idades, a vida em família contribui para a sensação de alegria e propósito.
“A família são as pessoas em quem pode confiar, as pessoas que o veem e o aceitam”, diz a Dra. Aronson, Professora da University of California. Mas ela também aponta que “família” pode assumir uma definição mais ampla para muitas pessoas.
Se está entre o crescente grupo de idosos solteiros ou se tem poucos familiares próximos, “pense em transformar amigos na sua família escolhida”, sugere a Professora.
“As pessoas não têm medo da morte”, diz Whitman, da AARP. De fato, a pesquisa mostra que esse medo geralmente diminui com a idade. A maior preocupação é controlar as circunstâncias. “As pessoas querem escolher e ter autocontrole ao morrer”, diz ela. A maioria dos entrevistados da pesquisa quer ter ajuda médica na morte.”
No entanto, não foi até os 80 anos que muitas pessoas relataram fazer planos necessários que ajudarão as suas famílias e a equipa médica a entender e a realizar os seus desejos de fim de vida – assim como planos para os seus bens, funeral e enterro.
O estudo mostra que temos mais preocupações com nosso futuro quando temos menos de 40 anos do que com 70 ou 80 anos, seja com o risco de cancro, dificuldades financeiras, pouca expectativa de vida, problema com saúde emocional ou desempenho sexual. Dizem que em quase todas as fases importantes, a vida funcionou muito bem.
Os adultos mais jovens podem cultivar atitudes positivas em relação ao envelhecimento, apreciando os pontos fortes dos mais velhos nas suas próprias vidas, diz Levy, professor de Yale. “Desenvolva um portfólio de imagens positivas do envelhecimento usando quatro exemplos de pessoas mais velhas que admira.”
Quanto a mim, no alto de meus 64 anos, posso dizer que estou representada nos resultados finais deste inédito estudo.
E quanto a si?
Crédito das imagens em grafico: MSJONESNYC
Sobre a autora: Silvia Triboni, 64 anos, Brasileira, Advogada com MBA em Gestão Pública pela FGV, residente em Lisboa, Portugal. Após a sua reforma do Poder Judiciário Federal Brasileiro iniciou uma nova carreira na área do jornalismo, tornando-se Repórter 60+ com foco na temática do envelhecimento e da longevidade ativa. É colunista e correspondente internacional para empresas ligadas aos interesses dos 50+ no Brasil e em Portugal: É fundadora do projeto Across the Seven Seas, cujo objetivo é divulgar informações relacionadas à inclusão e desenvolvimento do público 50+ ; assuntos sobre a economia da longevidade e benefícios do turismo para o bom envelhecimento.
É Palestrante e Deputy Ambassador na rede internacional Aging2.0. Faz parte da Consultoria Longevida especializada na área do envelhecimento. Ativista contra o idadismo, integra o Movimento #StopIdadismo em Portugal. Empreendedora, levou para a nação lusitana o curso brasileiro Repórter 60+ Portugal, tendo formado repórteres em várias regiões do país.
E-mail: silviatriboni@gmail.com
Linkedin: https://www.linkedin.com/in/silvia-triboni/