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A Carmen fecha a sua farmácia às oito e meia. Como está localizada no centro de Barcelona, está sempre a ter clientes para atender a toda a hora.
Carmen procura ajudar as pessoas no seu bairro, tanto as que vivem lá desde sempre como as que acabaram de se mudar.
É uma pessoa atenta e alerta a dinâmica dos clientes mais velhos e mais regulares. Observa mudanças nas suas rotinas assim como os respetivos comportamentos e aparência.
Assim, se a senhora Millan Ortiz, que passa por lá todas as semanas para buscar os seus medicamentos, esqueceu-se de lá ir até sexta-feira, a Carmen vai ver o que se passa.
O “radar” interno de Carmen avisa-lhe que se passa algo de errado com a senhora Millan Ortiz.
Pode ser que a sua vizinha tenha caído em casa pois com 86 anos e a viver sozinha, ela pode não conseguir levantar-se ou chamar a necessária ajuda.
A Carmen consegue mobilizar a sua comunidade para ajudá-la, comprometendo-se a ficar de "olho" nos seus vizinhos como é o caso da senhora Millan Ortiz. Como muitos outros residentes de Barcelona, Carmen é um membro da rede Radares.
Desde o início, uma comunidade é ajudada por um grupo de voluntários dedicados.
O seu propósito comum é manter as pessoas mais velhas envolvidos na vida cívica.
Cada pessoa ou organização da rede funciona como um ‘radar’ que faz a vistoria para perceber como as pessoas estão e para antecipar problemas de forma proactiva e preventiva se possivel.
Um radar de bairro é composto por:
Barcelona tem mais de 3.600 “Radares” que são por sua vez apoiados e coordenados pelo dedicado núcleo de 350 voluntários.
Por sua vez, estes voluntários ajudam diretamente 1.400 pessoas nos seus respetivos bairros.
Esta bem-sucedida iniciativa que integra uma comunidade, rapidamente cresceu para ajudar pessoas de mais idade, isolados devido ao COVID-19.
Pela cidade, os “Radares” puseram pósteres para incentivar pessoas a ajudar pessoas mais velhas.
Alguns estimam que esta simples atividade ajudou oito a dez mil pessoas a serem contactadas pelos seus vizinhos no primeiro confinamento.
Com tantas pessoas a colaborarem e a aderirem, novas redes estão a ser construídas, reiterando a coesão social da cidade que incluí pessoas mais velhas em todos os aspetos da visa cotidiana.
E quando um “Radar” de um bairro ajuda outro a formar-se estamos a propagar a rede para bem da nossa comunidade.
Veja este vídeo para aprender mais sobre os Radares!
Também em Portugal temos um projeto Radar impulsionado pela SCML que tem vindo a sinalizar as necessidades local na cidade de Lisboa com uma rede de voluntários e de instituições e parceiros locais para assegurar que as necessidades da população com mais de 65 anos esteja assegurada.
Reconhecer e acompanhar as pessoas com mais de 65 anos em situação de isolamento e de solidão, proporcionando condições para que possam residir mais tempo nas suas casas.
Uma das prioridades é constituir Radares de base comunitária (voluntários/as, vizinhos/as e comércio local) de modo a detetar situações de risco e garantir uma intervenção pronta e ajustada a cada situação.
Uma iniciativa que surge antes da pandemia mas que encontra uma forte validação nesta época que vivemos e em que precisamos de uma comunidade vigilante e atenta na ajuda a população com maiores necessidades de apoio.
Conheça aqui o “nosso” Projeto Radar.
Fonte: Aging 2.0 – 21 days 21 Stories - Barcelona- Radars - Apresentada pelo Embaixador do Aging 2.0 de Barcelona, Espanha, Juan Luís Dominguez.