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Requalificação: saiba quais os apoios que poderá ter

11/07/2022 | Sofia Alçada

A necessidade de requalificação para manter a nossa relevância no mercado de trabalho. Foto: Pexels A necessidade de requalificação para manter a nossa relevância no mercado de trabalho. Foto: Pexels

Para dar resposta a necessidade de acompanhar as mudanças no mercado de trabalho e manter a nossa empregabilidade e relevância, com uma formação continua ao longo da vida, estão a ser pensadas soluções através do ‘Programa de Trabalho da Comissão 2021’, pela Comissão Europeia, como as que abaixo descrevemos:

Contas individuais de aprendizagem (ILAs – Individual Learning Accounts)

No seu ‘Programa de Trabalho da Comissão 2021’, a Comissão Europeia anunciou o lançamento de uma nova iniciativa legislativa e não legislativa, "contas individuais de aprendizagem (ILAs)", bem como a publicação de uma avaliação de impacto, para "ajudar a colmatar as lacunas existentes no acesso à formação para adultos em idade ativa e capacitá-los para gerir com êxito as transições no mercado de trabalho".

Uma conta individual de aprendizagem deve dar às pessoas em idade ativa que vivem num Estado-Membro da UE um orçamento para gastar em formação a fim de melhorar as suas competências e empregabilidade.

Adultos de todos os níveis educativos e de todas as profissões devem ser elegíveis para uma ILA, e todos devem fazer uso e beneficiar desta iniciativa.

Os Estados-Membros devem atribuir financiamento e certificar-se de que todos os trabalhadores estão cientes e podem candidatar-se a um orçamento para o efeito.

Isto permitirá que as pessoas empreendam uma formação mais longa ou mais dispendiosa, possam atualizar as suas competências, ou adquirir novas competências alinhadas com as necessidades do futuro.

 

Microcredenciais

Formas alternativas de educação estão a tornar-se cada vez mais populares e as carreiras baseadas em competências estão a substituir os diplomas em algumas indústrias. Na mesma proposta da Comissão, os Estados-Membros são instados a desenvolver microcredenciais que sejam reconhecidas em toda a UE, em empresas e instituições.

Os cursos de formação e as experiências de curta duração estão a desenvolver-se rapidamente em toda a Europa graças a diversidade de partes interessadas públicas e privadas, em resposta à necessidade de formas de ensino e formação mais flexíveis e centradas no aluno.

As microcredenciais permitem uma aquisição orientada de aptidões e competências, adaptada a uma sociedade e a um mercado de trabalho em rápida mutação, sem, no entanto, substituir as qualificações tradicionais.

Percursos de aprendizagem mais flexíveis e modulares e uma maior aceitação das microcredenciais contribuirão para a inovação social, económica e pedagógica para todas as finalidades (empregabilidade, desenvolvimento pessoal, envelhecimento ativo na era digital, etc.).

Por sua vez, tal contribuirá para que os sistemas de ensino se tornem mais inclusivos e para facilitar as transições no mercado de trabalho.

 

Aprendizagem ao longo da vida

De acordo com a Conferência Internacional do Trabalho da OIT, "aprendizagens de qualidade podem constituir respostas eficazes e eficientes aos atuais desafios e proporcionar oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para aumentar a produtividade, a resiliência, as transições e a empregabilidade e satisfazer as necessidades atuais e futuras do mercado de trabalho".

Vários governos, no entanto, concordam que, embora várias normas internacionais do trabalho da OIT se refiram a aspetos do desenvolvimento de competências e sistemas, nenhuma dá uma orientação clara sobre aprendizagens.

Por conseguinte, em 2022, a Conferência Internacional do Trabalho irá estabelecer normas para a aprendizagem como parte da sua agenda.

Vários governos e organizações de empregadores e de trabalhadores sublinham a necessidade de formular instrumentos de uma forma que considere as diferenças nas circunstâncias nacionais.

 

Parcerias entre os setores público e privado

A requalificação tem de ser uma parceria público-privada. Todas as partes interessadas devem identificar, ampliar e replicar as parcerias público-privadas existentes como parte da solução.

Os serviços de gestão de carreira têm aqui um grande papel a desempenhar, reunindo as iniciativas das partes interessadas e elaborando soluções de redimensionamento e requalificação à disposição de todos.

Tanto as transições digitais como as verdes requerem profissionais com as competências certas. A pandemia aumentou ainda mais a necessidade de qualificar e requalificar os trabalhadores, a fim de se adaptarem a mercados de trabalho em mudança. A aquisição de novas competências é essencial tanto para o crescimento das empresas como dos trabalhadores. Por conseguinte, a aprendizagem ao longo da vida deve estar disponível para todos, e ninguém deve ser deixado para trás.

Precisamos de fazer das ILAs um aspeto central dos direitos sociais individualizados e portáteis no quadro de um Novo Contrato Social que tenha em conta o mundo transformador do trabalho.

 

Fonte: Grupo Adecco