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Neste estudo apresentado pela Adecco Portugal, são indicadas 6 tendências que moldarão o mercado de trabalho no ano de 2022, e que incluem:
Segundo afirma a referida empresa, é o ano de reavaliação dos profissionais, dos contratos de trabalho enquadrados por nova legislação com maior flexibilidade, e do impacto sistémico da pandemia. Apesar dos desafios e incertezas, a empresa garante que será o ano da consolidação de um novo paradigma do mercado de trabalho.
A escassez de talentos surge como o maior desafio no mercado de trabalho em 2022.
As razões são inúmeras e prendem-se com tendências que já se desenhavam no período pré-pandemia:
Os últimos 24 meses vieram agravar o problema:
Problemas na cadeia de abastecimento a juntar a escassez de talentos irão impactar os resultados económicos de 2022. Embora a recuperação global seja uma realidade, é lente e desequilibrada, de acordo com as Perspetivas Económicas da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), com a previsão do crescimento económico global a ficar nos 4,5% em 2022, e em 3,2% em 2023.
O resultado, se quisermos evitar o desemprego, é a necessidade de investir na qualificação e requalificação dos recursos humanos.
A sustentabilidade veio para ficar e tem cada vez mais que materializar-se na economia real. Em 2021, a maioria dos compromissos assumidos negligenciaram a abordagem do "como", para além do financiamento, ficando aquém do proposto. Para o ano corrente, é urgente a ligação entre o social e o ambiental, com um foco numa abordagem centrada no ser humano para a mitigação e adaptação às alterações climáticas e dar prioridade aos investimentos nas pessoas para assegurar que a transição verde que se avizinha seja justa e inclusiva, segundo refere a Adecco.
Portanto, será necessário começar com a avaliação das competências de que cada organização nos próximos dois a cinco anos, permitindo perceber como deverão ser necessidades de qualificação ou requalificação.
Uma transformação digital bem-sucedida deverá olhar para
As organizações irão tornar-se ‘indústrias inteligentes’ e a transformação digital afetará as empresas transversalmente, independentemente do setor de atividade ou dimensão, sendo certo que nem todos os setores têm hoje o mesmo grau de maturidade digital.
se trata apenas de construir as ferramentas, tecnologia e infraestruturas certas para facilitar esta transformação, pois sem pessoas com as competências adequadas para as compreender, gerir e operacionalizar serão apenas um investimento inconsequente.
O novo paradigma de trabalho, marcado pela flexibilidade de horários e repartição do tempo entre trabalho remoto e presencial, continuará a ser um desafio para muitos líderes. A mudança para ambientes de trabalho mais flexíveis e híbridos é um dado do presente e do futuro.
Com as políticas adequadas em vigor para apoiar a transição para o trabalho flexível, a sua implementação a longo prazo irá impulsionar a produtividade, promover um melhor equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal, e abrir novas bolhas de talento, que ajudarão a resolver a questão da escassez que se sente no mercado.
É crucial acompanhar a transição digital e a mudança para modelos de trabalho flexíveis para torná-la inclusiva, justa e lucrativa.
Muitos profissionais estão a repensar o que é importante na sua vida profissional. Em alguns países (como os EUA) as pessoas estão a deixar os seus empregos em números recorde sendo uma tendência que se está a alargar-se a muitos países. Pela primeira vez em anos, os profissionais têm a vantagem face aos empregadores, o que faz aumentar a escassez de talentos.
Antes da pandemia, era uma realidade por força por exemplo destes 3 fatores:
Mas a tendência agravou-se e a retenção de talentos não se resolve com simples bónus ou prémios salariais.
Há uma desconexão real entre os profissionais e os seus líderes; muitas pessoas sentem-se desencantadas com as suas posições e perspetivas de carreira, tal como revelou o estudo ‘Resetting normal: defining the new era of work/2021’.
Líderes e empregadores terão que ouvir e compreender as necessidades dos seus colaboradores se quiserem manter a sua equipa motivada e com um sentido de propósito. E esta será a chave-mestra da estratégia para a retenção de talentos em 2022.
A importância da inclusão, da equidade e da igualdade para as pessoas é cada vez mais uma realidade.
Cada profissional tem contextos diferentes, enquadramentos culturais distintos e os líderes terão necessidade de distribuir recursos e oportunidades específicos para alcançar resultados globais positivos e igualitários. Ou seja, a igualdade e inclusão requer que se atribua às pessoas recursos à medida.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, são as mulheres que mais perderam o seu trabalho durante pandemia, e irão ter mais dificuldade em recuperar o seu posto de trabalho no período pós-Covid-19.
A pandemia expôs de forma evidente a desigualdade dos profissionais e o acesso desigual a proteção social. Como sociedade, é essencial assegurar o acesso à proteção social, especialmente aos profissionais informais e independentes.
A desigualdade e a inclusão também se referem às diferenças entre profissionais que trabalham em regime presencial e remoto.
Questões que terão que ser pensadas se queremos ter a garantia de termos organizações que assegurem a equidade e a proteção social.
Os líderes terão que compreender melhor os seus colaboradores e equipas. 2022 será o ano da prestação de contas. Tanto os países como as empresas serão julgados em função da forma como vivem à altura da sua liderança de pensamento e das suas promessas públicas.
Já não é aceitável que as empresas façam promessas em reuniões de início de ano e grande parte dessas promessas não se concretizem.
É essencial ser realista, transparente e responsável.
Os dados mostram que 36% dos líderes de RH dizem que lutam para responsabilizar os líderes empresariais pelos resultados.
Em 2022, os líderes têm que ter a noção que as boas intenções podem comprometer a organização se não forem suportadas por ações concretas e em harmonia com o que o mercado de trabalho clama no contexto de um novo paradigma.
Estarão as organizações portuguesas preparadas para estes novos desafios que o ano nos traz?
Fonte: Adecco