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O aumento da longevidade e vitalidade da população é uma evidência que nos importa referir e enaltecer. As pessoas vivem mais anos com melhor saúde, consequência da melhoria das condições de vida. É nesta base que o programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades” procura encarar o aumento da população 65+ como algo natural, procurando acompanhar esta evolução com medidas baseadas em reflexões e evidências científicas, que visam a diversidade na promoção de bem-estar.
Ainda permanecem na sociedade algumas representações das pessoas de idade avançadas, referentes às suas capacidades e competências, como se constituíssem uma categoria homogénea. Esta abordagem retira espaço e estatuto, negando o que nos torna seres únicos e irrepetíveis, atendendo às potencialidades de cada pessoa como algo que acontece e se desenvolve ao longo do tempo.
Dada a premência em comunicar de forma mais real e positiva com a sociedade em geral, o programa baseou-se em três eixos estratégicos: vida ativa, vida autónoma e vida apoiada. Estes eixos procuram atender à multiplicidade de estilos de vida, de condições de saúde, de tipologias de habitação, de possibilidades de acesso físico, informativo, cívico ou recreativo para a população 65+ aos serviços que ambicionam e desejam.
Ao longo deste primeiro ano de atividade, a ação teve a intenção de desenvolver propostas que fossem ao encontro dos pressupostos do programa. Muitas foram as reuniões de trabalho internas e com os parceiros (Câmara Municipal de Lisboa, Instituto de Segurança Social, Administração Regional de Saúde, Polícia de Segurança Pública, juntas de freguesia e outros) que possibilitaram a implementação de várias medidas.
“Lisboa, Cidade de Todas as Idades está a ganhar vida e a entrar na vida da cidade”. A título de exemplo, recordamos o I Simpósio Interações: “Desafios da Longevidade”, que decorreu em dezembro último, e teve como objetivos sensibilizar a população para as questões atuais da longevidade, devolver o trabalho desenvolvido e fazer um balanço dos serviços existentes. Por outro lado, procurou auscultar as pessoas com 65 ou mais anos sobre o futuro das respostas que se pretendem implementar, tendo em conta as expetativas, as privações e as potencialidades dos cidadãos de Lisboa.
Também os artigos que aqui temos publicado têm dado conta do progresso do programa e das medidas que o constituem, refletindo de forma abrangente a estratégia para a cidade e como se tem aproximado dos seus cidadãos, assim como no reconhecimento do lugar que ocupa este grupo populacional.
Projeto Radar combate solidão
Desde 7 de janeiro, que o Projeto Radar se encontra em fase de operacionalização nas ruas de Lisboa, indo ao encontro das situações de isolamento e solidão da população 65+, com a intenção de georreferenciar e mapear as situações mais prementes, de forma a garantir as respostas mais adequadas. Para este trabalho desenvolveu-se uma plataforma digital, criada especialmente para o efeito, com o objetivo de facilitar a introdução e a interpretação dos dados recolhidos, assim como encaminhar as situações para os parceiros, segundo as exigências indicadas.
O projeto está numa fase piloto, o que significa que a sua atuação está circunscrita a três freguesias: Ajuda, Areeiro e Olivais. A intenção é expandir às restantes zonas da cidade ainda no decorrer deste ano, de forma a obter um desenho atualizado, que permita repensar a intervenção, as respostas e os serviços de futuro.
Até se tornar uma realidade, o Projeto Radar fez o seu caminho, contando com inúmeras reuniões de desenvolvimento e de preparação da implementação das ideias e dos objetivos que estiveram na sua origem, passando por visitas técnicas a outros programas análogos, assim como pela dinamização de ações de sensibilização e pela organização de workshops junto dos parceiros.
Os encontros de trabalho procuraram potenciar e integrar as visões das diversas entidades parceiras para a concretização do Radar, fomentando a elaboração de documentos informativos e de divulgação (guião prático e díptico informativo).
Prémios Santa Casa Longevidade premeiam investigação científica
No âmbito do programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades”, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) considera fundamental estimular a investigação em torno da longevidade, definindo os três eixos estratégicos (vida ativa, vida autónoma e vida apoiada), de forma a recolher mais evidências científicas que permitam repensar o futuro, numa perspetiva mais flexível da cidade (de e para todas/os).
Seguindo esta lógica, e interligando sinergias internas, a Unidade de Missão Santa Casa associou-se ao departamento de qualidade e inovação para dar resposta a este propósito e concebeu um concurso de investigação a nível doutoral e pós doutoral. O objetivo é estimular novas práticas e aceder a conteúdos inovadores, que visem a melhoria contínua da sua intervenção.
Surgem, assim, os “Prémios Santa Casa Longevidade” que, em março de 2019, terão a sua primeira edição. Os melhores projetos de investigação serão premiados com 300 mil euros. O objetivos é, com os resultados desses trabalhos, beneficiar toda a comunidade.
O montante global dos apoios será repartido pelos três eixos estratégicos do programa, sendo privilegiados projetos multidisciplinares com relevância, qualidade científica e potencial de operacionalização no âmbito da SCML.