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Penso que a idade não interessa. Hoje, para o futuro, a idade não interessa... Ou interessa? Considero que apenas interessa porque é assinalada e, principalmente, porque o corpo envelhece e perde algumas das suas habituais aptidões. Essas perdas serão pouco significativas se comparadas com o espírito com que a pessoa enfrenta o enquadramento das mesmas no seu dia-a-dia.
Não com o facto de ainda poder fazer o que gostaria de continuar a fazer, mas com o facto de manter a vontade e a frescura que se é capaz de colocar na empreitada que se pretende levar a cabo, como o fazia nos anos “dourados”.
Podem e vão continuar a brilhar tanto como anos atrás, ou talvez mais, se considerarmos que se acrescenta o saber e a experiência que permitirão e facilitarão um saboroso usufruto dos acontecimentos! A pessoa está com uma disposição renovada para assumir os novos desafios e as novas aventuras, não com o mesmo corpo mas com o mesmo desejo e a mesma vontade. Esse é o espírito positivo. Este é o impulso mais. Continuar vivo e a viver.
Não é fácil, mas também não é complexo...
Há que selecionar as aptidões que melhor nos definem e as que melhor conseguimos executar e... continuar a executá-las. Devemos ter em atenção que as capacidades selecionadas devem ter uma base de desenvolvimento anterior e ter em conta os hábitos e o treino, bem como o controlo que cada um de nós tinha e deverá continuar a ter, sobre essas aptidões.
Seguidamente, devemos otimizar as aptidões e as funções que estão muito ativas... repeti-las, treinando-as e aprimorando-as. Sempre que possível, o máximo possível, o melhor possível, dentro do possível. O que temos, usamos; o que usamos, mantemos. Não se trata de conformismo, mas de ativismo, de treinar o que temos para o mantermos o maior período de tempo, para que as perdas tenham o menor impacto na nossa qualidade de vida.
Por fim, compensar para contornar as perdas e minorar o efeito do envelhecimento na nossa qualidade de vida. Como se diz popularmente, quem não caça com cão, caça com gato. E neste período da nossa vida deveremos ter a flexibilidade afetiva, social e mental para conseguir perceber que, se não conseguimos fazer como fazíamos antigamente, fazemos da nova forma que encontrámos. Pode não ser da mesma maneira, mas pode ser com a mesma eficácia.
O facto de conseguirmos selecionar, otimizar, compensar (Baltes & Baltes, 1980) é a chave para um envelhecimento com sucesso.