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Na primeira Encíclica do Papa Bento XVI, de 2005, Deus Caritas Est, o atual Para Emérito fala dos diferentes tipos de amor e recupero esta memória para enquadrar este artigo que vem na continuidade do amor com maturidade. Espero que eu vos tenha feito pensar no assunto.
Neste artigo de opinião, quero falar-vos do amor de amigo e das amizades com maturidade. Porque também aqui existem coisas interessantes quando temos mais maturidade emocional que nos permite viver a amizade de uma forma mais relaxada e descontraída. Sobretudo num momento como o que vivemos a nível mundial. Daquilo que me lembro até hoje acredito que nunca na nossa história mais recente do mundo pós-guerras, a amizade foi tão importante.
A amizade permite suster a dor e superar obstáculos ao mesmo tempo que permite fazer crescer a alegria, caso contrário não convidaríamos os amigos para as nossas festas de aniversário.
Os amigos são muitas vezes os companheiros de viagem. Ajudam-nos a perceber o que nos parece confuso, tão importantes quanto a família.
Os amigos são um complemento do nosso ir sendo, do nosso processo de nos irmos tornando pessoa, dia após dia.
Tenho várias amigas. E uma grande amiga. A minha melhor amiga. Esta amiga de que vos falo foi um acidente de percurso, um bom acidente claro. Apareceu na minha vida e ajudou-me num momento muito complicado. Tem sido de facto uma amizade com maturidade. Uma amizade de duas mulheres em busca da felicidade que começa por se sentirem bem com elas mesmas. Tivemos uma fase da nossa vida que nos falávamos quase diariamente para contar como foi o dia e como estava a ser o processo de descoberta de quem somos e de autossuperação. Digo-vos que beneficiei muito da capacidade de reflexão e de análise que a minha grande amiga tem, e vice-versa.
Outro dia falava sobre este tema num podcast que gravei e partilhei o facto de não ter um grande amigo. Dou-me com muitos homens, mas na verdade nunca tive um verdadeiro amigo que acreditasse em mim e que me entendesse verdadeiramente.
Pode ser uma visão romântica, porém acredito que é uma Graça ter um amigo do sexo oposto, porque nos permite ver a vida sob um outro prisma.
E a amizade com maturidade é também isso. Permitirmos ter amigos que são só amigos.
Ter amigos coloridos, amigos que são muito mais que isso, são companheiros.
A amizade com maturidade permite também que sejamos provavelmente mais verdadeiros porque estamos mais seguros para expressarmos os nossos sentimentos.
Falar com coração e cabeça e não só com um, ou com o outro.
Estava aqui a escolher as imagens para ilustrar este artigo e lembrei-me de um episódio do programa do Steve Harvey que entrevistou duas mulheres que são amigas desde pequenas e hoje são duas centenárias, Alice Jensen e Irene Cook (Chicago-EUA).
Lembrei-me deste episódio porque são para mim um feliz exemplo da amizade com maturidade, com cumplicidade e onde uma ajuda a outra a estarem a par do que se passa no mundo.
Deixo o link para que vejam
Muitos estudos sobre os segredos da longevidade mostram a importância dos amigos, de nos sentirmos acompanhados e preenchidos.
Porque o amor não é só o amor romântico. E porque, idealmente, devemos procurar viver o amor na sua plenitude.
Os amigos são uma parte do bolo que nos permite viver mais tempo e com mais significado.
Quero deixar aqui um profundo agradecimento àqueles que tem sido os meus amigos da maturidade.
Digo-vos que é muito bom.
É muito bom ir tomar um copo de vinho e comer uma piza com as mulheres minhas amigas, ou sair com um amigo.
É um outro sentimento de partilha e de pertença.
Se a maturidade permite que vivamos a vida de outra forma, acredito profundamente que é nossa obrigação procurarmos tirar o máximo partido disso.
Por isso, deixo aqui a proposta: Vamos lá viver a amizade com maturidade.