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Que aquilo que comemos é determinante para a nossa saúde e longevidade é assunto consensual. A novidade é que também a hora a que comemos pode ser importante.
Joseph Takahashi, professor na University of Texas Southwestern Medical Center e cientista do Howard Hughes Medical Institute, Takahashi liderou na década de 1990 uma equipa de cientistas que deslindou a base genética dos ciclos circadianos dos mamíferos – os ciclos de cerca de 24 horas que regulam os ritmos de dormir e de comer, por exemplo. É o chamado “relógio biológico”.
De acordo com estudos liderados por Takahashi nos últimos anos, fatores como o intervalo entre refeições e o período do dia em que as realizamos são fatores determinantes.
Estudos com ratos revelaram conclusões muito interessantes. Entre os animais colocados em dietas com consumo de calorias reduzido, só aqueles que tiveram o momento de alimentação restrito ao período normalmente mais ativo do dia, mantendo-se sempre dentro do ciclo de alimentação e atividades regulares, perderam efetivamente peso.
Todos os ratos estudados recebiam uma mesma quantidade de calorias para consumo ao longo do estudo, o que manteve como única variável o momento de ingestão dos alimentos, bem como variações no intervalo entre refeições.
Isto permitiu concluir que o respeito pelo relógio biológico pode ser uma chave fundamental para ajudar a desvendar a relação entre nossa alimentação e a longevidade. Ou seja, não “desrespeitar” o ritmo circadiano e alimentar-se sempre no decorrer de um período de 12 horas pode ser um hábito chave para uma vida mais longeva e saudável.
“Será que é a redução de calorias que melhora nossa saúde e longevidade ou o ritmo da nossa alimentação? A resposta é provavelmente um equilíbrio entre as duas coisas”, afirmou Takahashi. “Os nossos estudos preliminares sobre o intervalo da ingestão de calorias mostram que podemos estar diante de uma enorme descoberta. Se não forem só as calorias a afetar a extensão das nossas vidas, mas também o tempo da nossa alimentação é crucial, então isso será revolucionário, e teremos que rever a forma como pensamos nossas restrições alimentares”, afirmou.
Fonte: Jornal Público - Joseph Takahashi: “A hora a que comemos pode prolongar de forma significativa o tempo de vida”