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Outro dia descobri uma coisa fantástica: entre os 50 e os 60 anos o nosso cérebro atinge a máxima performance do raciocínio analítico e matemático.
Que me desculpem os neurocientistas se não estou a ser 100% precisa, mas é mais ou menos assim.
Isto levou-me a pensar no que mais haverá em nós que nos é dado pela nossa biologia e que até hoje, na história da Humanidade, ainda não tínhamos tomado consciência porque não tínhamos vivido tanto tempo.
A minha intenção passa muito por despertar a consciência para a maravilha que é termos longevidade com maturidade, especialmente para nós mulheres, que já temos uma apetência para a introspeção e para auto-análise.
É interessante tomarmos a consciência do tempo de vida que temos e percebermos até onde podemos levar o nosso corpo e a nossa mente.
O que ainda temos tempo de:
Acredito que seja por isso e pela crescente busca pela felicidade que tanta gente anda a investir em si mesma.
Se pensamos que estamos a construir um mundo “Longevity Friendly”, iremos contaminar as gerações mais novas e este é um dos belos legados que deixamos.
Mostrar aos mais novos a maravilha que é termos um plano de vida a longo prazo, mas também a importância que é tomarmos consciência deste tempo de vida,
para que não se corra o risco de acordar tarde de mais, ou para evitar aquele stress do “já não tenho tempo” quando na verdade há tempo.
Foi durante uma conversa com um amigo e futuro orientador de doutoramento que troquei umas ideias sobre o impacto da longevidade no desenvolvimento do nosso corpo e da nossa mente.
A longevidade está a dar-nos anos de vida. Se o nosso corpo é hoje mais novo do que era antes, então alguns dos processos de maturidade e de envelhecimento dos nossos órgãos e do nosso corpo podem ser adiados, empurrados mais para a frente.
E então será cada vez mais comum ser-se mãe pela primeira vez aos 50, quem sabe?
Ele acha que, teoricamente, é provável.
Alguns processos do nosso corpo poderão efetivamente ser adiados, permitindo que façamos hoje, coisas que há uns 20 anos atrás, não seria possível com 50 anos.
Interessante, não acham?
Na sequência dessa conversa fiz um exercício que me ajudou a perceber, efetivamente, o impacto da longevidade.
Numa folha em branco desenhei uma linha da vida que acabava aos 100 anos.
Bom, estou com 52, o que quer dizer que se viver até aos 100 estou na metade da vida!
Metade da vida num mundo que está a investir cada vez mais na longevidade, como faz o Japão, que quer ter uma sociedade que permita às pessoas viverem bem e felizes até aos 100.
O impacto em mim foi qualquer coisa de impressionante.
Eu costumo dizer que temos vários níveis de tomada de consciência das coisas.
Um nível é puramente racional e à medida que vamos tendo uma consciência mais profunda, vai descendo da cabeça para coração.
Um processo gradual conforme vamos aprofundando a nossa reflexão sobre o tema.
Neste caso foi uma queda vertiginosa da cabeça para o coração.
Percebi que tenho tempo para fazer muito mais.
- Que posso ser bem mais ambiciosa na minha “buckt list”. Que posso gerir o meu dia e a minha semana de outra forma. Mas como trabalho nesta área, percebi também o impacto que isto irá ter na sociedade.
Isto leva-me a dizer que vivemos uma era da revolução do tempo e não da tecnologia.
Porque se a tecnologia muda a forma como vivemos, a tomada de consciência do impacto do tempo, isso sim, vai revolucionar as pessoas e a tecnologia é, uma vez mais, um facilitador.
Tomem consciência do tempo. Invistam na tomada de consciência! Para bem da vossa longevidade! Vivam mais e melhor! E sobreturo felizes!
Ana João Sepulveda
CEO da 40+ Lab
Expert em Economia da Longevidade e em Envelhecimento Sustentado
Presidente da Associação Age Friendly Portugal, Embaixadora da rede Aging 2.0.