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A melhoria progressiva das condições de vida tem contribuído decisivamente para o aumento da esperança média de vida. E o resultado desse aumento da esperança média de vida é conhecido como ‘envelhecimento da população’. Vivemos mais e vivemos melhor, somos mais longevos.
O impacto da longevidade na economia «é enorme» e tem passado despercebido a muitos de nós. «A longevidade é um negócio sério. E nós não estamos atentos», alerta Ana Sepulveda, Presidente da Associação Age Friendly Portugal.
«É um negócio sério» porque «há países como a China, Japão, Austrália, Holanda, França e Irlanda que já possuem, a este nível, uma estratégia de desenvolvimento da economia da longevidade, assumindo-a como um dos pilares estratégicos do crescimento do PIB. Estes países já estão atentos e olhar para a longevidade como uma oportunidade de crescimento económico.»
«O termo Longevity Economy foi definido pela Associação Americana de Pessoas Reformadas como sendo a soma de toda a atividade económica promovida pelas necessidades das pessoas com 50 anos ou mais, incluindo produtos e serviços comprados diretamente por este segmento da população, bem como toda a atividade económica gerada por este mesmo consumo.», Ana Sepulveda
Estimativas da Associação Americana de Pessoas Reformadas (AARP) referem que, em 2018, a economia da longevidade representou um crescimento económico na ordem dos 7,6 triliões de dólares norte-americanos e que, em 2050, deverá representar um total de 27,5 triliões de dólares, equivalendo a um total de 60% do consumo. São números que posicionam a economia da longevidade como a terceira área mais estratégica da economia mundial.
Além das indústrias mais óbvias, como o turismo, a habitação e os cuidados de saúde há vários outros segmentos que poderão beneficiar desta nova área, tais como a assistência virtual e o e-commerce. A economia da longevidade gera, na opinião de Ana Sepulveda, «uma enorme nova oportunidade de negócio. Gera uma oportunidade de novas soluções de consumo para as pessoas».
Do lado do consumo, Ana Sepulveda reconhece que «começam a ver-se alguns progressos», sendo que «é do lado do trabalho que se verificam as maiores dificuldades». Na sua opinião faltam «políticas de gestão de carreira e de gestão de pessoas». E dá o exemplo do Japão, que apresentou em 2019 uma política para os recursos humanos, isto porque «já assumiram que querem e que estão a construir uma sociedade de centenários».
Este artigo foi desenvolvido com base na intervenção de Ana Sepulveda durante o Fórum ‘Transição para Reforma’ e que pode ser revisto no canal do Youtube da Fundação Dr. António Cupertino de Miranda.