A minha rua é… um espaço público amigável e sem obstáculos | Habitação

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A minha rua é… um espaço público amigável e sem obstáculos

27/02/2021 | Fernanda Cerqueira

Envelhecer na comunidade. FOTO UNSPLASH Envelhecer na comunidade. FOTO UNSPLASH

Quando observamos a rua em que vivemos alguns de nós encontraram uma rua larga e ampla, com passeios suaves e até jardins na proximidade. Outros encontraram uma rua estreita e/ou íngreme, em que o pavimento da rua está deteriorado e os passeios são irregulares ou estão, parcialmente, ocupados por estacionamento indevido.

O que encontramos quando saímos de casa e chegamos à rua afeta o nosso bem-estar quotidiano e, em particular, o bem-estar da população sénior cuja mobilidade, muitas vezes reduzida, não é suficiente para superar todos os obstáculos e chegar em segurança ao supermercado, à farmácia ou ao café, para um encontro com os amigos.   

Envelhecer na comunidade é um fator de bem-estar, mas que exige qualidade nas habitações e no espaço público. «É necessário, por um lado, garantir habitações que se adaptem às nossas necessidades ao longo da vida e, por outro lado, um espaço público mais preparado para nos receber», afirmou Sérgio Cintra, Administrador da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que falava na sessão do dia 17 de fevereiro, no âmbito do Simpósio InterAções. «Para conseguirmos assegurar a presença das pessoas mais velhas na comunidade o maior tempo possível retardado ou, quando possível, evitando a sua institucionalização, precisamos de um espaço público hospitaleiro e seguro».

Para o arquiteto Manuel Salgado «a acessibilidade é conditio sine qua non para que o espaço seja utilizado por todos. Utilizado em segurança e em conforto, quer se trate de crianças quer se trate de idosos, ou de uma mãe com um carrinho de bebé».

Esta «acessibilidade universal», como lhe chamou o arquiteto Manuel Salgado, «significa que todas as pessoas têm de ser tidas em conta quando se intervém no espaço público». E por isso «o espaço público tem de ser desenhado privilegiando o peão, o que significa alargar o espaço que lhe está dedicado. Mas significa também protegê-lo do tráfego rodoviário, das bicicletas… Significa suprimir os obstáculos à circulação e torná-lo mais confortável, com sombras e bancos».

O arquiteto falou ainda na «necessidade de um plano de acessibilidade pedonal», pois este plano «afirma esta forma de entender o espaço público como o grande espaço agregador da cidade e a necessidade de alterar e dar mais segurança mudando pavimentos, rebaixando passeios, melhorando passadeiras. E mesmo quanto à revitalização do espaço público com a introdução de quiosques e esplanadas».

3ª Edição do Simpósio Interações – Uma Sociedade para Todas as Idades

Sérgio Cintra, Administrador da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa; Manuel Salgado, Arquiteto; Miguel Soares, Chefe de Divisão, Programa Casa Aberta da Câmara Municipal de Lisboa; Aurora Dantier, Comissária da Polícia de Segurança Pública; e a Socióloga Maria de Lurdes Quaresma foram os oradores convidados da sessão ‘O Espaço Público na Lisboa de Todas as Idades’, moderada por Mário Rui André, Diretor da Unidade de Missão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Uma sessão integrada na 3ª Edição do Simpósio Interações – Uma Sociedade para Todas as Idades, organizado pela Unidade de Missão ‘Lisboa Cidade de Todas as Idades’ da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Esta foi a quinta sessão de um conjunto de 16 sessões, todas gratuitas e com transmissão online, sempre às quartas-feiras, com início às 14h30.

Saiba mais AQUI sobre esta iniciativa. E não deixe de ver ou rever a sessão completa no canal do Youtube da SCML.

Sobre o tema do envelhecimento na comunidade recomendamos a leitura do nosso artigo Sabe o que é o ageing in place?