A música como “alimento para o espírito” | Dar vida aos anos

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A música como “alimento para o espírito”

02/03/2021 | Sofia Alçada

Colette Maze - Pianista aos 106 anos Fonte: Jornal Público Colette Maze - Pianista aos 106 anos Fonte: Jornal Público

Iniciou a sua prática de tocar piano aos 4 anos de idade, no ano em que morreu um dos grandes compositores e que refere como o grande amor da sua vida: Claude Debussy​​, segundo revelou a Revista Le Nouvel Observateur.

A música foi sempre o conforto que encontrou para compensar a sua rigorosa educação. Aos 106 anos de idade, Colette Maze emana uma grande ternura e, sentada ao piano, os seus dedos ágeis mal parecem tocar nas teclas enquanto nos delicia com peças de Schumann, Debussy e Chopin.

Colette Maze refere à Reuters ser a música, o seu alimento. O alimento  para o espírito e para o coração.

A longevidade de uma vida plena

Nascida em 1914 no seio de uma família de classe média, Colette teve uma educação rigorosa, com uma austera mãe, e um pai mais ausente que geria uma fábrica de fertilizantes.

Fez os seus estudos na École Normale de Musique de Paris, onde aprendeu a arte do piano, antes de iniciar uma longa carreira como acompanhante nas escolas de música da capital.

A agilidade deve-se a prática do ioga e à ginástica especifica para os dedos que pratica diariamente. Se parar de tocar, terá de alimentar a sua imaginação de alguma forma, refere.

“Eu preciso de algo palpável. Há quem precise de provar doces; os meus dedos precisam de sentir as teclas [do piano], de sentir isto”.

Segundo referiu ao L’Obs, atribui a receita para a sua longevidade ao consumo diário de três ovos frescos, aos quais junta um copo de vinho de Graves, um pouco de queijo brie e chocolate.

Teve um filho, o cineasta Fabrice Maze, em 1949, que descreve a sua mãe como uma inspiração, especialmente durante os tempos da pandemia.

“Por um lado, a minha mãe ajuda na parte moral, [mostrando] que aos 106 anos alguém pode estar em boa forma se tiver paixão e se cuidar de si próprio - isso é uma boa notícia”

“Depois, o seu sentido de humor, a sua alegria, o seu amor pela vida, faz-nos sorrir.”

Eis um bom exemplo de longevidade, de quem tira partido pleno da vida e do melhor que ela nos tem para dar.

Inspire-se!

Fonte: Jornal Publico