Aging 2.0: Uma plataforma de inovação e networking | Entrevistas

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Aging 2.0: Uma plataforma de inovação e networking

26/01/2021 | Sofia Alçada

Aging 2.0 Capítulo de Lisboa Aging 2.0 Capítulo de Lisboa

O que é o Aging 2.0?

AS: O Aging 2.0 é a maior rede a nível mundial focada no tema da longevidade. Nasceu em 2011 em Silicon Valey pela mão de Stephen Johnson, que é considerado ainda hoje uma das grandes referências na área da inovação e do aging sendo claramente um influenciador.

Ao ver toda a tecnologia a ser criada em Silicon Valey e ao perceber que o mundo estava a envelhecer, Stephen começou a perceber a desadequação entre os produtos criados e a nova realidade demográfica. Esta rede ganha então forma e começa assim, a crescer lentamente mantendo sempre uma forte presença nos USA.

Para saber mais, não perca o nosso podcast onde falamos acerca do Aging 2.0

Quais são as áreas de intervenção do Aging 2.0?

AS: São 8 os grandes desafios da rede, que resultam de uma reflexão e maturação do que são os grandes pilares da longevidade e do envelhecimento:

- Envolvimento e propósito

- Saúde financeira

- Mobilidade e movimento

- Estilos de vida e rotinas

- Cuidados formais e informais

- Cuidados coordenados (sentido de comunidade)

- Neurociência e os cuidados com o cérebro

- Fim de vida

Qual é hoje a dimensão da rede?

AS: Hoje estamos já em vários países e nos vários continentes. Crescemos por capítulos que equivalem a cidades ou áreas urbanas como é o caso de Lisboa.

São 109 cidades (29 na Europa), com 40.000 subscritores, 2500 startups, e estamos divididos em 5 regiões.

Portugal faz parte da região EMEA – Europa, Medio Oriente e Africa.

Acabamos por beneficiar de vários casos de sucesso, boas práticas e pessoas com grande conhecimento e experiencia na área.

 

E porque 2.0?

AS: Há uma visão do envelhecimento que evoluiu e daí o 2.0.

O aging 1.0 era muito centrado no conceito de saúde, no design para os mais velhos, com um caracter mais institucional e um cariz social, com entidades sem fins lucrativos ou muito ligado ao Governo.

Na nova visão do aging, o 2.0, estamos mais focados nas oportunidades, numa visão mais otimista e positiva em que se fala da saúde numa lógica abrangente, adicionando a componente do bem-estar. O design é inclusivo e não focado somente nas pessoas mais velhas, mas sim para todos que utilizam produtos e/ou serviços.

Existe também um sentido de missão, mas hoje com uma lógica de negócio e de sustentabilidade com modelos de habitação focados já não nos lares, mas sim na comunidade. Sai-se de uma visão governamental e sem fins lucrativos, para uma visão de negócio, de empreendedorismo, não estando obviamente excluída a questão social, que 2020 teve um reforço nomeadamente com a questão do idadismo nesta fase da pandemia.

Temos aliás uma campanha a decorrer que fala acerca disso, com os 21 dias, 21 histórias, que poderá ser consultada na página do aging2.0.

A missão do aging é assim:

- Desacomodar;

- Inspirar;

- Promover uma mudança de atitude focada na nova lógica do aging 2.0;

- Procurar a inovação lato senso (não só relacionadas com startups tecnológicas, mas também campanhas, concursos, ideias…)

 

Qual a visão ou missão para Portugal?

AS: A missão para Portugal passa por promover a inovação e o desenvolvimento de negócio e uma visão mais positiva do lado do envelhecimento.

Ao nível internacional, o meu objetivo é colocar Portugal no mapa, quando o tema é longevidade.

Assim, a visão que me rege é o de abrir um capítulo em cada uma das zonas onde temos uma comunidade que investiga a área do envelhecimento, para mapear o que está a ser produzido nestas regiões e reforçar ainda mais a potencial internacionalização do que esta a ser feito em terras lusas.

Existem já capítulos na região de Lisboa, para breve em Coimbra e Porto e mais tarde, no Algarve.

A minha ideia é que se possa ampliar para outras áreas onde possamos aumentar a presença e reforçar a internacionalização, sobrepondo-se ao panorama de inovação em Portugal, nuns sítios trazendo o envelhecimento e a longevidade e noutros servindo como forma de internacionalização e/ou aumento de know-how.

O Brasil por exemplo funciona assim, com o Sergio Duque Estrada. Assim como Inglaterra que tem o mesmo modelo.

A rede deverá beber do que existe em outras regiões e também do que existe lá fora

 

Como é financiada a rede?

AS: Hoje para além do site e das iniciativas dos capítulos, criamos uma plataforma – o Colective - onde as pessoas podem ter acesso a informação e conhecimento, como:

- artigos

- casos de estudo

- Tese

Há uma tabela consoante o tipo de organização para acesso a toda a informação. Essa é para já uma das formas de financiamento.

 

Quais os públicos do Aging? A quem se destina a plataforma?

AS: Todo o tipo de organizações que queiram trabalhar connosco. Temos com exemplo uma Procter & Gamble ou a Google, ou o instituto Nomura no Japão

O nosso destinatário é em geral:

  • Cidadão comum;
  • Empresas;
  • Entidades na área dos cuidadores;
  • Associações, investigação ou academia;
  • Startups (área de aposta em Portugal para mapear quem trabalha e desenvolve projetos na área da longevidade e envelhecimento);
  • Investidores, fundações e fundos privados;
  • Governos e políticas públicas.

 

É uma plataforma para pessoas ou empresas?

AS: A rede é montada por pessoas. Tradicionalmente procuramos pessoas que já trabalham nesta área do envelhecimento e que sejam influenciadores. Este é o perfil que se procura.

Pessoas com capacidade de:

- Execução;

- Dinamização;

- Inovação.

Se quiser ligar-se a rede, pode fazê-lo no site https://www.aging2.com/chapters/ na área de Lisboa e fazer o pedido. Desde que cumpram as especificações mencionados, poderá entrar para a rede.

 

Que tipo de iniciativas serão colocadas em prática a nível mundial e a nível de Portugal em concreto?

AS:  focarmo-nos a nível internacional e em Portugal, como produtores de conteúdos e partilha de conhecimento aproveitando a rede de pessoas, com relatórios anuais e temáticos de diferentes dimensões ligados aos temas da longevidade segundo a matriz dos 8 desafios que mencionamos acima.

A nível Ibérico, queremos darmos a conhecer estabelecendo-nos como influenciadores nesta área e fazendo a ponte entre investidores e startups.

Começamos já um conjunto de entrevistas para dar a conhecer os trabalhos que estão a ser desenvolvidos.

A nível de Portugal, queremos trazer para cá o evento internacional do Aging a realizar no final do ano. Lançar um concurso com startups em conjunto com o Brasil. Lançar algumas campanhas de conhecimento e sensibilização. Temos ainda um projeto com o Ministério da Saúde, que tem a ver com a usabilidade, e que procurou a rede para obter mais informação e usufruir do know-how que temos.

Está previsto ainda abrir no 1º trimestre, os capítulos do Porto e Coimbra.

 

Qual o resultado que pretendem obter? Imaginemos que estamos em 2030, onde gostariam de estar com o Aging 2.0 em Portugal?

AS: O que quero obter neste período é o:

  • Estabelecimento da rede em Portugal perfeitamente difundido com 6 pontos que incluam os Açores e a Madeira, e a funcionar;
  • A estratégia implementada e em modo cruzeiro;
  • Servir de influenciador;
  • Uma sede com presença física em Portugal;
  • Ter laboratórios de inovação em Portugal que sirvam como referencia para o mundo;
  • Atrair investidores e criar um Fundo de investimento ligada a esta área;
  • Fazer pontes com o Brasil e a nível Europeu bem como com o Japão;
  • Atrair influenciadores e pessoas que sejam executores, conectores e inspiradores.

Em resumo, colocar Portugal no mapa quando o tema é envelhecimento e longevidade!

 

Fica então o convite para visitar o site e saber mais sobre o projeto Aging 2.0, e explorar as iniciativas e conhecer as pessoas ligadas a este tema. Poderá, caso haja interesse, contactar através do email lisbon@aging2.com.