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Na Quinta do Marquês de Alegrete, em plena Charneca do Lumiar, onde gerações de fidalgos da capital passavam primaveras e verões, vai nascer um projeto intergeracional único no nosso país.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), atual proprietária desta quinta, mais conhecida pelo nome de Quinta Alegre, reabilitou o palácio e o jardim envolvente, classificado como Imóvel de Interesse Público e detentor do Prémio da Reabilitação Urbana de 2017 para a categoria de restauro, edificou uma estrutura residencial para idosos (ERPI) e está a projetar uma unidade residencial para jovens e/ou seniores independentes.
Com o projeto de reabilitação e a dinamização da Quinta Alegre, a Santa Casa cruza duas das suas principais linhas de ação: apostar no paradigma da intergeracionalidade, para promover um envelhecimento mais ativo, e valorizar, rentabilizar e recuperar o seu património, permitindo novas vivências.
A Quinta Alegre tem um palácio junto à estrada a noroeste, de construção sólida e com capacidades físicas e funcionais, com uma grande qualidade arquitetónica, belíssimos azulejos e frescos de valor e um pátio retangular delimitado pela fachada principal do palácio. A sudoeste situavam-se as antigas cavalariças, que são hoje parte da ERPI. A sudeste, localiza-se um muro de acesso à propriedade e um outro de ligação ao jardim e à quinta, com pavimento em calçada à portuguesa, um jardim com um lago artificial e um poço e três pavilhões cobertos por vegetação densa.
A reabilitação da Quinta Alegre foi pensada em três fases distintas. Numa primeira fase foi reabilitado o palácio e o jardim romântico, para constituir a unidade social, com cerca de 5000 metros quadrados. O espaço lúdico permite a realização de diversas atividades, abrindo o palácio à comunidade e servindo de apoio à estrutura residencial para idosos e à futura unidade residencial.
Capacidade total para 75 quartos
Na segunda fase, concluída em 2018, foi construída, na área poente, a ERPI, com cerca de 1850 metros quadrados. Esta intervenção abrange a reabilitação dos anexos agrícolas existentes e a construção de um novo edifício independente, mas fisicamente ligado através de um passadiço. A capacidade total é de 43 quartos (12 quartos duplos, seis quartos individuais, sete apartamentos T0 e três apartamentos T1, sendo que a tipologia T0 possui quartos individuais e a tipologia T1 quartos duplos). Assim, no total, esta fase tem capacidade para 75 camas.
Numa terceira fase inclui-se a Unidade Residencial, que está em fase de projeto e pretende-se que seja constituída por um conjunto de 14 apartamentos para seniores autónomos, de modo a dar cumprimento à premissa inicial do projeto global, assente na vivência intergeracional pretendida para esta intervenção multifuncional.
Assim, neste novo espaço, a SCML pretende fomentar uma relação intergeracional entre pessoas com mais idade e jovens, criando zonas comuns de encontro e reunião, garantindo uma interação constante, evitando o isolamento e a exclusão recorrentes na terceira idade, ao mesmo tempo que possibilita que lugares como este possam ser usufruídos por todos.