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Tinha o sonho de ser piloto da Força Aérea, mas por um problema de gaguez não foi aceite. Aos 18 anos tira um curso na Regisconta e começa a trabalhar como consultor informático, só concluindo o 12º ano aos 53 anos. Não ter formação superior jamais o impediu de evoluir. “Costumo dizer que a dor sempre me acompanhou: fui programador, vendedor, formador, administrador e empreendedor. Tenho uma experiência profissional de 38 anos a acompanhar o rasto da tecnologia que nunca para.” Gosta de dar o máximo e valoriza a ética acima de tudo, o que o faz procurar trabalhar com empresas de confiança e isso tem dado bons resultados.
Sempre foi um empreendedor, tendo tido vários negócios. “Há 18 anos chamavam-se dot.coms agora são as startups. Os nomes é que mudam.” As empresas que criou acabou por vendê-las, por oportunidades ou necessidade de seguir outro caminho.
Diz ser meio germânico, meio latino, o que lhe dá um lado pragmático que o ajuda nos negócios, a capacidade de estar sempre atento e o saber desenrascar… A Spindots nasce de uma ideia que não se pode materializar por questões fiscais e que evoluiu para o que hoje é a empresa. Numa noite de copos, quatro amigos decidem criar uma plataforma para rebater descontos e cujo objetivo último é fomentar a visita a lojas. Todos os empreendedores têm mais de 54 anos, ao que António chama com graça, uma oldup e não uma startup. “Às vezes é assim que surgem as oportunidades. Temos de estar atentos, visíveis e no raio de ação.”
Ser a solução e não o problema
“No meu caso, em 2013, depois de ser contratado três vezes para a mesma empresa, voltei a ficar desempregado e entrei em modo sabático.” “Decidi ser a solução, pois sabia que tinha um forte know-how que seria uma pena desperdiçar. Se ficarmos parados à espera que a ideia venha ter connosco… nada acontece.”
Os problemas do dia-a-dia podem dar origem a uma ideia que pode gerar um negócio. Há um ecossistema criado para quem tem ideias. António participou no programa Acreditar do Montepio e refere que há muitas coisas a acontecer. “O momento existe. Aproveitem os momentos, os eventos, as ideias, os contactos… Os mais novos gostam de ouvir os mais velhos desde que tenham coisas úteis a dizer. Pode ser uma oportunidade. Se queremos estar ativos, temos de gerar e explorar as soluções.”
Deixa-nos ainda conselhos: estejam atentos. Percebam o ecossistema. Falem com pessoas. Vejam os problemas do dia-a-dia. Os bons negócios são bons porque resolvem problemas das empresas e das pessoas. Existe uma série de eventos e programas. Cita alguns, como o Meet up, Toastmasters (aprender a falar em público), incubadoras de startups, o programa Acredita Portugal (montar um projeto a partir de uma ideia). Não desesperem. Ter um certo positivismo e estar aberto é muito importante. Os investidores compram a equipa e não só a ideia. “Nós, mais velhos, temos a experiência que é valorizada. Precisamos é de nos saber apresentar.”
As oportunidades estão aí, é só estarmos atentos!