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Fazer o bem sem olhar a quem e sem pedir nada em troca. Que a bondade faz bem à alma nós sabemos, mas que traz saúde e contribui para uma vida mais longeva isso talvez nem todos tenhamos percebido.
A ciência tem prestado cada vez mais atenção a esta relação entre a bondade, a saúde e a longevidade. E as conclusões revelam que ajudar os outros diminui a ansiedade, os níveis de stress, a depressão e a pressão arterial.
«Há uma ligação fortíssima entre a bondade, a gentileza e a saúde. Grandes investigadores nesta área têm vindo a confirmar que o nosso cérebro se altera quando fazemos, mas também quando testemunhamos, atos de bondade.», comenta Helena Marujo, professora e investigadora em Psicologia Positiva na Universidade de Lisboa, em declarações ao Notícias Magazine.
É o caso de David R. Hamilton, autor e especialista em Química Orgânica que trabalhou durante vários anos na indústria farmacêutica, e que concluiu que a bondade aumenta a produção no organismo de oxitocina, a chamada hormona do amor, que faz baixar a pressão arterial e melhora a saúde do coração.
Um bom caso de estudo são as pessoas que fazem voluntariado. Por regra são pessoas que se queixam menos de dores físicas, porque ao ajudarem outras pessoas estão a produzir endorfinas e serotonina o que no nosso corpo funciona como analgésico e antidepressivo naturais. Além disso, o ato de ajudar diminui o stress. «Pessoas continuamente generosas tendem a ter, em média, 20% menos cortisol, e por isso um ritmo de envelhecimento menor», refere Helena Marujo.
Ainda que possa ser surpreendente, as conclusões apontam para que o ato de ajudar promova efetivamente o bem-estar, a saúde e, consequentemente, a longevidade.
«Parece proteger duas vezes mais do que a aspirina em relação à doença cardíaca, um resultado incrível da investigação com pessoas acima dos 55 anos», além de diminuir em «44% a probabilidade de morrer cedo». A explicação parece estar no cérebro: «a zona cerebral ligada ao prazer fica ativada quando fazemos coisas boas pelos outros. Estamos biologicamente preparados para nos sentirmos bem quando ajudamos os outros ou quando somos alvo de um ato de generosidade», explica.
Mas, para que o impacto na saúde seja relevante é preciso continuidade. A professora Helena Marujo cita uma investigação da Universidade British Columbia, Canadá. «Se pusermos em prática seis atos de bondade por semana, ao fim de um mês sentimos menos ansiedade». Por outro lado, só o facto de desejarmos coisas boas para nós e para os outros, mesmo para aqueles com quem estamos zangados, através da meditação, já tem impacto no aumento das emoções positivas, como a alegria e serenidade. A conclusão é de Barbara Fredrickson, investigadora na área das emoções positivas da Universidade da Carolina do Norte (EUA), numa publicação sobre biologia da generosidade.
Fonte:
Este texto foi adaptado a partir do artigo - A bondade faz bem à saúde e até traz longevidade, da Notícias Magazine