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O número de pessoas com demência está a crescer e Portugal não é exceção. De acordo com um estudo publicado na revista científica The Lancet Public Health, em 2050, mais de 153 milhões de pessoas em todo o mundo poderão ter demência. Em Portugal, uma investigação do Institute for Health Metrics and Evaluation mostrou que 200 994 pessoas vivem atualmente com demência, um número que deverá aumentar para 351 504 até 2050.
O crescimento populacional e a maior longevidade, combinados com o aumento de certos fatores de risco de demência, levaram a um aumento do número de mortes causadas por demência nos últimos anos, sendo que as previsões apontam para o agravamento do número de casos.
A par desta progressão da doença está uma relativa incapacidade dos países de dar resposta ao apoio que as pessoas e os seus cuidadores necessitam. Importa reconhecer a demência como uma prioridade de saúde pública e definir uma estratégia de apoio às pessoas com demência e às suas famílias.
O aumento do número de pessoas com demência no mundo levou a que esta síndrome fosse considerada “uma pandemia silenciosa”. Foi assim que, em 2017, Shekhar Saxena, na altura na qualidade de Diretor do Departamento de Saúde Mental da OMS, descreveu a demência, durante o Alzheimer’s Global Summit Lisbon.
O que é a demência?
Demência é o termo utilizado para descrever os sintomas de um grupo alargado de doenças que causam um declínio progressivo no funcionamento da pessoa. É um termo abrangente que descreve a perda de memória, capacidade intelectual, raciocínio, competências sociais e alterações das reações emocionais normais.
A quem afeta a demência?
Apesar da maioria das pessoas com demência ser idosa, é importante salientar que nem todas as pessoas idosas desenvolvem demência e que esta não faz parte do processo de envelhecimento natural.
Em algumas situações a demência pode ocorrer em pessoas com idades compreendidas entre os 40 e os 60 anos, mas é mais frequente a partir dos 65 anos.
Qual a forma mais comum de demência?
Constituindo cerca de 50% a 70% de todos os casos, a doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência.
A Demência Vascular é, possivelmente, a segunda forma mais comum. Este tipo de demência está associado aos problemas da circulação do sangue para o cérebro.
Em terceiro lugar a Doença de Parkinson. Trata-se de uma perturbação progressiva do sistema nervoso central, caracterizada por tremores, rigidez nos membros e articulações, problemas na fala e dificuldade na iniciação dos movimentos.
A Associação Alzheimer Portugal, Instituição Particular de Solidariedade Social dedicada a promover a qualidade de vida das pessoas com Demência e dos seus familiares e cuidadores, divulgou publicamente, no dia 5 de setembro, o manifesto ‘Pela Memória Futura’, um documento que reivindica a necessidade de existir um maior empenho político e social na prossecução de uma resposta nacional integrada à Doença de Alzheimer e outras Demências.
Ainda sobre este tema, não deixe de ler o nosso artigo "Projeto de investigação português para detecção precoce de Alzheimer", em que partilhamos alguns dos mais recentes progressos científicos e tecnologicos no âmbito do diagnóstico da doença de Alzheimer.