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A ideia de que envelhecer é começar um Inverno, faz parte de uma narrativa que, na verdade, está muito longe das estórias maravilhosas que a cultura pop nos oferece. Entre estas estão artistas que nos transportam para outras épocas, homens e mulheres que desafiaram o tempo e os preconceitos da sociedade. Estão também obras musicais e cinematográficas, que nos contam como é possível dar vida aos anos, como é possível iluminar qualquer que seja a idade. Neste artigo iremos desvendar alguns dos fenómenos pop que para além de terem envelhecido “bem”, também são capazes de contribuir ativamente para uma sociedade mais harmoniosa.
A música é ela própria um desafio ao tempo, mas por trás das melhores peças musicais encontram-se personalidades que souberam manter-se por diversas gerações. Não é apenas importante olhar para aquilo que parece imutável, mas também reconhecer como a transformação faz parte e nos pode levar à longevidade.
Para quem o conhece bem, sabe que Tony Bennet é praticamente um ideal de gentileza, cavalheirismo e romantismo. De idade longeva, este músico soube manter-se no cenário musical atual, tendo atuado com artistas pop, como é o caso da Lady Gaga. Neste momento, sabemos que o cantor sofre de Alzheimer, mas tal como o próprio afirma “a vida é uma dádiva mesmo com Alzheimer”.
Muitos sabem quem é Leonard Cohen, talvez até tenham tido a grande oportunidade de o ter visto num dos seus grandes concertos ao vivo. Este é um músico que teve uma carreira sólida e brilhante, mas ao contrário do que se pensa, Leonard Cohen apenas começou a compor música depois dos 30 anos. Esta é uma inspiração para todos aqueles que julguem ter chegado já um pouco tarde demais aos ofícios artísticos.
“(I Can’t Get No) Satisfaction” foi um dos hits mais populares dos anos 60, sendo que os grandes The Rolling Stones se manteriam em funções até aos dias de hoje. Entre os seus integrantes, encontra-se o popular Mick Jagger – bastante conhecido tanto pela genialidade como pelos excessos. Provavelmente jamais pensaríamos que fosse possível ser adolescente para sempre. Mick Jagger provou-o, com a agravante de poder contar com a sabedoria que só a longevidade nos pode trazer.
A transição para o envelhecimento já foi vista de diferentes formas pelo cinema e pela televisão. Muitas vezes, avançando um pouco mais além em significados relacionados com a idade – como é o caso do luto, das mudanças que ocorrem após a menopausa ou como são as dificuldades enfrentadas pela fragilidade da idade. Em qualquer uma delas, sabemos como é possível compreender e aprender a dar valor ao que já que já existe à nossa volta
Provavelmente um dos começos mais enternecedores na história da Pixar, “UP” começa por contar-nos acerca da história de amor entre Carl e Ellie. O casal atravessa os vários estágios de uma vida a dois, esperando que um dia pudessem fazer a viagem dos seus sonhos. É no momento que podem finalmente partir, que Ellie morre em idade avançada, deixando Carl sozinho. O resto que se sucede ao longo do filme, poderia ser uma metáfora para o luto e em como podemos chegar a um ponto de voltar a sentir a felicidade novamente. Com a ajuda e o carinho de algumas personagens inusitadas, Carl realiza a viagem de uma vida.
Esta série Netflix não poderia ser mais próxima daquilo que significa “envelhecer ativamente”. Duas amigas, que se tornam ainda mais amigas na improbabilidade de os seus maridos terem uma relação amorosa entre si. Aquilo que parece a destruição de um casamento perfeito – para uma socialite – ou a destruição de uma “comunhão espiritual” - para uma mulher que viveu o verão do amor – junta os ingredientes perfeitos para nos mostrar que a juventude é, na verdade, um estado de espírito.
E se pudéssemos reverter o tempo e acabar o final da vida em plena infância/juventude? Benjamin Button, é o curioso caso que nos remete para uma ficção acerca do tempo. Ao longo do filme podemos ver as dificuldades que uma pessoa idosa pode sofrer ou como a infância não faz jus a uma vida de sabedoria. Mas a grande lição neste clássico do cinema, é que independentemente do tempo que revertermos, são as vivências e encruzilhadas que fazem, de facto, a vida.