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É importante ter presente que “não se é velho”, “está-se velho”. Não envelhecemos “de repente”, vamos envelhecendo. É importante assumirmos a idade que temos e nos regozijemos pelos anos já vividos. Bem mais fácil falar do que fazer!! E porquê?
Antes de responder à questão, façamos um breve contexto.
Quando nos referimos ao envelhecimento convém ter presente que este pode ser analisado sob duas perspetivas:
A perspetiva individual refere-se ao processo de envelhecimento que se inicia na conceção e termina com a morte e, durante este continuum ocorrem alterações biológicas/fisiológicas, psicológicas e sociais. Este processo, que apesar de ser universal, é único e heterógeno.
Todos envelhecem, mas todos de maneira diferente.
Até os nossos órgãos envelhecem a ritmos diferentes.
Já na perspetiva demográfica, o envelhecimento refere-se à maior proporção de pessoas mais velhas face às pessoas mais jovens no total da população.
De salientar, que, também, o Mundo, está a envelhecer a velocidades diferentes. Presentemente a Europa é a região mais envelhecida do Planeta (Portugal é, aos dias de hoje, o 4º. mais velho do mundo e o 3º. da Europa). A África é a que se apresenta como a mais jovem, mas que já conta com um grande quantitativo de pessoas mais velhas.
Saiba mais com este vídeo sobre o que é envelhecer
Vivemos num tempo único. Nunca na história da humanidade fomos tantos e vivemos até cada vez mais tarde. Esta grande conquista da humanidade, que resultou do maior acesso e da melhor qualidade dos cuidados de saúde e da melhoria das condições gerais de vida e do trabalho, nem sempre é vista da forma mais positiva.
Parece estarmos perante o “paradoxo do envelhecimento”.
Por um lado, queremos viver até cada vez mais tarde, mas, por outro, nem o indivíduo nem a sociedade parecem estar preparados para esta maior longevidade.
Ao envelhecimento individual associam-se perdas, de saúde, de rendimentos, de estatuto, de família, entre outras.
E assim, envelhecer torna-se sinónimo de doença, exclusão, finitude, ou seja, o que de negativo a maior longevidade acarreta.
Já no que se refere ao envelhecimento demográfico, tende a salientar-se o quantitativo de pessoas mais velhas e as consequências negativas que estas têm na sociedade em termos de custos, na saúde, pensões, serviços, entre outras.
Julgando-se, erradamente, que o “problema” está no quantitativo de pessoas idosas, quando o cerne da questão está da diminuição do número de jovens que resulta, entre outras causas, da menor natalidade.
Face ao exposto, parece ser clara a razão pela qual as pessoas não querem ser “velhas”. E, por isso, consideramos que é preciso desmistificar o que é o envelhecimento e o que ele representa, para o indivíduo e para a comunidade.
Através da partilha do saber da Academia, da Comunidade e dos Cidadãos.
Com este espaço “Envelhecimento e Sustentabilidade”, pretendemos contribuir para a mudança através do conhecimento e, desta forma, aumentar a literacia no âmbito do envelhecimento e da longevidade.
Para tal, iremos divulgar o saber da Academia, através de professores, investigadores e discentes.
Partilhar o que se faz na Comunidade, trazendo os profissionais. E, a partir dos Cidadãos, indagar das suas dúvidas, mas, também, como se preparam e que estratégias têm para viver a longevidade de forma sustentável.
Ouça aqui o nosso podcast com Stella Bettencourt da Câmara
Desejamos, assim, criar um espaço de partilha do conhecimento.
Estamos a contar consigo/convosco!