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Doença de Alzheimer. Novo tratamento reduz em 27% declínio cognitivo

03/10/2022 | Fernanda Cerqueira

A demência, e o Alzheimer, em particular, afeta cada vez mais pessoas. Foto: Unplash A demência, e o Alzheimer, em particular, afeta cada vez mais pessoas. Foto: Unplash

Estimativas indicam que existem cerca de 200 mil pessoas com demência em Portugal, sendo a mais frequente o Alzheimer. Este número deverá continuar a aumentar, sendo que as estimativas apontam para 351 504 pessoas, em Portugal, até 2050 e para mais de 153 milhões, em todo o mundo.

A ciência está atenta à progressão da doença e tem trabalhado para desenvolver respostas inovadoras. Notícias recentes dão conta, por exemplo, de um novo medicamente, em fase de ensaios clínicos, o Lecanemab, que sugere uma redução em 27% o declínio cognitivo de pacientes nos estágios iniciais da doença de Alzheimer.

Estes resultados preliminares surgem após ensaios clínicos realizados em quase 1.800 pessoas, metade das quais recebeu o tratamento e a outra metade um placebo.

Segundo o grupo farmacêutico japonês Eisai e a norte-americana Biogen, empresas responsáveis por esta investigação, o medicamento reduziu o declínio cognitivo em 27% dos pacientes tratados, durante um período de 18 meses.

A Eisai e a Biogen planeiam publicar os resultados completos numa revista científica e apresentar pedidos de autorização de comercialização para o tratamento nos Estados Unidos, Japão e Europa antes do final de março de 2023.

Os benefícios do medicamento para os pacientes "são modestos, mas reais", e estes resultados são, portanto, "realmente encorajadores", destacou o professor de neurociência da University College London, John Hardy, citado pelo jornal Público.

"Se os dados resistirem ao escrutínio, esta é uma notícia fantástica", destacou, por sua vez, Tara Spires-Jones, da Universidade de Edimburgo. O tratamento não leva a "uma cura", mas "retardar o declínio cognitivo e assim preservar a possibilidade de realizar as atividades diárias normais já é uma grande vitória", sublinhou.

O medicamento terá, no entanto, que ser examinado "no que diz respeito aos riscos de efeitos colaterais" detetados, "incluindo inflamação e sangramento no cérebro", alertou Charles Marshall, da Universidade Queen Mary de Londres. De qualquer forma, os resultados mostram que atacar as placas amilóides no cérebro, como faz o Lecanemab, “merece exploração contínua como estratégia de tratamento”, acrescentou.

Ainda sobre este tema, não deixe de ler o nosso artigo "Casos de demência poderão triplicar até 2050". 

Fonte: Ensaio clínico de tratamento para Alzheimer mostra redução do declínio cognitivo em 27%, jornal Público