Dormir de dia poderá ser um sinal de demência? | Saúde e Bem Estar

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Dormir de dia poderá ser um sinal de demência?

23/03/2022 | Sofia Alçada

Relação do sono e das demências Fonte: Pexels Relação do sono e das demências Fonte: Pexels

Pessoas mais velhas que dormem sestas de mais de uma hora são mais propícias a desenvolver Alzheimer ou outros tipos de demências em cerca de 40% do que aqueles que dormem menos tempo, segundo um estudo da Universidade da Califórnia, em São Francisco.

O estudo utilizou dados recolhidos ao longo de 14 anos pelo Rush Memory and Aging Project.

Ao dormir duas horas por dia aumenta o risco declínio cognitivo em comparação com menos de 30 minutos de sono por dia.

 

Como é a relação do sono com a idade?

A qualidade e a quantidade de sono diminuem com a idade, por questões muitas vezes associadas a questões de saúde. Para compensar essa diminuição as pessoas mais velhas tendem a dormir com mais frequência ao longo do dia, comparativamente a outras fases das suas vidas.

Com este estudo, o que se percebeu foi que o sono durante o dia poderá também indicar alterações cerebrais “independente do sono noturno”, como refere o referido investigador.

Como decorreu o estudo que associa as sestas às demências?

Durante 14 dias por ano, os participantes do estudo usaram um rastreador de dados que monitorizava os movimentos; Caso não houvesse nenhum movimento por muito tempo, durante o dia (das 9h às 19h) era indicado como um período de sono.

Sabe-se também que estar sentado sem se levantar ou movimentar-se durante longos períodos de tempo é um fator de risco para o declínio cognitivo e consequentemente para o Alzheimer, e, portanto, há que estar atento para estes sinais.

 

Que concelhos dar para evitar a alteração cognitiva provocada pelo sono?

O ideal é restringir o sono durante o dia ficando nos 15 a 20 minutos, antes das 15h. Assim garante que não prejudicará o sono reparador durante a noite,  como refere o investigador mencionado neste artigo.

Outro alerta é dado aos cuidadores das pessoas mais velhas para que estejam atentas a estes períodos longos de sono durante o dia, podendo gerir e quem sabe diagnosticar de forma precoce alguma alteração que possa surgir na pessoa cuidada.

Fonte: Journal of Alzheimer’s Disease

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