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Além do mais, é nesta grande conferência que vemos oportunidades de internacionalização de negócios já existentes, uma vez que Portugal tem aberto as suas portas àquele que aqui queira instalar a sua startup, a sua empresa, ou a sua morada.
Mas para quem ainda não conhece a Web Summit só mesmo fazendo parte de uma delas para sentir e entender o alcance de seus painéis distribuídos em 4 dias de evento.
Felizmente eu tenho sido testemunha destas marcantes experiências, tendo participado de 4 edições deste evento em Lisboa. Neste ano fui surpreendida por ter sido entrevistada para o Telejornal da RTP, onde fui destacada como uma participante habitual da Web Summit. Foi bem engraçado!
Após ter sido totalmente abduzida pela alma da Web Summit, tenho tido a felicidade de fazer parte de seu corpo de repórteres desde 2018.
Notícias de interesse mundial, recentes lançamentos tecnológicos, as mais criativas e inovadoras startups de todo o mundo, denúncias contra ameaças aos utilizadore da tecnologia, e a presença de ativistas na defesa de direitos humanos fazem parte desta que é a maior conferência de tecnologia e empreendedorismo da Europa.
Do dia 1 a 4 de novembro de 2021, mais de 40 mil pessoas estiveram em Lisboa para a Web Summit 2021, em plena pandemia. Munidas de máscara, testadas ou vacinadas, os visitantes circularam nos 4 pavilhões da Feira Internacional de Lisboa e no Altice Arena localizados no Parque das Nações, bairro da capital lusitana.
A comediante Amy Poehler, o ator Nikolaj Coster-Waldau (Game of Thrones), o presidente da Microsoft Brad Smith, e a comissária europeia Margrethe Vestager estiveram juntos aos mais de 1.000 oradores, 1.250 startups, 1.500 jornalistas e mais de 700 investidores, nesta conferência em que foram discutidos temas como tecnologia e sociedade, objetivos sustentáveis da ONU, denuncias, criptomoedas, entre outros.
O Web Summit é um festival tão gigantesco que é impossível assistir a tudo o que acontece simultaneamente. Após a inscrição no evento, o “websummiter” recebe um código que permite o registro no aplicativo do evento, onde é possível ver toda a programação, fazer o seu próprio roteiro e ainda assistir outros painéis transmitidos pelo app.
Após a versão online ocorrida em 2020, neste ano a organização cuidou para que todas as regras de segurança fossem observadas nesta retomada no formato presencial. Diariamente éramos lembrados dessas regras por meio das mensagens recebidas no aplicativo do evento.
À entrada, todos apresentávamos o certificado de vacinação contra a covid-19, ou um teste negativo, sendo o uso da máscara condição obrigatória nos espaços interiores e exteriores entre os vários pavilhões.
Voltar a participar de um evento presencial foi animador. Uma alegria pairava no ar e era fácil perceber a alegria nos semblantes de todos os presentes.
Veja abaixo alguns destaques da Web Summit 2021:
Na abertura, o co-fundador e CEO da Web Summit, Paddy Cosgrave, desmentiu os rumores de que a edição 2021 do evento seria a última em Portugal, e andiantou que Lisboa continuará a ser a sua ‘casa’ (pelo menos) até 2028.
O atual presidente da Câmara de Lisboa e o Ministro da Economia anunciam prosperidade aos empreendedores e pessoas que decidam vir e viver em Portugal
O novo presidente da câmara de Lisboa foi o primeiro a intervir na grande conferência. Carlos Moedas prometeu fundar a Fábrica de Unicórnios de Lisboa no próximo ano e apelou às tecnológicas presentes na Web Summit que "venham e fiquem" na capital portuguesa.
O novo Presidente da Câmara de Lisboa almeja ver a capital portuguesa como “a capital mundial da inovação”.
“A mensagem que tenho hoje é muito simples. O que quer que façam da vida, o que quer que seja o vosso projeto, sonhem em grande e mergulhem nos detalhes. Mergulhem nos detalhes, meus amigos” - Carlos Moedas
Por sua vez, Pedro Siza Vieira, ministro da economia e da transição digital afirmou em alto e bom som que Portugal "é o lugar para viver e investir" e fazer negócio, num discurso em que destacou o país em suas condições de empreendedorismo, ambiente e qualidade de vida.
Enfatizou ser Portugal um dos países mais seguros do mundo, não só apenas em termos de segurança, mas também de saúde, por ter a maior percentagem de população com vacinação completa contra a covid-19.
"Espero que gostem da Web Summit, espero que gostem destes dias preciosos em Lisboa, Mas, espero que voltem, que falem com os vossos amigos e parceiros e lhes digam que Lisboa e Portugal é o lugar para viver e investir, para fazer negócio" uma vez que é "aberta, tolerante e multicultural". Pedro Siza Vieira
Em uma das aparições mais aguardadas, Frances Haugen, a mais recente denunciante do Facebook, esteve na feira de tecnologia onde voltou a afirmar haver pouco interesse por parte da empresa de Mark Zuckerberg em pôr fim ao discurso de ódio e propagação de informações falsas.
De acordo com a engenheira de dados, a Facebook, recentemente renomeada Meta, “Dezenas de milhões de pessoas correm perigo nos próximos 20 anos (por causa da conduta da rede)”.
“No feed de publicações, o Facebook prioriza notícias extremas e polarizadoras, com temas como genocídio e tráfico humano, que geram conflitos sociais e desinformação.” Haugen
Haugen revelou ainda que a gigante tecnológica tem conhecimento dos efeitos nocivos dos próprios serviços sobre os utilizadores e que "tem existido um padrão de comportamento" na empresa "em que têm consistentemente dado prioridade aos seus próprios lucros em detrimento da segurança geral".
Imagem: Nick Clegg por videoconferencia para a websummit
Nick Clegg, o vice-presidente do Facebook ia falar no mesmo palco em que esteve a denunciante Frances Haugen. Contudo, compareceu remotamente, sem aviso prévio aos organizadores.
Nick Clegg, que é um dos braços direitos de Mark Zuckerberg, falou dos principais problemas que a rede social está a enfrentar, sem mencionar Haugen.
“Fizemos um progresso significativo”, afirmou voltando a negar as alegações feitas pela denunciante. Disse que a empresa tem trabalhado para corrigir problemas sem deixar de ser sustentável. “Nos últimos anos alocamos grandes recursos para mudar drasticamente e reduzir a distribuição de informação que circula em situações de emergência”, exemplificou Clegg.
Sir Tim Berners-Lee, conhecido como o inventor da Web, subiu novamente ao palco da Web Summit para defender que a sua invenção podia ser melhor.
Desde que inventou a World Wide Web, em 1989, Sir Tim Berners-Lee viu o seu projeto crescer e tornar-se em uma dos grandes instrumentos para o progresso social e econômico da História. Entretanto, uma parte crucial da Web não correu como planeou: o uso dos dados.
Como é que chegamos aqui? Durante muito tempo correu bem" Sir Tim Berns-Lee
Admitiu que, se pudesse voltar atrás, aproveitaria para corrigir alguns problemas em que não pensou na época.
Criativo e empreendedor como sempre, Sir Tim Berners-Lee acredita que o problema dos dados tem solução: o Solid, um projeto de descentralização da web que reconfigura a forma como os dados são partilhados. “O projeto visa mudar radicalmente a maneira como os aplicativos da Web funcionam hoje, e resulta na verdadeira propriedade dos dados, bem como na melhoria da privacidade.”
Fonte: https://tvi24.iol.pt/tecnologia/sir-tim-berners-lee/criador-da-world-wide-web-fala-sobre-problema-do-uso-de-dados-como-e-que-chegamos-aqui
A ativista Ayo Tometi, co-fundadora do movimento global Black Lives Matter, realçou na Web Summit, que combater o racismo exige mais do que palavras.
De todas as vezes, Ayo Tometi insistiu na necessidade de "responsabilizar" os diversos agentes sociais, para que estejam “do lado certo da justiça". Até porque, na arena pública de hoje, "é fácil falar" e disseminar mensagens simbólicas e chavões nas redes sociais. Mas, e depois?
"Não basta falar, é preciso agir”, frisou afirmando que deve haver uma "ação concreta que acompanhe os gestos simbólicos".
“Ser antirracista não é só dizer 'não sou racista' ou 'eu até tenho amigos negros', há que agir ativamente". Ayo Tometi
“De qualquer forma, a tecnologia não é suficiente para revolucionar o mundo. São pessoas verdadeiras e comprometidas que produzem a mudança. As ferramentas são importantes, mas não são tudo". Ayo Tometi
Imagem: Nikolaj Coster-Waldau na websummit
O vídeo feito pelas Nações Unidas em que um dinossauro deixa a seguinte mensagem “Não escolham a extinção” calou a plateia da Web Summit.
Ele introduziu a chegada do ator voz do dinossauro, Nikolaj Coster Waldau, ator da série Game of Thrones e embaixador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
Nikolaj explicou que a ideia do filme era fazer algo que alcançasse um grande número de pessoas, que as fizesse rir, mas que também transmitisse a mensagem de urgência do combate às alterações climáticas.
“Cada cenário mais pessimista é pior do que o último cenário mais pessimista. Isto está a acelerar”, disse Nikolaj.
O ator apelou ainda a que todos se juntem nesta luta. “Cada um de nós é esperto. Todos juntos somos ainda mais espertos”, disse.
Imagem: Siyabulela Mandela, bisneto de Nelson Mandela
Siyabulela Mandela, ativista e diretor da Journalists for Human Rights, o bisneto de Nelson Mandela falou de ativismo e lembrou as violações dos direitos humanos na Palestina.
Em sua palestra ele observou que o ativismo não é suficiente para definir até onde as pessoas podem ir para se levantarem pelos povos e pelas causas oprimidas. Ele também disse que campanhas de mídia social não são a mesma coisa que as ações reais:
“Podemos usar a mídia social para mobilizar uns aos outros, mas as pessoas precisam ir às ruas para que a mudança aconteça ”. Siyabulela Mandela
Disse palavras de esperança para a plateia e apontou o conhecimento como uma fonte poderosa de inspiração para a mudança. “A única maneira de elevar as pessoas é por meio da educação.”
Presidente Marcelo Rebelo de Sousa
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao encerrar a Web Summit 2021 considerou que o mundo está a "começar um novo ciclo" e que recairá sobre os jovens a luta por um futuro melhor em que a "ação climática" é a prioridade.
"Temos de lutar por essa esperança. Temos de lutar por algo que é vital, para superar a pandemia, esta exaustiva pandemia. Lutar pela vida, lutar pelos cuidados de saúde, mas lutar também pela recuperação económica e inclusão social"
“Esta mudança é aquilo a que poderemos chamar o pós-pandemia, e que começa aqui em Lisboa e pode espalhar-se pelo mundo". Marcelo Rebelo de Sousa
Sobre a autora: Silvia Triboni, 64 anos, Brasileira, Advogada com MBA em Gestão Pública pela FGV, residente em Lisboa, Portugal. Após a sua aposentadoria no Poder Judiciário Federal Brasileiro iniciou uma nova carreira na área do jornalismo, tornando-se Repórter 60+ com foco na temática do envelhecimento e da longevidade ativa. É colunista e correspondente internacional para empresas ligadas aos interesses dos 50+ no Brasil e em Portugal:
É fundadora do projeto Across the Seven Seas, cujo objetivo é divulgar informações relacionadas à inclusão e desenvolvimento do público 50+ ; assuntos sobre a economia da longevidade e benefícios do turismo para o bom envelhecimento.
É Palestrante e Deputy Ambassador na rede internacional Aging2.0. Faz parte da Consultoria Longevida especializada na área do envelhecimento. Ativista contra o idadismo, integra o Movimento #StopIdadismo em Portugal. Empreendedora, levou para a nação lusitana o curso brasileiro Repórter 60+ Portugal, tendo formado repórteres em várias regiões do país.
E-mail: silviatriboni@gmail.com
Telefone: +351 915792911