Eutanásia e Idadismo, o que têm em comum?

Faz umas semanas e tive a oportunidade de conhecer um sacerdote que vive numa capital do norte da Europa. Contou o caso de uma senhora que chamou um sacerdote ao local onde estava institucionalizada porque precisava de ajuda para tomar uma decisão (aquele chamado consentimento informado).

O filho tinha sugerido que ela se eutanasiasse porque não estava cá a fazer nada, a sofrer e enfim, aquilo custava algum dinheiro.
Como disse o sacerdote, julgamentos à parte, a verdade é que a senhora, mesmo preferindo ficar aqui entre nós, acabou por partir porque não queria ser um fardo na vida do filho.

Interessante, e se os pais resolvessem se ver livres dos filhos assim com a mesma facilidade? Hoje são os pais que pesam na vida dos filhos, mas e ontem?

Ontem foram os filhos que pesaram na vida dos pais e nem por isso deixaram de os amar.

Coisas "estranhas" acontecem quando envelhecemos e como diz o Miguel Esteves Cardoso "a melhor forma de avaliar uma sociedade é a forma como trata os mais velhos".

O dito sacerdote contou que, de facto, a lei da eutanásia é aprovada em países que descartam os velhos.
É aqui onde o #idadismo e a eutanásia se aproximam.

Eu cá sou pela vida, sou pela valorização do passado (prefiro jardins a alfaces) e defendo a valorização dos mais velhos.
https://lnkd.in/daW5DRfs

Sobre a autora: Ana João Sepulveda - Managing Partner da 40+ Lab | President at Age Friendly Portugal | Aging 2.0 Lisbon Ambassador | Longevity Global Super Connector | Influencer | Speaker