Introduza o seu e-mail
A longevidade da população é um dos grandes desafios que se colocam à sociedade portuguesa neste século. O aumento da esperança de vida dos portugueses, apesar de sinal inequívoco de desenvolvimento, veio apanhar de surpresa a arquitetura da proteção social, o sistema nacional de saúde e as estruturas responsáveis pela disponibilização de serviços no âmbito da ação social.
Os portugueses idosos de hoje e mesmo as pessoas mais velhas do futuro, não estão preparadas para os cenários de dependência e perda da capacidade cognitiva. Raramente preparam a sua velhice, antecipam as eventualidades a ela associadas e pensam em soluções habitacionais ou de proteção social complementar que permitam assegurar a qualidade de vida na idade avançada.
Os anos pós-reforma, que podiam ser um tempo de realização de sonhos adiados são, muitas vezes, um pesadelo decorrente do empobrecimento, do isolamento e da dificuldade em encontrar respostas personalizadas.
Por isso, a longevidade e a atividade económica com ela relacionada, apresentam inúmeras oportunidades. Não apenas com a criação de serviços e de soluções à medida, mas sobretudo, por induzir nas pessoas em idade ativa, a preocupação em planear, atempadamente, as últimas etapas de vida.
Esse planeamento implica:
Nesse sentido, nunca, como hoje, o mutualismo foi tão necessário e relevante para a preparação do futuro num cenário de envelhecimento da população portuguesa.
Uma associação mutualista dinâmica pode oferecer um portfólio integrado de respostas nas áreas da:
capazes de acompanhar as pessoas ao longo do seu ciclo de vida e criando uma sinergia comunitária.
Defendo uma aproximação crescente entre as mutualidades e a sua massa associativa, para que conheçam, profundamente as suas necessidades e expectativas e possam criar uma oferta mutualista individualizada.
A interpretação atualista da missão do mutualismo pressupõe, precisamente, esta capacidade de envolver as suas partes interessadas e de apostar, fortemente, em produtos sustentáveis e que promovam a autonomia, a participação social e a inclusão das pessoas, mesmo em idades avançadas.
Prevenir as eventualidades da dependência e da demência, assegurar um rendimento complementar, obter aconselhamento jurídico e assegurar a existência de acolhimento em ERPI ou o acesso ao apoio domiciliário são, também, necessidades sentidas por aqueles que representam a geração sanduiche e que são chamados a assumir a função de acompanhantes ou de cuidadores.
Uma associação mutualista moderna e atenta aos problemas dos seus associados, conhece-os, envolve-os, interpreta os seus desejos e atualiza, sistematicamente, as suas respostas, numa perspetiva descentralizada e com uma cultura colaborativa de rede.
Acredito, firmemente, na potencialidade do mutualismo como resposta para o repto da longevidade.
É nessa perspetiva de rentabilização de serviços, de parcerias e de vontades que temos que trabalhar, estimulando os portugueses para que antecipem os problemas, aderindo ao movimento associativo mutualista em que são beneficiários, mas também podem ser atores ativos!
Para tornar este desígnio realidade, o movimento mutualista precisa, cada vez mais, de juventude, de profissionalismo e de capacidade de inovar!
Sobre o autor: Pedro Gouveia Alves, candidato a Presidente do Conselho de Administração do Montepio Geral, Associação Mutualista pela Lista D – Valorizar o Montepio