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O enorme gosto pela indústria veio da necessidade que tinha de acompanhar o seu pai, motorista de camião, uma vez que a sua mãe, por doença do irmão, se via obrigada a passar grandes temporadas no hospital. Isso permitiu-lhe conhecer muito da realidade das empresas e dos processos produtivos, revelando-se fundamental ao longo da sua vida. Durante o ano sabático (antigo propedêutico), enquanto a maioria das pessoas nada fazia, foi para a IBM aprender cobol, basic, fortran… Formou-se em gestão no ISCTE, ingressando a seguir, em 1983, na Arthur Andersen na área de auditoria, de onde passou para outras áreas, como a consultoria fiscal e de negócios. Chegou a fazer otimização de linhas de produção, uma área que tinha muito que ver consigo. Fez reorganizações de empresas por conta própria e montou todo o back-office da McKinsey em Portugal num período de forte crescimento. Mais tarde, foi dar corpo a uma empresa de serviços de outsourcing ainda dentro da Arthur Andersen, onde chegou a sócia. Quando a empresa desapareceu do meio empresarial mundial, nunca tiveram problemas em integrar outros projetos, pois o valor da Artur Andersen era na verdade o know-how dos seus colaboradores e esse era muito reconhecido no mercado. E assim, tornou-se partner da Deloitte, onde trabalhou num grande projeto na área da saúde, que não chegou a avançar, pois o mercado, apesar do evidente benefício, não estava preparado para a sua implementação.
O início da vida de empreendedora
Ainda na Deloitte, já tinha negócios seus mas não conseguia ter tempo para os acompanhar. Foi a altura certa para se dedicar aos projetos próprios. Teve uma pequena empresa de construção e, com muito mais significado, estava a construir um hotel em Avis, junto à barragem do Maranhão, numa herdade de 40 hectares. Assim, passou o ano seguinte a descansar e a implementar as operações do projeto, formando a equipa e trabalhando em alguns projetos adicionais na área social.
“Na minha vida de consultora ganhei sempre muito e não sou uma pessoa gastadora, fruto da minha educação. O dinheiro é um meio. É um recurso para fazer coisas. Comecei a querer ser uma angel, sem me preocupar a registar-me como tal. Comecei a ver coisas muito giras e interessantes que faziam todo o sentido.”
No mundo das startups, para além da BEEVERYCREATIVE, a empresa que desenvolveu a primeira impressora 3D comercial portuguesa e que acaba de ganhar um primeiro prémio internacional com o projeto relativo à criação de uma impressora 3D para a ESA, tem outra empresa, uma rede social de produtos. Esta plataforma liga produtos uns aos outros, a jusante e a montante, numa lógica integrada de dar resposta a tudo o que é preciso para o produto.
O seu drive são sempre pessoas, que têm ideias e que as podem transformar numa realidade. O fazer acontecer! E no meio disto tudo, afirma que ainda não começou a construir a sua ideia de negócio, embora tenha muitas, algumas delas ligadas à área social.