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Trata-se de um aumento de 17 euros em relação ao mês anterior. Há sete meses consecutivos que o valor a que os bancos avaliam os imóveis está a subir.
A pergunta para um milhão de euros é: “vai o preço das casas vai continuar a aumentar?” Não conseguimos fazer futurologia, mas há vários fatores que nos podem ajudar a entender a possível evolução do mercado imobiliário.
Um país não se cria de um dia para o outro e temos a enorme riqueza de ter um país muito atrativo. Portugal tem história, um bom clima e é seguro. Estes fatores tornam-nos muito atrativos para os estrangeiros que têm um poder de compra superior à maioria dos portugueses. Contudo, a nacionalidade dos compradores parece comprovar que o preço das casas não tem sido tão impactado pela procura estrangeira como nos pode parecer no primeiro momento.
Dita a regra da oferta e da procura que quando um produto é escasso e há procura o preço sobe! Efetivamente os operadores do mercado imobiliário falam em falta de casas como o principal fator para o preço elevado das casas em Portugal. Seja pela via da construção nova, seja pela via da reabilitação urbana Portugal precisa de aumentar a oferta de casas no mercado para conseguir regular e estabilizar os preços.
Contudo, as cadeias logísticas ainda continuam em dificuldade, na sequência da pandemia, falta mão-de-obra e há um aumento generalizado do preço das matérias-primas. A tudo isto acresce um processo de licenciamento burocrático e moroso. Todos estes fatores dificultam a colocação no mercado de casas a preços acessíveis.
Contudo, há uma nova variável nesta equação: a subida das taxas de juro. Para responder à inflação, o Banco Central Europeu (BCE) pondera subir as taxas de juro. Ainda que forma gradual e mais moderada do que na crise de 2008, a subida das taxas de juro vai, certamente, condicionar a decisão de comprar casa dos portugueses.
Nesta equação, será a subida das taxas de juro a variável decisiva para estabilizar os preços? Irá a procura abrandar e o mercado arrefecer ligeiramente? Não sabemos responder e dificilmente alguém consegue traçar uma evolução num cenário tão imprevisível como aquele em que vivemos: em que ainda recuperamos do impacto da pandemia e enfrentamos uma guerra na Ucrânia.
Fonte: Relatório do mês de abril do INE (27 de abril)