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O que é a Medicina Regenerativa?

03/07/2020 | Sílvia Triboni

Medicina Regenerativa - o que é? Foto: Unsplash Medicina Regenerativa - o que é? Foto: Unsplash

A Medicina Regenerativa é uma área científica emergente que tem por objectivo restaurar a funcionalidade de tecidos, órgãos ou partes do corpo danificada por trauma, doença ou envelhecimento, através do desenvolvimento de terapias moleculares e celulares e da criação de órgãos de substituição, conduzindo a uma melhor qualidade de vida, conforme explicação do professor Joaquim Sampaio Cabral.

 

A Medicina Regenerativa inclui três tecnologias:


1 - Células Estaminais (reparar)
2 - Órgãos de Substituição (substituir)
3 - Parabiose (rejuvenescer)

 

1 - Células Estaminais

Definição: tipo de célula que tem a capacidade única de se auto-renovar e de dar origem a vários tipos de células especializadas. Numa criança ou jovem adulto, as células estaminais estão presentes em grande quantidade, atuando como um sistema de reparação.


Ao longo da vida útil, o número de células estaminais diminui drasticamente de 100 a 10.000 vezes em diferentes tecidos e órgãos, o que explica que a capacidade de cura diminui com o envelhecimento, enquanto na infância há um poder notável de regeneração.


Além disso, as células estaminais sofrem mutações genéticas que reduzem sua qualidade e eficácia.


Terapias com células estaminais

O sucesso com este tipo de terapia tem sido constatado em vários países, tendo sido destacados os seguintes fatos:

  • Japão – recomposição de tecidos que compõem o globo ocular humano;
  • USA, Stanford - melhora da função motora em vítimas de AVC;
  • USA, USC University of Southern California - melhora na sensação e movimentos em danos na coluna cervical;
  • Reino Unido, cura de um doente com VIH. Depois de tratar o doente com linfoma de Hodgkin (que também tinha VIH), observou-se a remição a longo prazo do VIH – 18 mês.
     

2 - Regeneração de órgãos - transplantação, órgãos de substituição e humanização de órgãos de porco (xenotransplantação)

A medicina regenerativa e de substituição têm também por objectivo colaborar para a resolução da escassez de órgãos transplantáveis.


O Professor Joaquim Sampaio Cabral explica que os sistemas 3D de “bioprinting” são baseados na tecnologia de estéreo-litografia, os quais permitem construir matrizes (scaffolds) com uma resolução de alguns micrómetros, a partir de polímeros sintéticos biocompatíveis e polímeros naturais, no caso, proteínas humanas (colagénio).


"Os scaffolds são impressos e infundidos com células estaminais humanas num processo chamado celularização, com o objectivo de crescer e diferenciar essas células de modo a regenerar o órgão vivo."


Outra estratégia de fabricação de órgãos é através da xenotransplantação baseada na transplantação de órgãos de um animal em humanos.


Dado que os órgãos de porcos são semelhantes em tamanho e forma aos humanos, os porcos têm sido geneticamente modificados para produzir tecidos e órgãos que tenham maior probabilidade de não ser rejeitados pelo corpo humano.


3 - Parabiose - sangue jovem (rejuvenescer)


Outra abordagem da medicina regenerativa é baseada na parabiose: “transfusões regulares de sangue de um doador jovem e saudável que podem retardar o processo de envelhecimento”.

Actualmente, têm sido desenvolvidas terapias à base de GDF (factor de diferenciação de crescimento) e outros factores do sangue como objectivo de restaurar a capacidade regenerativa do corpo humano, revertendo ou prevenindo doenças relacionadas com o envelhecimento, aumentando, assim, a longevidade.

 

Nota: Este artigo faz parte da cobertura da intervenção do Professor Joaquim Cabral na Conferencia da Culturgest do dia 23 de junho de 2020.

Silvia Triboni - www.acrosssevenseas.com

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