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A teor do site da Iberdrola, grupo do setor energético global, no âmbito internacional existem modelos de habitações colaborativas que variam de acordo com o país e refletem as preferências de cada sociedade:
Dinamarca - Prevalecem os cohousings com serviços comuns centralizados em um mesmo bloco, que pode ser independente ou estar integrado aos demais edifícios.
Espanha - Predominam os cohousings para idosos com habitações que não superam os 80 m2 com quarto, cozinha e casa de banho.
Estados Unidos - O habitual é que a vida comunitária decorra num edifício independente e isolado dos restantes.
Reino Unido - A maioria das comunidades são mistas, podendo o tamanho variar entre as 10 e as 40 habitações e as áreas de uso coletivo concentram-se em um edifício à parte.
Suécia - É habitual que os espaços comuns ocupem um ou vários andares em blocos de diferentes alturas.
O governo da Dinamarca, país de origem do cohousing, à medida que o tempo foi passando e o número de cohousings para adultos sêniores foi aumentando, passou a registar resultados e estatísticas confiáveis sobre o impacto da vida numa comunidade intencional nas pessoas mais velhas.
Alguns resultados:
A partir dessas descobertas, o número de comunidades-cohousing sênior, criadas na Dinamarca, superou o das opções multigeracionais.
Charles Durrett afirma que, cohousing é a melhor alternativa àquela ideia que muitos adultos mais velhos têm de viverem na própria casa.
É a opção para quem quer continuar a desenvolver-se, vivendo a vida em pleno e de maneira independente num ambiente que é mais prático, descomplicado, e com certeza, mais econômico, mais divertido, mais interessante e mais saudável do que aquele que qualquer instituição poderia criar.
A psicóloga Lilian Shibata, fundadora da Aqal Consultoria, estuda o assunto há anos e tem muito a nos ensinar sobre as vantagens da vida sênior em um cohousing.
Lilian Shibata é uma das idealizadoras do projeto VIVER XXI, um cohousing em São Paulo, em fase de planeamento e implantação.
Em suas profundas e fundamentadas lições, Lilian afirma:
“Estamos concretamente num momento de inflexão sentindo as consequências da fragilidade dos contextos que nos cercam, da ansiedade gerada por essa condição planetária, da não linearidade dos fatos, e do incompreensível pela profusão de dados e acontecimentos. E, isso tudo somado à nossa condição de 60+, é inevitável a reflexão ou indagações de como queremos viver os nossos próximos anos, considerando a longevidade estendida.
Observo empiricamente que uma grande parcela desse público (60+) que hasteou bandeiras da contracultura, nas transformações da consciência, consequentemente os valores que alteraram comportamentos, estão agora hasteando a bandeira da longevidade ativa.
Muitos estão cuidando dos pais ainda vivos, e muitos vivem sozinhos sem ou não tem filhos.
E neste cenário estendido da longevidade, cá estamos nós buscando novos modelos de vida, não mais considerando que os filhos devam cuidar dos pais até morrerem (para algumas culturas, gerações e pessoas, isso ainda é considerado o lógico ou óbvio).
E sempre pergunto: Para que criamos os nossos filhos? Pensando em seres autônomos e competentes para contribuírem na evolução da humanidade, para seguirem os seus propósitos de vida, ou para cuidarem de nós pais idosos e dependentes, muitas vezes limitados mental e emocionalmente?
E recortando ainda mais dentro da perspectiva de comunidades intencionais, o cohousing e coliving hoje já com termos em português cocriados pela arquiteta e ativista Lilian Lubochinski, co-lares e co-lar respectivamente.
O Viver XXI portanto, é a consolidação de um viver contemplando a essência do significado de comunidade, na intenção concretizada nas diferentes composições do morar que privilegia o senso coletivo, acolhendo a diversidade; a colaboração como tônica a partir da empatia; o compromisso com o outro referenciado no respeito; o senso de pertencimento materializado em espaços de convivência sustentáveis que valorizam vínculos e apoios.” Lilian Shibata
Para saber mais sobre a Lilian Shibata e a abordagem Viver Integral, ouça o nosso podcast
Cohousing-sênior Vila ConViver. É uma proposta de comunidade intencional para professores, no bairro Jardim Alto da Cidade Universitária, em Barão Geraldo, Campinas. Destinada para docentes da UNICAMP aposentados ou com mais de 50 anos em vias de se reformar.
Com base em mais de dois anos de estudos e pesquisas sobre as alternativas de moradia para os adultos mais velhos, o grupo idealizador consolidou alguns dos principais conceitos sobre o modelo de cohousing-sênior que orienta todo o projeto.
Citamos alguns:
“Refletir e transformar – A proposta tem por objetivo levar os professores reformados e aqueles que estão próximos da reforma a refletir sobre as opções de moradia e inclusão social disponíveis atualmente, estimulando-os a criar um novo mundo para si.
Nova arquitetura social – Essa proposta de arquitetura social, que incorpora os mais recentes avanços nas áreas da psicologia, geriatria, gerontologia, antropologia e sociologia, contribui de maneira inequívoca para uma vida mais longa, com muito melhor qualidade e mais segurança.
A nova realidade do envelhecimento – É uma oportunidade para viver uma nova etapa de vida de maneira extremamente rica em termos de experiências e relacionamentos em comunidade – evitando, assim, os perigos do isolamento que, inevitavelmente em algum momento, leva à depressão e ao agravamento das patologias típicas da envelhescência.”
Os governos municipais (autarquias) de Lisboa e do Porto, estão convencidos de que este tipo de projeto é o futuro.
Do lado dos investidores privados é considerada uma nova área de aposta e também as cooperativas querem participar neste novo conceito residencial.
Uma iniciativa em Portugal é a HAC.ORA Portugal – Sênior Cohousing Association - uma Associação privada, não-governamental, do Porto, que promove e apoia a criação de comunidades de habitação colaborativa - cohousing - seguindo um modelo de desenvolvimento sustentável, a nível financeiro, ecológico e pessoal.
A conclusão deve ser sua! Agora que conhece um pouco a respeito, quer morar em um cohousing-sênior? Eu quero!