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Numa economia de mercado, os preços dos bens e serviços estão sujeitos a variações. Alguns preços sobem, outros descem. A inflação ocorre quando se verifica um aumento geral dos preços dos bens e serviços e não apenas de artigos específicos. Na prática significa que hoje com 1 euro compramos menos do que comprávamos ontem.
Em Portugal vivemos durante muitos anos esquecidos da inflação. Os mais velhos e que se lembram do que foram os anos 70 e 80 talvez se lembrem da inflação e do seu peso nas carteiras dos consumidores, mas quem nasceu a partir dos finais dos anos 90 nunca sentiu os efeitos da inflação. Foram anos de inflação tão baixa que a preocupação do Banco Central Europeu era fazer subir os preços para evitar situações de deflação, ou seja, evitar um período prolongado de preços cada vez mais baixos.
Tudo mudou desde o segundo semestre de 2021, momento em que a inflação começou a crescer. Algo que se agravou desde o início do ano. A título de exemplo, no mês de maio a inflação em Portugal atingiu 8%, o valor mais alto desde 1993.
Isto é grave porque os salários em Portugal não são, regra geral, elevados e as famílias acabam por perder poder de compra, ou seja, com o valor de compras mensal habitual já não conseguem comprar todos os produtos que integram o seu cabaz de compras.
A mensagem dos decisores monetários e políticos, nomeadamente, do Banco Central Europeu e do Governo é que esta é uma situação transitória motivada por fatores excecionais tais como a guerra na Ucrânia, a interrupção nas cadeias de produção e a subida dos preços da energia. Contudo, neste momento, ninguém consegue dizer com certeza quando é que esta subida irá parar.
Em particular, no que diz respeito ao supermercado, em março deste ano, Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), apontava que até ao final do primeiro semestre «o aumento médio nos preços dos bens alimentares será de cerca de 30%». Uma situação que terá, incontornavelmente, consequências no rendimento disponível das famílias.
Há cada vez mais consumidores a optar por trocar alguns produtos por outros idênticos, as ditas "marcas brancas" ou marcas próprias do retalhista.
Boas práticas, tais como, criar um menu de refeições para a semana e fazer uma lista de compras evitam deslocações desnecessárias e desvios no orçamento, impondo uma racionalidade com impacto na carteira.
Conheça 12 dicas para diminuir o impacto da inflação no orçamento familiar AQUI.
Fontes:
Jornal de Negócios – Inflação acelera para 8% em maio, máximo de 29 anos
BCE – Em que consiste a inflação?
Jornal de Negócios - "O aumento médio nos preços dos bens alimentares será de cerca de 30%", alerta Lobo Xavier