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Se poupar para a reforma não está nos seus objetivos imediatos, será melhor reconsiderar.
Ao reformar-se hoje com a idade legal e com 40 anos de descontos, a quebra de rendimento é cerca de 30% e tende a agravar-se nas próximas décadas.
E como decerto vai querer manter o seu nível de vida quando se reformar, até porque nessa altura irá ter tempo para gozar a vida, terá mesmo de fazer poupanças hoje para poder beneficiar depois.
Mas sabemos que nem sempre é fácil, mas neste artigo vamos tentar ajudar.
Começar o mais cedo possível permite-lhe que durante a sua vida ativa, o peso da poupança se dilua e não tenha um impacto muito grande no seu orçamento.
Vamos explicar de um modo simples:
Se precisar de poupar 5.000€, se o tiver de fazer em 2 anos, em cada ano terá de poupar 2.500€, o que pode ser pesado.
Mas se fizer em 10 anos, a poupança anual será de 500€ o que será seguramente mais fácil.
Para além disso quanto mais cedo começar a poupar maior será o valor que conseguirá juntar.
Sabemos que no início da vida ativa temos a imagem de que a reforma ainda vem longe e por isso existem outras prioridades para onde canalizar a poupança:
Tudo isto são objetivos justificáveis, mas lembre-se que o tempo voa. Quando der por isso estará mais perto da reforma e não pôs de parte ainda nenhum montante para a sua reforma.
A solução será fazer ambos ao mesmo tempo. Ou seja, da poupança que fizer todos os meses retire uma parte para a reforma.
Parece-lhe razoável?
De factos, os especialistas em finanças pessoais consideram que deve considerar a poupança para a reforma como uma despesa mensal prioritária, tal como a prestação da casa ou a alimentação.
Lembre-se que não só na reforma o seu rendimento mensal irá baixar como as despesas podem aumentar.
De facto, a ideia que temos em mente quando pensamos na reforma é que nessa altura as nossas despesas irão baixar:
É certo que sim, mas com a idade as despesas de saúde podem aumentar. E por outro lado cada vez mais pessoas têm nessa altura de apoiar os filhos ou mesmo os netos. Ou seja, as despesas podem não baixar, podendo mesmo aumentar.
Por isso poupança para a reforma tem de ser considerada a par das outras despesas mensais a incluir no orçamento mensal.
Aqui não há uma resposta linear. A resposta mais verdadeira que lhe podemos dar é que depende:
Não tem de ser um valor fixo. Pode ser uma percentagem do seu rendimento mensal ou pode ser um valor anual que vem dos seus subsídios de férias ou de Natal, ou mesmo do reembolso do seu IRS. Ou eventualmente de rendimentos extras.
Ou seja, não há uma resposta única, a maneira certa fica ao seu critério.
Poupar todos os meses é uma opção mais segura e quanto mais automática for melhor.
Ou seja, se tiver na sua conta bancária uma transferência mensal programada para um produto de poupança nem conta com esse dinheiro para gastos do mês.
Mas não tem de ser assim, pode usar a célebre regra dos 50/30/20
Esta regra é a mais defendida pelos especialistas de finanças pessoais. Consiste em dividir os seus rendimentos em três partes.
50% dos seus rendimentos devem estar alocados a despesas fixas, como prestação da casa, água, eletricidade, seguros, etc.
30% deverá ser usado com o seu estilo de vida, ou seja, roupas, lazer, restaurantes.
E os restantes 20% devem ser usados para aumentar a poupança.
Deste valor reserve metade para a reforma, ou seja 10% do seu rendimento mensal líquido
Vamos a contas:
Essa é outra maneira de poupar para a reforma, mas irá talvez implicar um maior sacrifício da sua parte já que com estes subsídios são muitas vezes usados para os extras que ocorrem nessas datas: as tão desejadas férias e as prendas de Natal.
Voltando ao nosso exemplo – se o seu ordenado líquido for de 1.100€, e decidir usar o subsídio de férias para poupar para a reforma, ao fim de 30 anos terá 39.600€ e ao fim de 40 anos 52.800€.
É mais uma maneira de poupar, mas o valor será variável pelo que poderá não conseguir poupar muito num ano.
É outra das formas que tem a seu dispor, mas tudo depende do que conseguir obter. Ter um part-time, vender em sites de segunda mão a que não precisa, será uma maneira de obter dinheiro para colocar na sua poupança para a reforma.
Tudo depende da sua motivação, disponibilidade e objetivos
Essa é a regra de ouro.
Manter o dinheiro numa conta à ordem é a mesma coisa que ter o dinheiro debaixo do colchão. Está a perder dinheiro só pelo facto de estar parado.
De facto, com a inflação o dinheiro parado vale menos. Se hoje a viagem que gostaria de fazer custar 1.000€ custará muito mais daqui a 2 anos. Assim cos 1.000€ que tem parados na conta ordem não conseguirá fazer a mesma viagem daqui a 2 anos.
A solução é aplicar o seu dinheiro.
Existem produtos financeiros destinados expressamente a poupança destinada à reforma. São produtos de longo prazo que têm como aliciante poderem ter benefícios fiscais e taxas de IRS reduzidas sobre os ganhos quando resgatados no final. Estamos a falar de Planos de Poupança Reforma e similares.
Mas se não quiser investir nestes produtos, ou se preferir ter vários produtos para o mesmo fim, considere os seguros de capitalização, com prazos intermédios e vantagens fiscais se o resgate só ocorrer no final.
Tem sempre a hipótese de aplicar em depósitos a prazo, mas tenha em conta que deverão ter uma taxa de juro superior à inflação. Existem ainda os produtos de poupança do Estado, ou seja, os certificados de aforro e os certificados do Tesouro.
Lembre-se que o importante será rentabilizar o dinheiro que poupou. Mas tenha em atenção como não quer perder o que investiu, deverá certificar-se que os produtos em que investir têm capital garantido.
Sobre a autora: Paula Landeiro - Economista